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Ibovespa fecha em leve alta de 0,27%, com cautela pré-feriado e à espera de dado dos EUA; dólar cai 0,13%

Guerra no Oriente Médio continua no radar, mas dia foi marcado também por ata do Fomc e pela publicação do IPCA de setembro

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em leve alta de 0,27% nesta quarta-feira (11), aos 117.050 pontos, em um dia marcado por oscilação e pela cautela pré-feriado de Nossa Senhora Aparecida no Brasil.

Na quinta-feira, a B3 estará fechada, mas Wall Street funciona e a pauta destacará o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA do mês passado, que deve ajudar a calibrar as apostas para as próximas decisões de política monetária do banco central norte-americano.

Investidores ainda continuam a monitorar a guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, aguardando para ver se o conflito irá escalar.

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Na sessão, o petróleo caiu mais de 2% em um novo dia de baixa após a forte alta na segunda devido às incertezas com a guerra entre Israel e o Hamas, aponta Marcus Labarthe, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.

“Tivemos a percepção de que a guerra entre Israel e Hamas não irá tomar uma proporção regional grande ganhando força, de que ela ficará circunscrita naquela região. Isso deu alívio ao petróleo, que, por sua vez, acaba tirando a pressão da curva de juros”, diz Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.

Assim, apesar de algumas notícias de ataques a Israel na fronteira com o Líbano, sinalizando uma possível entrada do Hezzbollah na batalha, o petróleo fechou em queda, com o Brent caindo 2,08%, a US$ 85,82.

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O recuo da commodity ajudou a tirar pressão dos treasuries yields, com o de dez anos, por exemplo, perdendo 9,3 pontos-base, a 4,562%. O dólar, com isso, perdeu força mundialmente – e caiu 0,13% frente ao real, a R$ 5,049 na compra e a R$ 5,05 na venda.

Fora isso, a publicação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) – com declarações de dirigentes do Federal Reserve sobre a sua última decisão monetária, quando mantiveram a taxa básica de juros no intervalo de 5,25% a 5,50% -, também foi destaque.

“Acredito que a ata traga poucas novidades e os acontecimentos recentes tendem a impactar mais as decisões nos próximos dias. De um lado os dados de mercado de trabalho permanecem fortes e o índice de preços ao produtor de setembro não mudou o contexto da inflação de forma relevante. De outro, os discursos de membros do FOMC nos últimos dias têm demonstrado maior conforto com a perspectiva de não haver mais altas de juros”, fala Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.

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No Brasil, apesar do recuo dos treasuries yields, no entanto, a curva de juros fechou em alta. Os DIs para 2025 ganharam 11 pontos-base, a 10,87%, e os para 2027, 5,5 pontos, a 10,82%. Os DIs para 2029 foram a 11,29%. com mais quatro pontos, e os para 2031 a 11,57%, com mais um ponto.

A curva de juros brasileira subiu apesar de um importante dado da inflação ter vindo aquém do consenso. Hoje foi publicado o IPCA de setembro, que trouxe uma crescimento de 0,26% na base mensal, menor do que o consenso, que era de 34%.

“IPCA de setembro veio abaixo da expectativa. Mesmo mostrando uma esperada aceleração no indicador, tanto em termos mensais quanto anuais, essa aceleração foi mais branda do que o esperado”, fala Quaresma, da Empiricus.  “Agora, em uma segunda leitura, ele indica também que os núcleos de serviços ainda estão pressionados. O Banco Central tem falado em suas falas públicas que a inflação de serviços é a parte mais dolorosa do processo desinflacionário”.

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Especialistas, com isso, interpretam que não deve haver, na próxima reunião, uma aceleração do ciclo de queda dos juros pelo Banco Central brasileiro – apesar de os treasuries estarem se afastando das máximas.

Entre as maiores altas do Ibovespa, ficaram companhias que têm no petróleo parte importante dos seus custos. As ações preferenciais da Gol (GOLL4) subiram mais de 4% e as da Azul (AZUL4), mais de 2%.