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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), tomou posse, neste domingo (1º), para um novo mandato no comando do Palácio Piratini – acontecimento inédito na história do Estado, que jamais havia reconduzido um político para o Poder Executivo.
Tido como nome com potencial para disputar a Presidência da República no futuro, Leite disse que sua conquista representa uma vitória do “centro” político.
“Colocamos as questões do Rio Grande do Sul no centro do debate político eleitoral, escapando de uma guerra política que anestesia o Brasil. Uma briga sem fim que distrai a máquina pública e a cidadania dos verdadeiros problemas”, afirmou.
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“Nossa vitória sinalizou a viabilidade de um centro democrático, com projeto, agenda e força política. Comprovamos que é possível alcançar resultados eleitorais com tolerância, respeito e responsabilidade administrativa, aglutinando pessoas, sem dispersar iniciativas e sem ceder aos apelos dos populismos e dos extremismos”, disse.
Em discurso na sede da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS), o governador reeleito criticou o que chamou de “populismos” e “extremismos” e disse que a democracia corre riscos no Brasil.
“Hoje, no Rio Grande do Sul e em todo o país, a posse dos eleitos para os cargos do Poder Executivo acontece como etapa fundamental do processo democrático. Não nos enganemos: a democracia, nosso maior bem coletivo, está ameaçada por inimigos da vontade popular”, declarou.
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“Hoje, os eleitos assumem, e os não eleitos devem se reorganizar pela politica e aguardar novas eleições, tendo à sua disposição os instrumentos garantidos para exercer legitimamente a oposição a que desejarem fazer. É assim a democracia. A partir de hoje, os eleitos estão convertidos pelo povo e pelas instituições em governantes para todos, merecendo ser respeitados e contraditados nos limites da civilidade e da Constituição”, continuou.
Ao lembrar do enfrentamento à pandemia de Covid-19, Leite criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado ao tentar a reeleição em outubro de 2022, sem citá-lo. O tucano disse que, durante a crise sanitária, foi necessário lutar “contra o vírus, o negacionismo e a desinformação”.
“Infelizmente perdemos 40 mil vidas no Rio Grande do Sul, a quem eu rendo a minha homenagem e aproveito para expressar aos familiares e amigos daqueles que se foram os nossos sentimentos, porque muitas dessas perdas poderiam ter sido evitadas se houvesse maior compreensão de outras lideranças do momento em que estávamos passando e se tivesse sido adiantada a vacinação e outras medidas”, disse.
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Durante sua fala aos deputados estaduais gaúchos, o governador reeleito prometeu uma relação “saudável” e “madura” com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que toma posse na tarde deste domingo, em Brasília.
“Manteremos com o governo federal uma relação saudável e madura, de respeito federativo. Nós e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atendemos à mesma população aqui no Rio Grande do Sul. Não existe um povo federal e outro povo estadual. É o mesmo povo para quem direcionaremos nossos esforços”, afirmou.
“Divergimos ideologicamente, programaticamente em muitos temas, mas não esperem do nosso governo nem subserviência nem sublevação em relação ao governo federal”, complementou.
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Durante o discurso, Leite também destacou a necessidade de conciliação entre as agendas de responsabilidade fiscal e social. “Não há vitória social sem êxito fiscal. É falsa e muitas vezes ideologizada a contradição que buscam estabelecer entre o fiscal e o social”, disse.
E destacou os principais objetivos de seu novo mandato. “Vencidos os embaraços financeiros, que consumiram boa parte da energia administrativa ao longo dos últimos governos, chegou a hora de apoiar ainda mais decisivamente o desenvolvimento econômico”, afirmou.
Nesse sentido, ele listou cinco prioridades: 1) Melhorar a qualidade da Educação e do aprendizado; 2) Consolidar o Rio Grande do Sul como polo nacional de qualidade no atendimento à Saúde; 3) Combater a pobreza, especialmente a pobreza infantil; 4) Incentivar ao máximo o agronegócio e a agricultura familiar; e 5) Indicar soluções reais para o enfrentamento aos ciclos recorrentes das secas, através de robusto programa de irrigação para proteger as lavouras.