Para Galípolo, há uma desconfiança sobre a execução do arcabouço fiscal

Segundo ele, desancoragem das expectativas de inflação está mais relacionada com o funcionamento da nova regra do que com o cumprimento das suas metas

Estadão Conteúdo

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, durante reunião (Foto: Washington Costa/Ascom/MF)
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, durante reunião (Foto: Washington Costa/Ascom/MF)

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O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse, nesta terça-feira (26), que a desconfiança do mercado sobre a execução do arcabouço fiscal está impedindo que as expectativas de inflação convirjam para a meta de 3% dos próximos anos.

Durante participação na conferência do J. Safra, Galípolo pontuou que, na comparação com o início do ano, surpresas positivas relacionadas à condução da política fiscal melhoraram as perspectivas e derrubaram para 0,8% as expectativas dos economistas ao déficit primário do ano que vem como proporção ao Produto Interno Bruto (PIB).

Ele considerou, porém, que a desancoragem parcial das expectativas de inflação está mais relacionada com o funcionamento do arcabouço do que propriamente com o cumprimento de suas metas.

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O diretor contou já ter ouvido no mercado investidores que preferem um cenário de déficit maior, porém com menos impulso fiscal.

“Existe ainda uma desconfiança sobre a execução do arcabouço, isto está presente”, declarou o diretor do BC, que enfatizou no evento que as expectativas são essenciais na condução da política monetária.