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Pochmann já criticou Pix e queria alíquota de 60% para o IR

Durante o seu mandato à frente do Ipea, entre 2007 e 2012, economista defendeu uma reforma tributária que acabasse com o PIS e a Cofins

Estadão Conteúdo

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Além de uma atuação contestada como presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o economista Marcio Pochmann, indicado agora para assumir o comando do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumula opiniões controversas.

Pochmann, por exemplo, já criticou o Pix, meio de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central – que, seis meses depois do seu lançamento, já tinha ultrapassado o volume de transações da TED e do DOC no País. Em 13 de outubro de 2020, o economista publicou no Twitter que, com o Pix, o BC dava “mais um passo na via neocolonial”. “Na sequência, vem a abertura financeira escancarada com o real digital e a sua conversibilidade ao dólar. Condição perfeita ao protetorado dos EUA”, escreveu ele.

Durante o seu mandato à frente do Ipea, entre 2007 e 2012, Pochmann defendeu uma reforma tributária que acabasse com o PIS e a Cofins, dois tributos federais que incidem sobre o consumo, e que criasse um sistema para o Imposto de Renda com 12 faixas de cobrança – em vez das duas existentes à época. O modelo previa a cobrança de uma alíquota de 60% para quem tinha renda superior a R$ 50 mil mensais. Além disso, ele disse que deveria haver a cobrança de 1% de imposto sobre grandes fortunas.

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Exploração do espaço

Em entrevista à agência Reuters em setembro de 2021, Pochmann afirmou que o Brasil deveria apostar na geração de riqueza em frentes às quais dedica pouca ou nenhuma atenção, começando pela exploração do “espaço sideral”.

“Brasil não tem GPS. Como podemos dizer que Brasil é país autônomo quando todo seu sistema de informação e comunicação vinculado ao espaço sideral, portanto à internet, depende de empresas que não são brasileiras?”, afirmou.

Na mesma entrevista, Pochmann criticou a concentração do debate econômico à época em temas como a manutenção ou não do teto de gastos e a alta da inflação. “Não quero menosprezar o problema da inflação, sobretudo num País como o nosso. Mas estabilizemos a inflação, e daí? O que acontecerá? Espontaneamente, virão os investimentos? De onde? Em que setores?”, questionou.

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No mês passado, Pochmann usou as redes sociais para criticar as reformas trabalhista e previdenciária. Segundo ele, as mudanças nas leis e o “fiscalismo” colapsaram o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).