Desde que atingiu seu pico, em 1º de abril, a Bolsa brasileira entrou em trajetória de queda, já caiu mais de 17% desde então e está negativa no acumulado do ano. Dentro os motivos para isso está, principalmente, o aperto monetário nos EUA, na Europa e também aqui no Brasil para conter a disparada da inflação.
Neste cenário, com o Ibovespa abaixo dos 100 mil pontos, muitos especialistas veem o índice muito barato e com boas oportunidades, inclusive nas ações mais populares da bolsa. Helô Cruz – CFA, fundadora e gestora do fundo de investimentos Stoxos, concorda com esta visão do Ibovespa estar barato como um todo, mas, para ela, as grandes oportunidades estão nas small caps.
“Parece que faz sentido escolher as mais populares com a Bolsa barata, mas não faz. Para eu achar ações que vão dobrar de preço, tenho que estar nas small caps”, disse ela no episódio 150 do Stock Pickers.
Apesar do forte potencial de valorização, é importante ressaltar que é normal que estes ativos sofram mais em momentos de crise como o atual. Como são ações de empresas menores e menos líquidas, elas são mais sensíveis ao mau humor dos investidores. O índice Small Cap (SMLL) cai mais de 14% até o momento no acumulado do ano.
Para tentar driblar este cenário, Helô conta que busca investir em ações que não dependem muito do cenário macroeconômico do Brasil e do mundo. “Na minha carteira eu tenho mais teses circulares do que pontuais”, afirma a fundadora da Stoxos.
Estratégias do fundo
Entre as ações que compõem o portfólio da Stoxos estão desde ações mais conhecidas até ativos de empresas praticamente desconhecidas pela maioria dos investidores. Dentre as mais populares estão Ambipar (AMBP3), JHSF (JHSF3), Taurus (TASA4) e Simpar (SIMH3).
“Eu tenho que olhar onde vou estar melhor daqui 1 ou 2 anos”, contou Helô no episódio 150 do Stock Pickers, ressaltando o potencial de forte crescimentos destes ativos no período.
Já entre os ativos mais desconhecidos, a fundadora da Stoxos contou o caso da Inepar (INEP4). Fundado em 1953, o grupo iniciou suas atividades tendo como foco a prestação de serviços de engenharia elétrica, realização de projetos de instalações elétricas e hidráulicas e construção de redes de distribuição e de linhas de transmissão.
Posteriormente, expandiu suas áreas de atuação para a geração de energia, fabricando turbinas e equipamentos para usinas hidrelétricas. Também passou a operar no setor de transporte metro-ferroviário com a fabricação, modernização e reforma de trens de passageiros, dentre outras atividades.
Porém, desde 2014 o grupo está em recuperação judicial. “Ela quebrou por conta da Lava Jato, mas tem muito ativos para vender. É uma posição minúscula que se não quebrar vai me dar 10 vezes de retorno”, explica Helô.
IPOs
Apesar de gostar de investir em empresas menores e com grande potencial de crescimento, a fundadora da Stoxos diz que não costuma comprar estas empresas em seus processos de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês). Para ela, da leva de mais de 40 empresas que realizam seus IPOs na B3 no ano passado, dois terços das companhias entraram despreparadas na bolsa ou foram precificadas erradas.
Por isso, o fundo não costuma ter muitas empresas desde seu IPO, mas é comum comprar as ações de boas companhias um pouco depois, como é o caso de 3Tentos (TTEN3) e AgroGalaxy (AGXY3). “Tivemos algumas joias preciosas nesta safra de IPOs que vou continuar carregando e fazem sentido”, afirma a fundadora da Stoxos.
Para mais detalhes sobre as estratégias da Helô Cruz – CFA, fundadora e gestora do fundo de investimentos Stoxos, confira o episódio 150 do Stock Pickers.