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Depois de a bancada do PSOL anunciar que protocolaria um convite para que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fosse à Câmara dos Deputados explicar a política de juros da instituição, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou, na terça-feira (7), que também apresentou um requerimento.
Trata-se de mais um capítulo do embate entre base governista e Campos Neto, após ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) às decisões do BC envolvendo a política monetária e também questionamentos diretos a Campos Neto, a quem Lula chamou de “cidadão” em entrevista à Rede TV!.
Pelo Twitter, Lindbergh Farias postou uma foto do requerimento de convite, com a seguinte mensagem:
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“Acabo de protocolar na Câmara requerimento de convocação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para que venha explicar a decisão de manutenção da taxa Selic em 13,75%, a mais alta de juros real do mundo, em um cenário de grande desaceleração da economia”.
Acabo de protocolar na Câmara requerimento de convocação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para que venha explicar a decisão de manutenção da taxa Selic em 13,75%, a mais alta de juros real do mundo, em um cenário de grande desaceleração da economia. pic.twitter.com/pDe4JgHYaB
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) February 7, 2023
Lindbergh também solicitou explicações sobre o erro contábil no fluxo cambial do BC. Em janeiro, após revisão extraordinária em dados referentes às importações, o fluxo cambial referente ao ano de 2022 sofreu uma alteração e foi ajustado de entrada de US$ 9,574 bilhões para saída de US$ 3,233 bilhões. Na ocasião, a diretoria da instituição alegou falha na compilação das estatísticas.
Kajuru quer explicações ao Senado
No Senado Federal, Jorge Kajuru (PSB-GO), se posicionou de maneira semelhante aos parlamentares da base governista na Câmara e disse que também vai protocolar um convite para que Roberto Campos Neto explique a atual política monetária do BC. O parlamentar questiona a proximidade de Campos Neto com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a possível influência dessa relação em decisões envolvendo os rumos da instituição financeira.
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“Esse cara precisa ter um pouquinho de independência, de bom senso. Ele não é presidente do PL, não é ministro do Bolsonaro, ele é o presidente do Banco Central. Independência não é ter lado. Ele está tendo lado, um lado ruim para o Brasil. A impressão que dá é que ele está querendo prejudicar o governo Lula mesmo”, disse.
A lei da autonomia do BC impede que Campos Neto seja convocado por parlamentares. No caso de ministros de Estado, os deputados costumam iniciar a pressão por meio de requerimentos de convocação. Ainda na terça-feira, o PSOL apresentou um projeto de lei questionando a autonomia da instituição, e com a inclusão de dispositivos que facilitem a exoneração do presidente da instituição.