Ambev desiste de fábrica no Rio; recomendações, Vale, Petrobras e mais 11 notícias no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (13)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Além do noticiário internacional bastante movimentado em meio às tensões dos EUA com Rússia e Coreia do Norte, além da decisão do Copom e das delações da Odebrecht por aqui, o noticiário das empresas também é agitado. A Embraer anunciou entrega de 18 jatos comerciais e 15 executivos no 1º trimestre, a Direcional divulgou prévia operacional e a BR Malls foi elevada pelo Bradesco BBI. Já o Globo informa que a Ambev desistiu de construir uma fábrica no Rio. Veja os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (13), véspera de feriado (13):

AES Tietê (TIET11)

Segundo o jornal Valor Econômico, a AES Tietê deve assinar nos próximos dias o contrato para compra do complexo eólico Alto Sertão II, da Renova (RNEW11), segundo o presidente da AES Brasil, Julian Nebreda. As duas companhias anunciaram em janeiro um acordo de negociação exclusiva sobre o ativo, avaliado em R$ 650 milhões.

A compra é um passo importante na estratégia da companhia de ter, até 2020, metade do seu Ebitda a partir de fontes não hídricas, com contratos de longo prazo no mercado regulado. Segundo Nebreda e o presidente da AES Tietê, Ítalo Freitas, diante da nova prioridade da empresa pela expansão por meio de eólicas e solares, novas aquisições podem acontecer ainda neste ano.

Ambev (ABEV3)

Segundo informações da coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo, a Ambev comunicou nesta quarta-feira ao governador Luiz Fernando Pezão sua decisão de não construir uma fábrica de latas em Santa Cruz, orçada em US$ 500 milhões. O motivo da desistência seria o questionamento da oposição a
Pezão sobre abrir mão de cerca de R$ 650 milhões em ICMS.

BRF  (BRFS3)

O acordo para que BRF e Qatar Investment Authority, fundo soberano do Qatar, comprem a Banvit Bandirma Vitaminli Yem Sanayii AS, maior produtora de frango da Turquia, é adiado porque documentos e algumas condições prévias para o
negócio não estarão prontos a tempo para a assembléia geral anual da Banvit nesta quinta-feira. As companhias estão trabalhando para concluir o processo o mais rápido possível e uma nova data de fechamento para o negócio será anunciada nesta sexta-feira, segundo comunicado da companhia turca na noite desta quarta-feira. 

A ação da Banvit chegou a subir 8,7% em Istambul, a maior alta desde 10 de janeiro. As ações tinham caído 11% nas três sessões até quarta-feira com receios de que o negócio poderia não ser fechado. 

Direcional (DIRR3)

A Direcional informou que as vendas líquidas contratadas atingiram valor geral de vendas (VGV) de R$ 134 milhões no primeiro trimestre, alta de 13% ante igual intervalo de 2016, com destaque para a forte evolução dos negócios nos segmentos 2 e 3 do programa Minha Casa, Minha Vida, que alcançaram R$ 116 milhões no trimestre. A Direcional lançou quatro projetos no primeiro trimestre, com VGV de R$ 123 milhões (fatia própria) e 1.388 unidades. 

O Itaú BBA espera reação neutra a lançamentos e vendas contratadas “suaves e bem abaixo dos sólidos dados do trimestre anterior; banco espera que aumento nos
lançamentos e vendas contratadas seja concentrado no segundo semestre. 

BR Malls (BRML3)

A BR Malls teve a recomendação elevada para outperform pelo Bradesco BBI. Os analistas citam a nova gestão da companhia, a estratégia da empresa e o valuation. O preço-alvo é de R$ 20,00.

Embraer (EMBR3)

A Embraer entregou no primeiro trimestre deste ano 18 jatos comerciais e 15 executivos para o mercado de aviação comercial dos Estados Unidos, Europa e China, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira.

No segmento executivo, foram entregues 11 jatos leves e 4 grandes. No comercial, a fabricante brasileira de aviões entregou 16 unidades da frota E175 e duas da E195.

Em 31 de março, a carteira de pedidos firmes a entregar da Embraer somava 19,2 bilhões de dólares, mostrou o documento.

Pão de Açúcar (PCAR4)

O Grupo Pão de Açúcar informou nesta quinta-feira que teve alta anual de 9,5 por cento na receita líquida total da divisão alimentar no primeiro trimestre, ajustada pelo efeito calendário, para 10,55 bilhões de reais. As vendas no quesito mesmas lojas subiram 5,6 por cento no segmento alimentar.

Vale (VALE3;VALE5)

No noticiário da Vale, a Bloomberg informa que a volta da Samarco depende de acordo com prefeito de Santa Bárbara. O prefeito da cidade, Leris Braga, vem adiando a permissão para que a Samarco use da água do rio e atrasando a contratação de milhares de trabalhadores para a mineradora da Vale e da BHP voltar a gerar caixa.

 “A prefeitura de Santa Bárbara não vai receber nenhum centavo”, disse Braga em entrevista. “Eu não estou fazendo uma troca para eles obterem o documento de que eles precisam”, disse o prefeito. Braga está tentando fazer que a Samarco financie medidas para proteger a qualidade da água.  Especialistas em saneamento urbano delinearam um plano que custaria cerca de R$ 70 milhões. As partes devem se reunir em 18 de abril em audiência na Justiça, já que Samarco contesta as exigências de Braga. A Samarco disse que entregou um estudo de autodepuração para o município de Santa Barbára que “comprova que não há impactos significativos da captação de água pela Samarco”. A Vale e BHP não quiseram comentar.

