Ratinho Júnior (PSD) é reeleito ao governo do Paraná em primeiro turno

Com 82,49% das urnas apuradas no estado até as 19h38 horas, Ratinho Júnior tem 3.485.161 votos (69,79% do total)

Rodrigo Tolotti

Governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que integra o Cosud. Foto: Divulgação
Governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que integra o Cosud. Foto: Divulgação

Ratinho Júnior, do PSD, foi reeleito em primeiro turno na disputa pelo governo do Paraná. Com 82,49% das urnas apuradas no estado, matematicamente não há mais chance de segundo turno.

Às 19h38 (de Brasília), Ratinho registrava 3.485.161 votos (69,79% do total). Para vencer a disputa em primeiro turno, um candidato a governador deve ter 50% dos votos válidos no estado mais um — brancos e nulos não contam.

Até o momento, Roberto Requião (PT) aparece em segundo lugar, com 1.295.421 votos (25,94% do total). Os números estão sendo divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Carlos Roberto Massa Júnior, conhecido como Ratinho Júnior, é filho do apresentador Ratinho e conquista, agora, seu segundo mandato como governador do Paraná.

Ratinho Jr. iniciou sua carreira política aos 21 anos, quando foi eleito deputado estadual no Paraná pelo PSB, em 2002, ocupando o cargo até 2007.

Antes de ir para o PSD, em 2016, Ratinho passou ainda pelo PPS e PSC. Nesse período, entre licenças e saídas para ocupar outros cargos, ainda teve três mandatos como deputado federal e mais um como deputado estadual. Entre 2015 e 2017, também foi secretário de Desenvolvimento Urbano do Paraná.

Com o resultado desta votação, Ratinho Júnior perdeu apenas uma das sete eleições que disputou na carreira política – ele só não venceu em 2012, quando perdeu a disputa pela prefeitura de Curitiba para Gustavo Fruet (PDT).

Ratinho é aliado do presidente Jair Bolsonaro e já era apontado como vencedor no primeiro turno há pelo menos 15 dias, quando a pesquisa Ipec mostrou o candidato com 55% dos votos.

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O que faz um governador?

A governadora ou o governador exerce o Poder Executivo no Estado e no Distrito Federal. Cabe a quem ocupa o cargo representar, dentro do país, a respectiva Unidade da Federação nas relações jurídicas, políticas e administrativas. Na chefia da administração estadual, é auxiliado pelas secretárias e secretários de Estado.

Governadores podem propor leis e vetar ou sancionar leis aprovadas pelos deputados estaduais. Também respondem pela Segurança Pública dos Estados, da qual fazem parte as polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros. Como no Brasil os Estados (e o DF) têm autonomia, as competências e responsabilidades do cargo são estipuladas pelas respectivas Constituições estaduais (e, no caso do DF, por sua Lei Orgânica).

O mandato de um governador é de quatro anos, com possibilidade de reeleição para mais um mandato de quatro anos. Caso reeleito, o governador tem como limite o período de oito anos no poder, ou seja, ele não terá o direito de se reeleger novamente de forma consecutiva para o mesmo cargo.

Votação para o Senado no Paraná

O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, do União Brasil, foi eleito ao Senado pelo estado do Paraná. O mandato começa em 2023 e termina em 2030.

Moro superou o atual senador Alvaro Dias, do Podemos, que liderava as pesquisas de opinião de voto.

Moro iniciou sua carreira como magistrado em 1996, mas ganhou destaque a partir de 2014, quando se tornou responsável por julgar em primeira instância os casos relacionados à Operação Lava Jato, na 13ª Vara Federal em Curitiba.

Em 2018, Moro pediu exoneração da Justiça Federal para assumir como ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro, cargo que ocupou até abril de 2020, quando pediu demissão após acusar o presidente de intervir na Polícia Federal.

Em 2021, Sergio Moro chegou a anunciar uma pré-candidatura à presidência, mas desistiu e disse que iria se candidatar a deputado federal ou senador por São Paulo. Sua transferência de domicílio eleitoral, porém, foi negada pela Justiça Federal, levando-o a concorrer pelo Paraná.

Moro passa a ocupar no ano que vem uma das 27 cadeiras do Senado Federal que estavam em disputa nas eleições 2022. A Casa tem, ao todo, 81 assentos.

A legislação brasileira permite que senadores possam se candidatar a novos cargos sem ter que abrir mão do mandato e muitos dos atuais parlamentares disputam outras vagas. Se eleitos, deixam de ser senadores. Por isso, a depender do resultado das urnas, até metade do Senado pode vir a ser ocupado por novos rostos.

O que faz um senador?

Senadoras e senadores são os representantes dos Estados e do Distrito Federal no Congresso Nacional. Assim como os integrantes da Câmara dos Deputados, têm a prerrogativa constitucional de fazer leis e de fiscalizar os atos do Poder Executivo.

Além disso, a Constituição Federal prevê como competência privativa do Senado: processar e julgar, nos crimes de responsabilidade, os que ocupam os cargos de presidente e vice-presidente, os ministros de Estado e os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), os membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o advogado-geral da União.

O mandato de senador ou senadora tem duração de oito anos — e não quatro, como outros cargos eletivos, como de presidente da República ou governador. Por isso, é comum que ocupantes do cargo participem de outras disputas em anos em que não necessitem renovar o mandato.

A garantia do cargo funciona como um incentivo no meio político para que esses parlamentares busquem novas posições ou para que trabalhem na construção de suas imagens para disputas futuras, com o aproveitamento de recursos como do fundo eleitoral e sem riscos de perda de posição.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.