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Em meio à pressão política pela mudança do objetivo, por enquanto previsto na peça orçamentária, de zerar o déficit das contas públicas primárias, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a meta como “programática”.
“Para mim, a meta zero é programática, não precisa nem estar na lei para perseguir”, declarou o ministro ao participar de evento do Itaú BBA. O ministro iniciou a sua fala pregando responsabilidade fiscal, defendida por ele, conforme pontuou, desde antes de assumir o cargo.
“Desde dezembro, quando fui anunciado ao cargo, disse que não acreditava que o impulso fiscal era a melhor coisa para a economia crescer com sustentabilidade fiscal, ambiental e social”, lembrou.
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O ministro defendeu que o País deve “melhorar” tanto a política fiscal quanto a monetária para, com reformas macro e microeconômicas, decolar de novo. “Posso assegurar que não vou deixar esqueleto para ninguém”, disse Haddad, ao prometer não entregar uma herança ruim ao próximo governo.
Haddad admitiu o cansaço na interlocução com o Congresso em defesa da agenda econômica do governo. Ele salientou, porém, que tem sido recompensado pelo bom encaminhamento de medidas enviadas ao Legislativo, o que inclui a aprovação da reforma tributária pelo Senado, nesta semana.
“Gostei do ano. Estou cansado ‘pacas’. Só que é o ‘bom cansaço’, de que você chegou bem na maratona. Eu gostaria que o segundo semestre fosse tão bom quanto o primeiro, e vai ser. Agora, peço que 2024 seja melhor do que 2023, e vai ser”, disse o ministro, ao fechar como uma mensagem de otimismo a participação no evento do Itaú BBA.
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Apesar da avaliação de que se perdeu um pouco em Brasília a possibilidade de construção de convergência, o ministro da Fazenda apontou a reforma tributária, uma construção coletiva, como um “bom paradigma” para trabalhos futuros.
“Não podemos ficar prisioneiros do curtíssimo prazo. O desprendimento tem de ser proporcional à intolerância que ainda vive”, declarou Haddad, ao pedir uma disputa política partidária mais saudável.
O ministro pontuou que se fosse aprovada a medida provisória 1185, que limita a redução dos tributos federais devido a subvenções de ICMS, responsável por uma renúncia de R$ 64 bilhões, o governo já teria déficit zero neste ano. “A falta de bom senso compromete quatro ou cinco anos da história de um País.”
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Mais uma vez, Haddad declarou que o Brasil tem tudo para crescer acima da média mundial, apontando o ambiente geopolítico, com o mundo buscando fontes de energia limpa, favorável ao País.
(Com Agência Estado)