 OGPar (OGXP3)

A OGPar, ex-OGX, informou que a sua produção de óleo de março alcançou 242.612 barris. 

Cielo  (CIEL3)

Acionistas da Cielo aprovaram nesta quinta-feira o aumento de capital social da empresa em R$ 1,2 bilhão, dos atuais R$ 3,5 bilhões para R$ 4,7 bilhões, mediante capitalização de parte dos recursos disponíveis na reserva de lucros, segundo informa a companhia. O processo se dará por meio da emissão de 452,8 milhões de novas ações ordinárias, sem valor nominal, a título de bonificação.

A razão estabelecida é de 20%, ou seja, os investidores “ganharão” 1 nova ação ON para cada 5 papéis que tinham em carteira nesta quarta-feira. Os papéis ficam “ex-bonificação” nesta quinta (13).  Os ADRs (American Depositary Receipts) negociados no mercado de balcão dos EUA serão bonificados na mesma proporção.

Bancos

Após a redução da Selic em 1 ponto percentual na noite da última quarta-feira, os bancos Banco do Brasil (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) acompanharam a decisão e anunciaram redução de juros para pessoa física e jurídica. O BB destacou a queda dos juros imobiliários. 

Petrobras (PETR3; PETR4)
A Petrobras prevê a geração de R$ 31 bilhões em receitas para a União com a produção da área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, entre 2020 e 2025, caso consiga iniciar a operação comercial da área na data planejada, segundo apresentação da companhia.

Para cumprir o prazo, a petroleira conta com a permissão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para ser liberada das regras de conteúdo local previstas em contrato. Segundo a companhia, eventuais atrasos na produção podem gerar uma redução das receitas à União de R$ 6 bilhões por ano.

Representantes da Petrobras, operadora da área, e suas sócias no consórcio –Shell, Total, CNPC e CNOOC– têm defendido que as atuais exigências de conteúdo local de Libra, considerado o prospecto mais promissor do Brasil, levam a prazos e preços excessivos.

O consórcio já deu entrada na ANP no pedido do chamado “waiver”, para ter a exigência de conteúdo local da plataforma flexibilizada e aguarda uma decisão da autarquia. Uma audiência pública sobre o tema está marcada para a próxima terça-feira. A Petrobras tem sustentado ainda que uma negativa da agência reguladora poderia colocar em risco o projeto.

Isso porque, segundo a empresa, caso não seja liberada de cumprir as cláusulas de conteúdo local na implantação da primeira plataforma comercial de Libra, e o projeto ainda assim seja implantado, a multa contratual poderia atingir 630 milhões de dólares.

O Projeto de Desenvolvimento da Produção de Libra 1 prevê investimentos de cerca de US$ 5,5 bilhões, sendo US$ 2 bilhões para perfuração, avaliação e completação de poços, US$ 1,5 bilhões com sistema de coleta de produção e US$ 2 bilhões com a plataforma.

Estácio (ESTC3)
A Estácio Participações afirmou nesta quarta-feira que uma investigação interna apontou que não há evidências de que o presidente da companhia tenha trabalhado para tentar inviabilizar a fusão com a rival Kroton.

A investigação foi aberta para apurar denúncias de que o executivo teria discutido com advogados alternativas para inviabilizar a combinação de negócios entre Kroton e Estácio.

“A investigação conduzida pela companhia não encontrou qualquer evidência (…) de que o diretor-presidente tenha tomado qualquer medida que pudesse, sob qualquer forma, impedir, retardar ou dificultar o processo de combinação de negócios entre a Kroton e a Estácio”, diz trecho do comunicado.

No mês passado, o conselho da Estácio afastou o presidente da empresa, Pedro Thompson, dos assuntos relacionados ao processo de fusão com a Kroton no Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade), após denúncia anônima de que o executivo teria articulando contra a transação.

Raia Drogasil (RADL3)
A Raia Drogasil, informou a mudança da sua Marca Corporativa para RD – Gente, Saúde e Bem-estar. Em comunicado, a empresa informou, porém, que tanto a razão social (Raia Drogasil S.A.), como o ticker (RADL3) permanecerão inalterados.

“Hoje, 5 anos após a fusão da Droga Raia e da Drogasil, somos uma empresa completamente distinta, com níveis de escala, eficiência e rentabilidade únicos no setor e com gestão, processos e sistemas totalmente unificados”, disse a companhia em comunicado.

Sobre a nova marca, a empresa diz que “ela reflete integralmente a nossa Identidade, focada em Gente, Saúde e Bem-estar, e o nosso Propósito de ‘Cuidar de Perto da Saúde e Bem-estar das Pessoas em Todos os Momentos da Vida'”.

Lupatech (LUPA3)

Os acionistas da Lupatech aprovaram, por unanimidade, a dispensa da aplicação da cláusula de proteção da dispersão da base acionária (poison pill), prevista no artigo 49 do Estatuto Social, exclusivamente no caso de eventuais novos investidores ou atuais acionistas da companhia atingirem participação igual ou superior a 30% do capital social mediante a subscrição de ações ordinárias no âmbito do próximo aumento de capital a ser realizado pela companhia, seja por meio de uma oferta pública subsequente de ações (follow on) ou de uma oferta privada.

Foi aprovado ainda, por unanimidade de votos, o aumento do limite do capital autorizado da Companhia em 60.000.000 de ações ordinárias, passando o capital autorizado de 30.700.000 ações ordinárias para 90.700.000.

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.