PF abrirá inquérito para investigar associação criminosa para atacar urnas e deve ouvir ex-ministro da Defesa

Hacker Delgatti afirmou, na CPMI do 8 de Janeiro, ter tido encontro com militares para discutir a confecção de um relatório sobre votação

Reuters

General do exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira  (Foto: TRT/RR/AM)
General do exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Foto: TRT/RR/AM)

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A Polícia Federal decidiu abrir um novo inquérito para investigar a existência e atuação de uma suposta associação criminosa para contestar o processo eleitoral, conforme relatado na semana passada pelo hacker Walter Delgatti Neto à CPMI do 8 de janeiro, informou uma fonte da corporação à Reuters nesta terça-feira (22).

A previsão, conforme a fonte, é que o general Paulo Sérgio Nogueira, que foi ministro da Defesa no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro durante o período das eleições, seja chamado a depor.

À CPMI, Delgatti afirmou ter tido encontro com militares do Ministério da Defesa para discutir a confecção de um relatório que questionava a lisura das urnas, após ter sido recebido por Bolsonaro no Palácio da Alvorada e orientado a procurar os militares.

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A defesa de Bolsonaro já negou qualquer irregularidade no episódio. Não foi possível localizar de imediato Nogueira ou representantes. O Ministério da Defesa não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

Tanto a CPMI quanto o Supremo Tribunal Federal (STF) investigam o envolvimento de militares em ações para deslegitimar o processo eleitoral durante o governo Bolsonaro e nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, quando vândalos apoiadores radicais do ex-presidente invadiram e depredaram o Palácio do Planalto e os prédios do STF e do Congresso Nacional.