Bolsonaro x Haddad: como aproveitar as eleições e turbinar sua carteira de ações

Nas ações ou no futebol, às vezes é preciso arriscar para levar o prêmio

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) estão na disputa pelo segundo turno das eleições presidenciais e muita coisa ainda pode acontecer ao longo destas 2 semanas de campanha. Para quem investe no mercado acionário o momento é de apurar a estratégia e usar cada vez mais a tática para se dar bem – nada muito diferente de uma partida de futebol decisiva.

Se um time equilibrado com zagueiros, atacantes e meio-campistas é bom para mitigar riscos, existem aqueles jogos que exigem uma escalação tática mais ofensiva – e essa é a hora de apostar nos melhores atacantes.

O maior apetite ao risco reflete o momento atual de otimismo dos investidores: apesar de ser esperado um embate duro para o 2º turno, o mercado já projeta o resultado final com apostas muito mais favoráveis para Bolsonaro.

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Neste cenário, Gilberto Coelho, analista da XP Investimentos, estima que o Ibovespa chegue aos 100 mil pontos até o final do ano. Neste caso, para ganhar a partida, uma boa tática pode ser escalar jogadores mais experientes, que tendem a se beneficiar com a retomada da economia e com o sentimento de otimismo em relação ao Brasil.

Alguns nomes entre os “medalhões” são Petrobras (PETR4), Cemig (CMIG4), Sabesp (SBSP3) e Eletrobras (ELET6). Estatais, dependem do governo e se beneficiam de uma gestão mais eficiente – como é o caso de Petrobras, que tem ganhado a atenção dos investidores pela melhora de sua governança corporativa e desalavancagem. No dia seguinte ao primeiro turno, por exemplo, os papéis da companhia subiram 10%.

Empresas do setor financeiro (bancos e B3), assim como companhias cíclicas, ambos ligados à retomada da economia, podem passar por alavancagem operacional, ou seja, por já terem feito investimentos em infraestrutura no passado e pela economia estar mais devagar no momento, estão com capacidade ociosa de produção. Quando a economia melhora, elas não têm mais gastos com estes investimentos, e a margem vai direto pro caixa. Nesta lista encontram-se empresas como Usiminas (USIM5), Gerdau (GGBR4), Iochpe Maxion (MYPK3) e Randon (RAPT4).

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Também saem da reserva e entram para o jogo as varejistas e shopping centers, que tendem a se valorizar com a queda das taxas de juros, já que o desempenho das ações possui uma correlação negativa ao movimento da curva de juros longos. Entre elas podemos citar Via Varejo (VVAR11), Magazine Luiza (MGLU3), B2W (BTOW3), Lojas Renner (LREN3), CVC (CVCB3), Gol (GOLL4) Localiza (RENT3) e as concessionárias CCR (CCRO3) e Ecorodovias (ECOR3).

Por outro lado, empresas exportadoras, como Suzano (SUZB3) e Fibria (FIBR3), assim como as denominadas “ações de qualidade”, que possuem bons fundamentos e uma boa dinâmica de negócios, como IRB (IRBR3), Vale (VALE3), e papéis do setor elétrico, perdem a atratividade neste cenário de valorização do Ibovespa e, na maioria das vezes, de queda do dólar.

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Esse movimento de maior exposição ao risco tem sido uma tendência entre os analistas nas últimas semanas. A XP Investimentos, por exemplo, sinalizou ontem uma mudança extraordinária em sua carteira recomendada para o mês de outubro. Estimando um ambiente de alta volatilidade, mas grandes oportunidades de ganho, optou por incluir Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4) e Ultrapar (UGPA3). Tirando do portfólio Vale (VALE3), Engie Brasil (EGIE3) e Equatorial (EQTL3).

Em relatório, o Bradesco BBI destacou alguns dos players que podem aproveitar melhor esse risco-retorno oferecido no momento. São eles: Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e Duratex (DTEX3).

Já tenho uma carteira, como devo organizá-la?

Essa é a hora de colocar mais atacantes em jogo, de forma a aumentar a sua exposição ao risco e aproveitar a alta do Ibovespa. É importante ter em mente, porém, o seu perfil de investidor, de forma que você monte uma carteira confortável com o seu perfil de risco.

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Em relatório, o BTG Pactual afirmou que não ficaria surpreso caso o Ibovespa chegasse aos 105 mil pontos (uma alta de 28%) e recomenda: “Nós certamente aumentaríamos o risco ao portfólio nesse momento”.

É importante reforçar, que os nomes da sua carteira podem até não mudar, mas a importância de cada ativo no portfólio pode garantir que você ganhe mais ou menos dinheiro.

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Não tenho carteira de ações; devo investir?

Se você não investe em renda variável, o momento pode ser esse. De acordo com Thiago Salomão, analista da Carteira InfoMoney, que já acumula ganhos de 20,11%, contra alta de 10,21% do Ibovespa neste ano, a recomendação é deixar 75% da sua carteira exposta ao risco Brasil.

Em outras palavras, a cada R$ 100 investidos em ações, R$ 75 deve estar em empresas estatais e do varejo, e os R$ 25 restantes aplicados em exportadoras e ações de qualidade. Não conhece a Carteira InfoMoney? Clique aqui