PSL não deverá disputar presidência da Câmara, diz Eduardo Bolsonaro

"Essas articulações estão acontecendo dentro do Congresso, estão ventilando, todos que estão ali estão se articulando publicamente ou nos bastidores", disse

Equipe InfoMoney

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Dono da segunda maior bancada para a Câmara, com 52 parlamentares eleitos, o PSL não deverá disputar o comando da Casa em 2019. A afirmação foi feita pelo atual líder da bancada, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP). Integrantes do partido eleitos para o Congresso Nacional se reuniram com o presidente eleito, Jair Bolsonaro, também filiado à legenda, na tarde de hoje (12), em Brasília, para discutir a governabilidade do futuro governo.

“Eu acho muito difícil [o PSL lançar candidato a presidente da Câmara], acredito que vá ser uma pessoa de outro partido. Essas articulações estão acontecendo dentro do Congresso, estão ventilando, todos que estão ali estão se articulando publicamente ou nos bastidores”, disse em conversa com jornalistas após o encontro.

Reeleito como deputado federal mais votado da história do país, com mais de 1,8 milhão de votos pelo estado de São Paulo, Eduardo Bolsonaro disse que, durante a reunião, o presidente eleito pediu serenidade aos parlamentares do PSL, a grande maioria sem qualquer experiência de mandato legislativo.

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“[Jair Bolsonaro] pediu um pouquinho de serenidade [aos deputados] para não declarar votos para a presidência da Câmara ou qualquer outro cargo, para eles primeiro sentirem o clima. As negociações e articulações dentro da Câmara ainda estão ocorrendo, então mais pra frente a gente vai ter uma visão mais clara de como proceder nessas votações”, disse.

O parlamentar também informou que a liderança da bancada na Câmara, até o fim da atual legislatura, que termina em fevereiro, será exercida pelo deputado federal Delegado Waldir (GO), que ocupava até hoje a vice-liderança. Eduardo alegou incompatibilidade de agenda e excesso de compromissos para manter a liderança que exercia até então.

Grupos de WhatsApp
Após o vazamento de uma conversa no grupo de WhatsApp dos deputados do partido, na semana passada, que expôs uma discussão entre Eduardo Bolsonaro e a deputada federal eleita Joice Hasselmann (SP), Jair Bolsonaro aconselhou os parlamentares a não utilizarem nem criarem mais grupos em aplicativos de conversas pela internet.

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“O presidente Jair Bolsonaro é contra a criação de grupos de WhatsApp, porque em um grupo existem diversas pessoas, então quando esses prints [cópias de conversas] vazam, ninguém sabe quem vazou. O ideal são conversas pessoais ou conversas de WhatsApp um com o outro, e aí, em caso de vazamento, sabe-se quem vazou”, disse Eduardo Bolsonaro.

Relatório do Coaf
Eduardo Bolsonaro também foi perguntado sobre o paradeiro da Fabrício Queiroz, ex-assessor de seu irmão, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que foi apontado em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) com indícios de movimentação financeira atípica.

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O relatório do Coaf, divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo, informa que o ex-assessor, que também é policial militar, teria movimentado R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 – valores supostamente incompatíveis com sua renda declarada. Uma das transações seria um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

“Sobre essas questões aí, lamento informar, mas a vida do assessor do Flávio [Bolsonaro], ou de algumas pessoas, outros assessores, eu não tenho como dar informação para vocês”, disse Eduardo Bolsonaro, encerramento a entrevista em seguida.

De acordo com o presidente eleito Jair Bolsonaro, o cheque de R$ 24 mil destinado à primeira-dama foi a devolução de parte de um empréstimo que ele teria feito ao ex-assessor do filho. Já a movimentação atípica de Fabrício Queiroz, apontada pelo Coaf, ainda foi não foi esclarecida publicamente. Desde a divulgação do caso, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro não foi localizado nem concedeu informações à imprensa.