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MILÃO – Após reunião realizada para assinar um protocolo de intenções, tanto o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), quanto o prefeito de Milão, Guiseppe Sala, responderam nesta sexta-feira (13) a perguntas envolvendo o caso Cesare Battisti. Acusado de terrorismo e condenado à prisão perpétua por assassinato pela Justiça italiana, Battisti fugiu para o Brasil em 2004, onde recebeu refúgio político e hoje corre o risco de ser extraditado por decisão do presidente Michel Temer.
O prefeito de Milão disse que Battisti tem que voltar à Itália e espera que ele venha pra ser julgado pelos italianos. Questionado sobre a frase de Cesare dita ao Estadão de que se ele voltar à Milão ele será “morto”, o prefeito de Milão rebateu dizendo que ele tem dado declarações tolas.
“Quando eu digo que a extradição dele tem que ser a mais rápida possível é porque as últimas declarações deles são tolas e me deixaram mais perplexo”, disse Sala. Doria complementou dizendo que ele tem que ser extraditado e julgado na Itália, afirmando que não faz sentido manter um criminoso no País.
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Antes de se reunir com Sala, Doria esteve com o presidente mundial e os diretores da Pirelli para falar sobre a privatização do Autódromo de Interlagos, tema que ele já havia adiantado ontem. Com um otimismo mais contido do no dia anterior, o tucano disse que o empreendimento não é o “core business” da empresa, mas o presidente mundial levará o assunto aos investidores chineses que hoje controlam a empresa.
“Pela atuação de 30 anos que eles possuem na Fórmula 1 e por ser uma sinalização positiva do presidente mundial da empresa, o saldo do encontro foi muito positivo. Teremos um novo encontro em Nova York em novembro e em São Paulo em março”, disse Doria em coletiva após reunião com o prefeito de Milão, que, assim como Doria, veio do mundo empresarial. Sala era diretor da própria Pirelli antes de tornar-se prefeito.
O saldo do encontro e as críticas às viagens
Doria revelou os 4 pontos fundamentais que pretende levar pra São Paulo após o encontro com prefeito de Milão: 1. Melhoria no transporte público em qualidade e sustentabilidade; Sobre as críticas que tem recebido de dentro de seu próprio partido, Doria evitou novas polêmicas: “o PSDB pode e deve caminhar unido para conquistar mais governos e reconquistar a presidência da República. Será em clima de paz e harmonias que vamos conquistar isso”, respondeu o prefeito. Já sobre o excesso de viagens que tem feito, Doria respondeu que “críticos sempre existirão”, mas que seguirá trabalhando com esse foco de trazer mais negócios, investimentos e oportunidades para São Paulo. “Vamos continuar trabalhando para tornar a cidade mais global”, finalizou Doria. Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, 49% dos paulistanos acham que as viagens do prefeito trazem mais prejuízos do que benefícios à cidade, enquanto 35% aprovam a iniciativa. Para 77% dos entrevistados, o tucano obtém benefício pessoal das viagens, ao passo que 14% entendem o contrário.
2. Acordo operacional na área de segurança pública: Da mesma forma que em São Paulo há um trabalho coordenado entre as polícias municipal, estadual e federal, em Milão eles têm parceria com segurança privada;
3. Evolução ambiental: Na avaliação de Doria, Milão andou muito no quesito reciclagem do lixo. Para ele, o lixo não deve ser fonte de despesa, deve ser fonte de receita;
4. Plano cultural: programas de recuperação do patrimônio histórico de SP.