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O Ibovespa (IBOV) registrou seu primeiro ganho diário do mês de agosto na sessão da última sexta-feira (18), encerrando um recorde histórico negativo de 13 pregões consecutivos de perdas.
Entre os fatores que ajudam a explicar essa indigesta marca estão a saída em massa de recursos de investidores estrangeiros, as preocupações com economia da China e uma possível nova alta dos juros nos EUA.
Neste mês de agosto, até o dia 18, portanto, a desvalorização acumulada soma 5,35%, após fechar em alta de 0,37% na sexta, terminando a sessão aos 115.409 pontos.
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Mesmo que tenha passado metade do mês de agosto fechando no vermelho, o Ibovespa segue, contudo, em alta no acumulado de 2023, com mais 5,17%.
Para buscar entender quais são os próximos pontos de suporte e de resistência do Ibovespa, o InfoMoney consultou grafistas que traçaram quais são as perspectivas do ponto de vista da análise técnica para a Bolsa. Confira!
Trade hoje: análise técnica Ibovespa
O analista técnico da XP, Gilberto Coelho, destaca que, após 13 quedas consecutivas, o Ibovespa deixou suporte nos 114.400, formando um “Harami de alta, com IFR (índice força relativa) tentando sair de sobrevendido”.
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(O Harami de alta é uma figura gráfica da análise técnica que ocorre após um movimento de baixa, caracterizando-se como um padrão de possível reversão de tendência.)
Assim, aponta Coelho, um fechamento do Ibovespa acima dos 115.730 pontos traria sinais de retomada altista, com projeções em 119.000 ou 123.000, no topo do ano.
A tendência de baixa, por sua vez, seria retomada com um fechamento abaixo do suporte de canal nos 113.800 pontos, com projeções nos suportes em 108.200 pontos ou 105.000 pontos.
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Gráfico diário do Ibovespa: março a agosto/2023
Avaliando o gráfico semanal do Ibovespa, conforme Coelho, é possível observar como foi forte a resistência (região que atrai vendedores, pela análise técnica) dos 123.000 pontos e como se aproximou da LTA (linha de tendência de alta) do canal de alta [confira no gráfico abaixo].
Ele acrescenta, contudo, que o suporte (região que atrai compradores) em 108.200 pontos também está próximo da média de 200 semanas, “mostrando mais um ponto importante de força para o suporte.”
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- Confuso sobre o que é suporte e o que é resistência? Confira nosso guia sobre análise técnica
Gráfico semanal do Ibovespa: novembro/2022 a agosto/2023
Ibovespa lateralizado
Para Pam Semezzato, analista técnica da Clear, o Ibovespa segue lateralizado no médio prazo, com extremidades em 97.000 e 121.000 pontos.
“Depois desse último movimento de alta (até o final de julho), o Ibovespa não conseguiu romper a resistência e teve muita reação vendedora. Pelo gráfico semanal [abaixo], ainda não perdeu nenhum suporte muito relevante, mas mostrou que a resistência da lateralização continua sendo extremamente forte”, aponta Pam.
Gráfico semanal do Ibovespa: janeiro/2021 a agosto/2023
Pam reforça ainda que, apesar de ter caído por 13 pregões, percentualmente, a “recente queda não representa muito, se compararmos com a última alta (até o final de julho)”.
A analista acrescenta que, pontuando a visão de curto prazo, há uma figura de alargamento (rompe topo e falha, rompe fundo e falha) que, se confirmada, abriria “espaço para mais quedas, até testar a LTB (linha de tendência de baixa) do alargamento.”
IBOV em contexto negativo
O analista técnico Guilherme Schrepel, da Investimentos 4YOU, avalia que o Ibovespa no curto prazo permanece “dentro de um forte contexto negativo, podendo considera-lo dentro de uma tendência de baixa”.
Entretanto, após o ganho de sexta (18), o Ibovespa deixou um candle positivo, fechando o dia em uma região “bem próxima ao suporte do canal de alta e podendo usar a média móvel exponencial de 200 períodos também como um suporte.”
“Basicamente o índice veio testar o topo do dia 26/02/23. Para que tenhamos um cenário mais otimista, é necessário que o preço rompa a região do 115.728 e, com isso, confirmaria uma formação de fundo, podendo gerar uma condição de ‘pausa’ para essa forte queda. Dentro desse cenário, projetamos um alvo para 117 mil pontos“, aponta Schrepel.
Gráfico diário Ibovespa: julho/2022 a agosto/2023
Conforme o analista, para que o mercado volte a olhar para os 125 mil pontos, “o índice precisa pisar no acelerador e começar a romper as regiões mais relevantes, que são os 117 mil pontos e os 119 mil pontos“.
Caso contrário, aponta Schrepel, o Ibovespa seguirá com “viés mais negativo”.
“Acreditamos que o ponto mais crítico é a região dos 117 mil pontos. Se rompida, a probabilidade do Ibovespa voltar a subir, aumenta. Para nós essa é a região que estamos mais atentos.”
Do lado oposto, ou seja, perdendo a MME200 (média móvel exponencial de 200 dias), que está em 112 mil pontos, o analista projeta os seguintes alvos: 111 mil e 108 mil pontos.
Gráfico semanal Ibovespa
Por fim, olhando para o médio prazo, com base no gráfico semanal [veja acima], Schrepel não considera ainda que o Ibovespa esteja em tendência de baixa. Isso porque, segundo ele, o preço ainda não rompeu a MME21.
“Pelo contrário, quando testada deixou entrou defesa compradora, deixando uma pequena demonstração de pavio. Mas caso a pressão vendedora permaneça, o alvo está em 111 mil pontos, possível teste na MME72″, analisa.
“Do lado inverso, tendo uma visão mais positiva, é necessário que o Ibovespa respeite a MME21 do semanal. Com isso, deixaria um fundo e projetaríamos um alvo em 119 mil pontos. Caso seja rompido, poderíamos ter um retorno altista, deixando uma confirmação de pivot de alta no semanal”, conclui ele.
As análises técnicas do InfoMoney tiram uma pausa nesta semana, mas retornam no dia 28 de agosto. No entanto, diariamente você pode acompanhar as análises do Ibovespa e do dólar futuro, no Mercados Ao Vivo.
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