Um otimista na Faria Lima: por que a Safari Capital está construtiva com Brasil

Para Elsom Yassuda, recuperação das empresas vai sobrepor efeitos da alta dos juros; risco fiscal existe, mas ele vê um desfecho positivo

Thiago Salomão

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(CONDADO DA FARIA LIMA) – Gestores de fundos têm mostrado em geral uma postura preocupada para Brasil, conforme mostramos semana passada na edição do “Carteiros do Condado” de setembro. Mas ainda assim conseguimos encontrar quem esteja otimista com o mercado brasileiro. É o caso da Safari Capital, gestora liderada por Marcelo Cavalheiro e Elsom Yassuda.

O Elsom, que é economista e estrategista na Safari, esteve nesta quarta-feira (16) no Coffee & Stocks para explicar por que está otimista com Brasil. “Os preços dos ativos domésticos estão muito distorcidos do ponto de vista de preço e cenário: enquanto o mercado precifica uma recessão, os lucros das empresas continuam subindo. Então, mesmo com os riscos de curto prazo, hoje faz muito sentido ter uma posição direcional [em bolsa brasileira]”, disse Elsom durante o programa.

Confira a análise completa no vídeo acima ou direto em nosso canal no youtube. Abaixo, os melhores momentos da entrevista:

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– Mercado fez um topo em junho e daí veio uma sobreposição de riscos: primeiro a variante Delta, depois tivemos “precatórios + teto de gastos + bolsa família” e por fim o risco de ruptura institucional de 7 de Setembro. Isso trouxe muito medo ao mercado.

– Contudo, conversando com as empresas, percebemos uma desconexão muito grande entre o que elas estão entregando e os níveis de preços do mercado. Se você olhar pra expectativa de lucro das empresas do índice e comprar com o preço da bolsa verá que estamos no nível mais barato dos últimos 10 anos (nesses 10 anos, tivemos impeachment da Dilma, Covid… ). Separando por setores como aéreas, shoppings e incorporadoras, estamos mais baratos do que no começo do ano.

– Por que a gente chegou nessa situação? Porque mercado acha que vai ter um risco institucional ou de ruptura no curto prazo. Não achamos que isso vai acontecer,

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– Risco Fiscal no curto prazo é o mais importante. O problema é que não dá pra resolver isso com a situação política agitada. 7 de Setembro trouxe muito medo ao mercado, mas se você olhar o discurso de Pacheco, Lira e Fux, ficou claro que “Brasília colocou um limite”. Além disso, os partidos do centrão sinalizaram que deixariam o governo se Bolsonaro continuasse com essa radicalização. Isso fez o Bolsonaro recuar. Isso abre espaço para resolver a questão dos precatórios.

– Sobre precatório, está todo mundo remando pro mesmo lado, porque ele afeta todo mundo, já que sem o precatório não tem fundo partidário, não tem emenda de relator e não tem bolsa família.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers