OIBR3: comprar ou não comprar? Confira o debate

Promovemos um verdadeiro debate ao vivo sobre a empresa que tem uma das maiores torcidas do mercado financeiro

Matheus Soares

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Existem duas certezas na nossa vida de Stock Pickers: uma é a morte e a outra é que um ouvinte ou seguidor perguntará “o que fazer com as ações da Oi?”

Foi para estes curiosos de plantão que logo no primeiro Arena Stock Pickers falamos de Oi (OIBR3), uma das empresas mais complexas da bolsa e alvo de debates acalorados entre os mais diversos investidores do mercado. Apesar do nome, o objetivo da Arena Stock Pickers será sempre o de promover um debate ao vivo e saudável com dois gestores sobre uma empresa da bolsa.

Os escolhidos para falarem de Oi foram dois analistas comprados no papel: Bernard Holcman, sócio da Ibiuna Investimentos, e Gustavo Fabricio, sócio da RPS Capital.

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“A Oi está passando por um momento transformacional”

Na opinião dos dois, a Oi é sim uma empresa complexa, mas está em um momento transformacional calcado principalmente na mudança de gestão que vem sendo implementada após a entrada de Rodrigo Abreu (CEO) e Camille Faria (CFO), desde o início de 2020 . Ou seja, apesar de ser uma empresa em Recuperação Judicial e com uma enorme dívida com credores que precisa ser solucionada – são R$ 18 bilhões em dívida líquida sendo que o valor de mercado da Oi é de R$ 6,5 bilhões hoje na bolsa – ter pessoas com expertise no setor e comprometidas com o negócio fazem com que ambos os analistas deem o benefício da dúvida à Oi.

“Várias coisas têm que acontecer de uma maneira bem feita para a Oi se transformar. O primeiro e mais importante passo para isso é ter gestão. Os grandes casos de turnarounds [de transformação] são casos em que a gestão mudou. No começo de 2020 dois novos diretores entraram na companhia com a mão na massa e são pessoas que conhecem muito bem o setor”, disse Holcman.

Um dos reflexos dessa mudança foi a venda da Unitel, umas das subsidiárias da Oi com sede na Angola. Para ambos, a venda era algo que todo mundo duvidava que aconteceria e ela aconteceu por US$ 1 bilhão. Para que espectadores da Live tivessem ideia do quão importante foi essa venda, Fabricio contou a complexa e inacreditável história que envolveu a compra da Unitel pelos controladores da Oi no passado. Dando um spoiler: envolveu a Portugal Telecom (antigo controlador) e a filha do ditador da Angola. História de cinema.

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A nova Oi

Para os dois, a nova Oi é muito diferente do que foi no passado. A nova Oi será uma empresa muito mais enxuta e focada em usar a capilaridade que já tem hoje, de chegar nas residências dos brasileiros, para espalhar a infraestrutura de fibra ótica pelo Brasil. Só que para isso será necessário se desfazer do velho legado. Ou seja, vender todos os ativos que não geram resultados (torres, data center, companhia móvel) e, inclusive uma participação de 25% avaliada em R$ 6 bilhões no negócio de fibra ótica, de modo a atrair investidores estratégicos e também diminuir sua dívida.

Para eles a transformação já começou e fechar os olhos para ela seria deixar de analisar uma das maiores oportunidades de retorno da bolsa hoje, simplesmente por não ser uma empresa fácil de ser analisada. Aliás, o fato de não ser uma empresa tão acompanhada também representa uma oportunidade:

“Eu gosto de Oi por ser uma empresa difícil de ser analisada em um momento transformacional. Tem muita gente que não dá a devida atenção a mudança de gestão na empresa e justamente por isso tem muito espaço para o papel andar. O risco retorno é alto porque ninguém olha e porque a informação sobre a Oi não é disseminada corretamente”, disse Holcman.

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Esperamos que depois dessa aula sobre Oi você não precise mais nos perguntar nada sobre a ação.

Matheus Soares

Matheus Soares é analista da Rico Investimentos e um dos responsáveis pela Carteira Rico Dividendos 8+