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SÃO PAULO – A temporada de resultados do primeiro trimestre de 2016 ganha forças nesta semana. Aquisições e política de dividendos de grandes empresas também estão no radar. Confira os destaques desta terça-feira (26):
Ambev
A Ambev (ABEV3) anunciou na segunda-feira a aquisição da fabricante da marca de sucos ‘do bem’, por valor não revelado.
“A do bem chega para expandir e fortalecer a atuação da divisão de não alcoólicos da companhia”, informou a AmBev em comunicado por email. “A transação não é material para a Ambev e, em momento oportuno, daremos mais detalhes”.
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Criada em 2007 no Rio de Janeiro, a do bem hoje tem operações na França, Espanha e Portugal. A companhia produz sucos e chás embalados e barras de cereais.
Petrobras
A Petrobras (PETR3; PETR4) disse, em comunicado divulgado ao mercado na noite anterior, que a decisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro não suspende a venda de 49% das ações de sua subsidiária Gaspetro para a japonesa Mitsui. Segundo a estatal, o juiz determinou, sim, que a Mitsui não poderá dispor das ações adquiridas. Com isso, a Mitsui não poderá fazer quaisquer negócios com os papéis, como vendê-las.
Conforme o GLOBO publicou ontem, a Justiça Federal do Rio concedeu liminar atendendo à Federação Única dos Petroleiros (FUP), que pedia a suspensão da venda. A Petrobras foi procurada anteontem mas não respondeu sobre o tema até o encerramento da edição do jornal. Ontem, a empresa afirmou que a liminar não suspendeu a venda, como noticiado pelo jornal, mas, sim, impediu a Mitsui de “dispor das ações”.
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Destaque ainda para a notícia de que o fundo de investimentos em participações (FIP) Sondas, que reúne a maioria dos sócios da Sete Brasil, reconheceu até o primeiro trimestre deste ano uma perda de R$ 5,16 bilhões no investimento feito na companhia criada para gerenciar as sondas do pré-sal. Isso representa uma desvalorização de 65% no fundo em 15 meses, segundo dados registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O investimento total feito na Sete Brasil foi de R$ 8,3 bilhões, sendo 95% por meio do Sondas e 5% diretamente da Petrobras. Dentro do FIP Sondas estão os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa), Petros (Petrobras) e Valia (Vale), os bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander, o FI-FGTS e a própria Petrobras. Com o reconhecimento da perda, é provável que muitos desses investidores, que ainda não deram baixa no investimento, tenham de mudar de posição.
Até agora, o BTG, a Funcef e a Previ já anunciaram que fizeram provisões assumindo uma perda total do investimento. O FI FGTS também deve dar baixa total no investimento. Bradesco, Santander e Petros ainda não informaram como vão tratar as perdas do investimento em seus balanços. O Petros informou que vai divulgar sua posição junto com o balanço de 2015, que ainda não foi publicado. O balanço anterior, de 2014, registrava investimentos da ordem de R$ 1,3 bilhão no FIP Sondas, representando quase um terço do total de investimento em fundos estruturados que o Petros possui. Reconhecer a perda agora, pode acentuar o déficit a ser registrado pelo fundo e que terá que ser reequilibrado pelos beneficiários e o patrocinador.
Vale
A mineradora Vale (VALE3;VALE5) aprovou na segunda-feira em assembleia de acionistas uma nova política de dividendos, que permite que a companhia passe a encerrar o pagamento após o fechamento do exercício e não ao longo dele, como ocorria anteriormente, segundo ata enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Pela nova regra, o montante da remuneração ao acionista ficará ainda a critério do Conselho de Administração.
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A mudança ocorreu após a Vale registrar prejuízo líquido de 33,156 bilhões de reais no quarto trimestre de 2015, o pior resultado desde pelo menos a privatização da empresa, em 1997, com suas contas afetadas pelos baixos preços das commodities, que levaram a companhia a realizar uma expressiva baixa contábil.
A nova proposta de remuneração ao acionista será analisada e paga, caso seja decidido pelo pagamento, em dois momentos. A primeira parcela poderá ser paga no mês de outubro do ano em curso e a segunda parcela até o fim do mês de abril do ano subsequente. “O valor da primeira parcela será definido em função dos resultados acumulados do período pela companhia e da estimativa de geração de fluxo de caixa livre para o ano. O valor da segunda parcela será definido após a apuração do resultado do exercício social”, segundo documento da Vale.
Lojas Renner
Temperaturas mais altas e a recessão no país pressionaram os resultados da Lojas Renner (LREN3) no primeiro trimestre, mas a expectativa de clima mais ameno a partir desta semana pode ajudar as vendas, segundo o diretor financeiro e de relações com investidores, Laurence Gomes.
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A varejista teve lucro líquido de R$ 65,5 milhões entre janeiro e março, queda de 10,5% na comparação anual. “Foi um trimestre positivo, considerando a forte base de comparação do ano passado e o ambiente promocional em que a gente conseguiu expandir a margem bruta. Foi a melhor margem bruta para um primeiro trimestre em seis anos”, disse o Gomes. A margem bruta das operações de varejo foi de 55,6%.
