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“Os surfistas sentam no lineup e ficam olhando para o horizonte, tentando enxergar as ondas, e quem se posiciona antes para pegá-las é que consegue melhor surfá-las”.
No mercado muito ouvimos sobre ondas, timing, posicionamentos. Não à toa, as lições aprendidas no surfe cabem perfeitamente ao ofício dos investimentos e servem como norte aos gestores Bruno Coutinho e Philippe Perdigão, da Mar Asset, conhecida como “gestora dos gestores” e a convidada do podcast Stock Pickers.
Durante a entrevista, os gestores expuseram suas teses em relação à conjuntura brasileira e global, posições preferidas no momento, perspectivas e muito mais.
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Cenário macro e inflação à vista
Muito tem se falado que o problema que mais afeta as economias mundiais é a inflação. Bruno Coutinho, CEO e gestor da Mar Asset, não discorda, mas traz uma abordagem que difere do consenso para a questão.
“Achamos muito curioso como o mercado para para analisar a inflação como um evento exógeno. O que a gente entende é que estamos vivendo as ondas secundárias do grande acontecimento, que foi a pandemia”, afirma.
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De acordo com o gestor, o choque de demanda que o mundo sofreu por conta dos estímulos monetários e fiscais, adotados durante o período do coronavírus, é o que ainda reverbera na economia em forma de uma inflação estrutural.
“O processo de subir juros para inflação cair não é automático. Nesta estrutura, a etapa que é necessária a ser observada após a subida dos juros é a desaceleração da demanda, e não tem demanda desacelerando em lugar nenhum do mundo ainda”.
Portanto, a gestora ainda não enxerga um processo desinflacionário, visto que temos um cenário em que o juro sobe e a demanda não desacelera.
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“Estamos em uma situação em que a inflação de serviços está em 8,5%, o juro alto há 12 meses, a demanda acelerando, mas todo mundo acredita em um processo desinflacionário no próximo ano. Nós não vemos desta forma”.
De olho no micro
Atualmente, na Mar Asset, 20% do fundo está concentrado em energia, tendo como principal posição a PetroRecôncavo (RECV3). De acordo com Philippe Perdigão “a empresa não é uma Junior Oil do mesmo grupo que todas as outras” e está uma precificação muito baixa.
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Para Perdigão, o maior diferencial da companhia é a questão do gás: “A agenda ESG que te obriga a sair do carvão, óleo diesel, etc, também traz consequências para a matriz energética e elétrica brasileira”.
Neste cenário, a defesa da energia, sobretudo quando há falta dela, são as termelétricas, que podem ser: nuclear, por biomassa, à base de carvão, ou gás — e o gás acaba sendo o combustível fóssil limpo que permite a transição energética da matriz elétrica global.
“Quando se olha para reserva de gás no Brasil, há uma complexidade de infraestrutura para trazê-la, no que tange o gás onshore, as empresas que possuem reserva são a Eneva ENEV3 e a PetroRecôncavo, que tem 40% de sua reserva em gás”, complementa Rodrigo.
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Com isso, a PetroRecôncavo, que nas contas da Mar Asset, negocia a 1,5 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês) esperado para 2025-2026, pode vir a negociar 10 vezes o Ebitda.
Posições da casa
Para saber mais sobre as posições da Mar Asset, não deixe de assistir ao episódio 168 do Stock Pickers no vídeo acima.