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Financês:
1: palavra usada para definir todo aquele linguajar do mercado financeiro desnecessariamente difícil, muitas vezes com palavras em inglês como “budget”, “income”, “cash flow”, “guidance”, que, na maior parte das vezes, poderia ser simplificado, mas, por vontade dos praticantes, é empregado com a intenção de fazer aqueles que empregam o financês parecerem mais inteligentes do que realmente são.
2: jargões de mercado financeiro usados para confundir quem não tem tanto conhecimento (ainda) ou está dando os primeiros passos no mundo dos investimentos
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Existe coisa pior do que tentar aprender alguma coisa e, a cada página de leitura, ter que recorrer ao Google ou ao YouTube para pesquisar o que significa determinado termo ou conceito? Ouso dizer que poucas coisas espantam mais as pessoas do que esse tipo de situação.
A verdade é que o mercado financeiro por si só já é um ambiente complexo. O mundo das opções, então, nem se fala. Se quem se coloca em posição de transmitir conhecimento e informações úteis começa a “fazer questão” de falar difícil, pobre de quem está do outro lado tentando aprender.
Você, leitor, talvez já tenha passado por isso.
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Começou pesquisando o que era o mercado de opções. De cara, os termos em inglês já foram jogados em você: Call, Put, Delta, Vega, Time Decay, Strike, Maturity, entre vários outros. “É mercado financeiro ou é um dialeto próprio isso aqui”, talvez você tenha se perguntado. Isso porque estamos só nos conceitos “básicos” desse mundo das opções.
Se a gente começa a entrar nas estratégias, aí é que o bicho pega mesmo. Butterfly, Condor, Broken Wing, Double Calendar, Jade Lizard, Inverse Line, Hexabox, Bull Spread, Ratio, Straddle, Iron Condor, e esses são só alguns que lembro de cabeça. Reza a lenda que alguns livros mais antigos de opções catalogam mais de 150 estratégias distintas com esses instrumentos.
Aí eu te pergunto: será mesmo que é preciso eu conhecer 150 estratégias para conseguir ganhar dinheiro com opções?
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Muitas vezes me sinto de volta nos tempos de ensino médio, quando o aluno “mediano” ficava tentando decorar 200 fórmulas diferentes dos mais variados ramos da física, enquanto o que realmente fazia diferença era entender os conceitos e as unidades. Acredito fortemente que nesse mercado de derivativos é a mesma coisa.
Você, querido leitor, só precisa entender os conceitos. O que é uma opção. Quais as diferenças entre Calls e Puts. Qual a importância do tempo até o vencimento e do preço de exercício (strike) da opção. Como a volatilidade afeta os preços das opções. Se você souber isso, já está na frente de 99% dos que tentam a sorte nesses instrumentos.
Vencida essa fase, o que vai fazer diferença para você não é mais se você domina cinco ou 50 estratégias, se sabe os nomes, como se montam etc. O que dita quem ganha e quem não ganha dinheiro no mercado é a capacidade de análise, o estômago para tomar riscos e um gerenciamento adequado de tamanho de posição e matriz de risco x retorno.
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Como você provavelmente já me viu falando em outras colunas, as opções são apenas instrumentos. O que vai diferenciar as crianças dos adultos é a capacidade de olharmos para o mercado e interpretar os cenários com convicção suficiente para nos deixar montar posição nos ativos, seja para alta, baixa ou lateralização (as famosas três tendências possíveis, segundo Dow, o pai da Análise Técnica).
Se aparecer qualquer coisa diferente disso, vale você ligar o alerta. Desconfie de qualquer um que tente falar difícil ou que diga que você precisa conhecer 200 estratégias, ou pior, que fale que existe aquela estrutura que vai funcionar sempre (o famoso “Santo Graal”). O mercado é dinâmico e complexo e dificilmente (para não dizer nunca) algo dará certo a vida inteira.
Além disso, procure ao máximo, assim como fazíamos quando estávamos no colégio, simplificar em vez de complicar. Vamos lutar juntos contra o financês no mercado – especialmente no de Opções.