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Uma semana após o início do pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600,00 e outros benefícios previstos na PEC dos auxílios, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a liderança na disputa pelo Palácio do Planalto. É o que mostra pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (17).
Leia também: Quaest combina modelo tradicional de pesquisa eleitoral com inovações estatísticas; entenda a metodologia
O levantamento, realizado a partir de entrevistas face a face em domicílio entre os dias 11 e 14 de agosto, mostra que Lula tem 45% em cenário estimulado (quando os nomes de candidatos são apresentados aos entrevistados) de primeiro turno da eleição presidencial. O desempenho corresponde a uma oscilação positiva de 1 ponto percentual em comparação com levantamento divulgado duas semanas atrás.
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O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, aparece com 33% das intenções de voto ‒ também 1 p.p. a mais do que a última pesquisa feita pelo instituto. O mandatário já recuperou 10 pontos percentuais desde janeiro, movimento ainda insuficiente para alterar a fotografia da corrida. No mesmo período, Lula manteve o patamar de 45%.
Na sequência da disputa, vêm o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 6%, e a senadora Simone Tebet (MDB), com 3%. Os candidatos Vera Lúcia (PSTU), Felipe d’Ávila (Novo), Eymael (DC), Sofia Manzano (PCB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Leonardo Péricles (UP) não chegaram a 1% das intenções de voto. Juntos, os candidatos fora da polarização Lula-Bolsonaro perderam 9 p.p. de janeiro para cá.
Eleitores indecisos somam 6%, mesmo patamar dos que declaram voto em branco, nulo ou dizem que não comparecerão às urnas no dia 2 de outubro ‒ resultados que têm se repetido, dentro da margem de erro (que é de 2 pontos percentuais), desde o início do ano.
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A Genial/Quaest entrevistou 2.000 pessoas, em grupo representativo da totalidade do eleitorado brasileiro, seguindo as segmentações de dados oficiais, entre 11 e 14 de agosto. O instituto trabalha com um dos métodos mais tradicionais no mercado ‒ o de entrevistas presenciais em domicílio ‒ e aplica inovações da técnica estatística em etapa posterior à coleta. Entenda a metodologia clicando aqui.
A margem de erro máxima prevista, baseada em uma amostra aleatória simples (AAS), é de cerca de 2 pontos para mais ou para menos em relação aos totais da amostra. O nível de confiança estimado é de 95%, o que significa que, se outras pesquisas tivessem sido feitas pelo instituto no mesmo período e sob as exatas condições, esta seria a probabilidade de o resultado se repetir dentro da margem de erro.
A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 11 de agosto, com o número BR-01167/2022, a um custo de R$ 139.005,86.
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O levantamento mostra que a vantagem de Lula sobre Bolsonaro se mantém em 12 pontos. Considerando apenas os votos válidos (deixando de lado votos em branco, nulos e eleitores indecisos), ela salta para 14 p.p.: Lula teria 52%, contra 38% de Bolsonaro. O que reforça a percepção de polarização entre os dois candidatos, que concentram mais de 90% do apoio do eleitorado que declara voto em algum nome.
Caso o cenário apresentado pela pesquisa se confirme no dia do pleito, Lula estaria eleito em primeiro turno (sem necessidade de segundo turno), já que superaria o patamar de 50% mais um voto.
Este é o primeiro levantamento feito pela Quaest desde que o Auxílio Brasil no valor de R$ 600,00 começou a ser pago, em 9 de agosto. O levantamento mostra que, entre eleitores que declaram receber o benefício, Lula é apoiado por 57% no cenário estimulado, enquanto Bolsonaro por 27%.
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Cristalização de preferências
No cenário espontâneo (quando nenhum nome de candidato é apresentado ao entrevistado), que costuma ser a primeira pergunta do questionário, Lula aparece com 33% das intenções de voto ‒ mesmo patamar do último levantamento. Em janeiro, a taxa de apoio ao petista nesta situação era de 16%.
Já Bolsonaro tem 26% ‒ oscilação positiva de 1 p.p., dentro da margem de erro, em comparação com pesquisa anterior. Desde o início do ano, o mandatário já conquistou 11 pontos neste cenário. As intenções de voto espontâneas são um marcador eleitoral importante, sobretudo a menos de dois meses do pleito, por indicar conhecimento sobre os candidatos e um nível mais consolidado de apoio.
Além dos dois, apenas Ciro Gomes pontua no cenário estimulado, com 1% das intenções de voto. Os indecisos somam 36% dos entrevistados, ao passo que 2% dizem que votariam em branco, nulo ou não pretendiam comparecer às suas seções eleitorais.
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Ao todo, 65% dos entrevistados dizem que seus votos na corrida presidencial são definitivos, enquanto 33% admitem que a escolha de hoje pode mudar até o dia 2 de outubro. Entre os que declaram apoio a Lula ou Bolsonaro, a convicção é maior: 74% e 78%, respectivamente.
Já entre eleitores que manifestam apoio a outros candidatos, a taxa é de apenas 32% ‒ o que pode indicar tendência de aprofundamento do quadro de polarização.
Segundo turno
A pesquisa Genial/Quaest também fez simulação de eventual segundo turno entre os dois candidatos que lideram a disputa. Neste caso, Lula teria 51% das intenções de voto, contra 38% de Bolsonaro. A distância, hoje de 13 pontos percentuais já foi de 23 p.p. em junho.