Previdência em 2018, porte de arma e privatizações: os destaques da primeira entrevista de Bolsonaro após eleito

O presidente eleito também falou afrouxamento das regras para o posso de arma e a flexibilização do porte em nome da "legítima defesa"

Weruska Goeking

Publicidade

SÃO PAULO – O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) deu suas primeira entrevistas exclusivas – após a vitória nas urnas – a três emissoras de TV na noite desta segunda-feira (29) e disse que pretende agilizar as negociações para aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano, ou pelo menos parte dela, e que levará adiante os planos de privatização citados ao longo de sua campanha.

“Semana que vem estaremos em Brasília e buscaremos junto ao atual governo aprovar alguma coisa do que está em andamento lá, como a reforma da Previdência. Senão num todo, em parte do que está sendo proposto, porque evitaria problemas para o futuro governo”, disse em entrevista realizada diretamente de sua casa no Rio de Janeiro. Houve transmissões independentes pela RedeTV!, Band, SBT e Record.

“Nós vamos procurar o governo e vamos procurar salvar alguma coisa desta reforma. A forma como ela está sendo proposta, não adianta eu ser favorável ou o general [Hamilton Mourão] ser favorável. Nós temos que ver o que poder ser aprovado, o que passa pela Câmara e pelo Senado”, acrescentou.

Continua depois da publicidade

Bolsonaro falou ainda sobre privatização e que pretende começar pelas estatais deficitárias e “tudo o que não for função do “Estado”. O recém eleito ponderou que essas privatizações serão feitas com “responsabilidade e modelo justo”.

Outro ponto defendido por ele nas entrevistas foi a revisão da Medida Provisória do Teto dos Gastos. “É dispensável a questão do teto, porque a economia já está deficitária. Então não adianta querer revogar a emenda constitucional do teto se não há mais como investir no Brasil. O teto no meu entender é importante. Se puder ser aperfeiçoado, será bem-vindo”, explicou.

O presidente eleito também falou em “abandonar o politicamente correto” quando comentou sobre o afrouxamento das regras para a posse de arma e a flexibilização do porte em nome da “legítima defesa”. A idade mínima para o acesso ao armamento cairia de 25 para 21 anos.

Continua depois da publicidade

Proteja-se das instabilidades: abra uma conta gratuita na XP, a melhor assessoria de investimentos do Brasil

Ele ainda falou que pretende levar adiante a proposta de reduzir a maioridade penal. “Se não for possível para 16, que seja para 17 [anos]. Por mim seria para 14, mas aí dificilmente seria aprovada. Pode ter certeza que reduzindo a maioridade penal, a violência no Brasil tende a diminuir”, afirmou.

Sobre o Mercosul, que foi alvo de comentários de seu futuro ministro da Fazenda Paulos Guedes, Bolsonaro disse que o bloco tem sua importância, mas está “super valorizado”. “Ninguém quer implodir o Mercosul, mas queremos dar a devida estatura a ele, disse. 

Continua depois da publicidade

Composição de governo
Respondendo a questionamentos sobre a composição de sua equipe de governo, Bolsonaro afirmou que tem a intenção de convidar o juiz Sergio Moro para ocupar o cargo de Ministro da Justiça ou indicá-lo ao STF (Supremo Tribunal Federal).

“Ele é uma pessoa excepcional, que goza de um respaldo muito grande da população e tem conhecimento. O Ministério da Justiça pode ser um parceiro no combate à corrupção”, disse. Bolsonaro disse que pretende conversar com Moro e fazer o convite para o Ministério. 

Polêmicas
O presidente eleito disse que a população está começando a entender que “não houve ditadura” e relativizou a censura imposta à imprensa na época. Bolsonaro disse que algumas reportagens eram censuradas para evitar seu uso para envio de mensagens cifradas para grupos que desejavam atacar autoridades. “O período militar não foi ditadura”, acfrescentou. 

Continua depois da publicidade

Proteja-se das instabilidades: abra uma conta gratuita na XP, a melhor assessoria de investimentos do Brasil