A receita líquida aumentou 6,5% no período, a R$ 1,076 bilhão. Segundo Gomes, o resultado “poderia ter sido melhor” se a Renner não tivesse enfrentado questões internas -já resolvidas-, como a falta de produtos leves num momento de temperaturas mais elevadas do que a média. “Se excluíssemos os itens de inverno, teríamos crescimento de dois dígitos”, disse. As vendas no quesito mesmas lojas (abertas há mais de um ano) subiram apenas 1,3%, ante 16,5% na mesma etapa de 2015. Por enquanto, a performance de vendas de regiões mais quentes e que ofertam menos itens de inverno está melhor do que no Sudeste e no Sul. “Para esta semana é esperada uma frente fria e a gente espera normalização das vendas daqui para frente”, disse Gomes.
No trimestre, o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado total caiu 6,5% na comparação anual, a R$ 185,8 milhões. Do lado financeiro, as perdas no cartão Renner, líquidas das recuperações, atingiram 1,8% sobre a carteira total no primeiro trimestre, ante 2,4% no mesmo período de 2015.
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O BTG Pactual ressalta que os números foram mistos e as vendas nas mesmas lojas foram menores do que o esperado, enquanto o financiamento ao consumidor foi melhor do que o esperado. “O mercado pode reagir negativamente aos resultados, mas seguimos com a Renner como a nossa Top Pick e recomendamos manter o nome no radar dados os benefícios de médio a longo prazo dos seus projetos”, afirmam os analistas. O Itaú BBA espera reação negativa a resultados “mais moderados do que nossas estimativas já conservadoras”.
Localiza
A Localiza (RENT3) teve lucro líquido de R$ 103 milhões no primeiro trimestre, alta de 2,7% na comparação anual, informou a empresa de gestão de frotas e aluguel de veículos. A alta de 41% das despesas financeiras, para R$ 67,7 milhões, pressionou o resultado.
A receita líquida consolidada subiu 4%, a R$ 1,047 bilhão. A receita líquida de aluguel avançou 8,5%, enquanto a de seminovos ficou estável. Segundo a Localiza, a queda de 6,3% no volume de venda de carros foi compensada pelo aumento de 6,8% no preço dos veículos vendidos.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado cresceu 5,5% na mesma base de comparação, a R$ 258,4 milhões.
O Itaú BBA espera reação positiva a resultados melhores que o esperado; surpresa positiva foi divisão RAC, que apresentou crescimento de 10% na comparação anual da receita e margem Ebitda estável, “confirmando que as iniciativas lançadas nos últimos 18 meses para estimular a demanda de lazer estão dando frutos”. O BTG Pactual também destacou que a companhia teve um resultado forte e revisou as estimativas para os números da companhia novamente para cima com a surpresa do RAC e a queda menor do que a esperada nas margens de seminovos, elevando o preço-alvo de R$ 33 para R$ 34 por ação.
BTG Pactual
O BTG Pactual (BBTG11) destacou em comunicado que a venda da Pan Seguros depende de aprovação da Caixa. O BTG informou que “está tempestivamente tomando as medidas necessárias para atender as condições precedentes, incluindo notificar formalmente a Caixa sobre as operações, em conformidade com o estipulado no acordo de acionistas vigente”.
Destaque ainda para a notícia de que uma decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki permite que o banqueiro André Esteves volte a trabalhar no BTG Pactual, banco que controlava até ser preso no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo o advogado do banqueiro, Antonio Carlos de Almeida Castro, Teori também revogou o “recolhimento domiciliar integral” (na prática, prisão domiciliar), e dispensou Esteves de se apresentar quinzenalmente à Justiça. As informações são da Folha de S. Paulo.
Odontoprev
O STF (Supremo Tribunal Federal) aceitou o processo movido pela Bradesco Dental (incorporada pela OdontoPrev em 1º de julho de 2010), disse a Odontoprev (ODPV3) em comunicado divulgado ao mercado nesta noite. Segundo o documento, o processo é para afastar o recolhimento de contribuições previdenciárias referentes a valores repassados a profissionais credenciados, prestadores de serviços a beneficiários da companhia. O processo acarretará aproveitamento econômico para a companhia, até a data do evento de incorporação, no montante de R$ 41,2 milhões, disse a empresa.
BRF (BRFS3)
A BRF informou à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que celebrou o contrato para a aquisição de 60% da Al Khan Foodstuff (AKF), distribuidora de alimentos congelados em Omã, por cerca de US$ 38,4 milhões. Com isso, a BRF, que já tinha 40% da AFK, passa a deter a totalidade das ações da empresa.
GP Investments
A GP Investments elevou a oferta pela BR Properties (BRPR3) para R$ 11 por ação. O novo valor se compara a R$ 10 por ação divulgado inicialmente e representa prêmio de 33% sobre preço de fechamento da BR Properties na data em que foi divulgada a intenção de realizar a oferta, segundo comunicado. A GP confirma o leilão da oferta para 11 de maio. A GP quer comprar no mínimo 112,8 milhões de ações ON e no máximo 172,4 milhões, elevando sua participação de 12% na BR Properties para até 58%. O BTG detém 15% da BR Properties e o Petros, 10%, entre outros acionistas.
Eneva
A Uniper está aberta à venda de seu negócio no Brasil, disse o presidente-executivo da empresa, Klaus Schaefer, a analistas durante evento da companhia.
A E.ON, controladora da Uniper, ainda detém uma fatia de 12,25 por cento no grupo brasileiro Eneva (ENEV3), que vale 257,25 milhões de reais com base em seu atual valor de mercado.
Brasil Brokers
A Brasil Brokers (BBRK3) contratou a Grant Thornton para auditar os números referentes a 2016.
(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)
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