Medidas para setor elétrico em SP incluem gasoduto avaliado em R$ 8 bilhões

Presidente da Cosan afirmou que a empresa será responsável por coordenar o projeto de construção do gasoduto que ligará o pré-sal da Bacia de Santos ao restante do Estado de São Paulo

Estadão Conteúdo

Publicidade

O secretário de Energia de São Paulo, João Carlos Meirelles, anunciou nesta manhã, no Palácio dos Bandeirantes, na abertura do evento de lançamento de medidas do governo paulista no setor elétrico, que o projeto de construção de um gasoduto será coordenado pela Cosan (CSAN3). A Cosan e a Shell, sócias no controle da distribuidora de gás Comgás, eram apontadas como principais candidatas a viabilizar o projeto, conhecido como Rota 4. Com a iniciativa, a oferta de gás em São Paulo será ampliada em 15 milhões de metros cúbicos diários.

Marcos Lutz, presidente da Cosan, afirmou no mesmo evento que a empresa será responsável por coordenar o projeto de construção do gasoduto que ligará o pré-sal da Bacia de Santos ao restante do Estado de São Paulo. O projeto, segundo Meirelles, está avaliado em R$ 8 bilhões. Lutz não confirmou o valor, tampouco informou a origem de tais recursos em sua breve apresentação.

O empreendimento, conforme noticiado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, em fevereiro passado, prevê a instalação de uma plataforma na Bacia de Santos. A partir dessa unidade, explica Lutz, será possível trazer hidrocarbonetos até a costa, permitindo assim a disponibilidade de gás natural para a rede da distribuidora de gás Comgás.

Continua depois da publicidade

Segundo Lutz, o projeto é viabilizado pela expectativa de grande oferta de gás associado à exploração de petróleo no pré-sal de Santos. No futuro, sinalizou o executivo, a restrição à queima de gás poderia se tornar um limitador à produção de petróleo no pré-sal. Por ser um produto associado, o executivo destacou que o custo do gás poderia ser considerado inferior ao do shale gas nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, o Estado de São Paulo reduziria a dependência em relação às duas rotas de abastecimento de gás: o gasoduto que vem da Bolívia e a Petrobras.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, informa que, enquanto o gasoduto da Rota 4 não é construído, o aumento da oferta de gás natural pode ser viabilizado a partir da utilização de navios de regaseificação. O governador não forneceu mais detalhes sobre o projeto.

Termelétricas
Meirelles também informou que o governo de São Paulo pretende atrair parceiros privados interessados em construir até seis termelétricas em áreas da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae). Cada usina terá capacidade de 250 MW e demandará investimento entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão.