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SÃO PAULO – Em matéria da edição desta semana, a revista britânica The Economist destacou um dos (poucos) motivos de comemoração do presidente Michel Temer em meio à forte crise política: a aprovação da reforma trabalhista pelo Senado por 50 votos a 26, no último dia 11 de julho.
Em tom elogioso sobre a reforma e apontando que ela moderniza as relações de trabalho, a publicação ressalta que as mudanças podem acelerar a criação de vagas de trabalho no Brasil, que enfrenta atualmente uma alta taxa de desemprego. E aponta que, apesar de muitas resistências sobre o tema e até a indicação de que o presidente poderá atenuar pontos dela por Medida Provisória, Temer não poderá ir longe demais.
Isso porque, afirma, “a única maneira de Temer, que está na corda bomba pelo escândalo de corrupção da JBS, manter o seu emprego pode ser ajudar os seus 13,8 milhões de compatriotas desempregados a também encontrar um trabalho”.
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A Economist aponta que, atualmente, o Brasil está na posição 117 entre os 138 países quando o assunto é eficiência do mercado de trabalho – e boa parte da culpa pode ser atribuída pela atrasada legislação trabalhista, transplantada da Itália de Benito Mussolini. “Os empregadores a consideram completamente inadequada para uma economia moderna e aplaudiram quando Temer sancionou a reforma”, afirma a revista.
De acordo com a publicação, ela é uma grande vitória para o impopular Temer, que foi denunciado pelo procurador geral da República por corrupção. “A reforma flexibiliza a jornada de trabalho, facilita a divisão das férias pelos trabalhadores e como os empregados vão usar sua hora de almoço”, aponta a Economist.
Ao longo do artigo, a publicação traz a opinião de empregadores, que veem os benefícios da medida. A Economist também cita estudo do banco Santander, que aponta que a reforma trabalhista pode gerar 2,3 milhões de empregos no país em pouco mais de um ano. Segundo a revista, é nisso que Temer aposta para também continuar com o seu emprego.