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O dólar hoje fechou com alta de 0,15%, com a moeda norte-americana valendo R$ 4,88 e refletindo a decisão do Federal Reserve (Fed), que manteve nesta quarta-feira (20) os juros inalterados nos EUA, o que já era esperado pelo mercado.
A moeda norte-americana passou boa parte da sessão em queda, tendo ido às mínimas, inclusive, nos R$ 4,81. Entretanto, a direção da divisa se alterou durante a coletiva de Jerome Powell, presidente do Fed, quando ele sinalizou que inflação ainda está longe da meta e que os juros poderão voltar a subir, se necessário.
Essas declarações ajudaram a puxar o dólar mundialmente, com o DXY, que mede a força da divisa americana frente a outros de países desenvolvidos, subindo 0,13%, aos 105,33 pontos.
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O que, como consequência, virou a cotação da moeda norte-americana, por volta das 16h30, também contra o real.
Dólar fecha em alta
Na terça, o dólar já havia apresentado movimento positivo, acompanhando a valorização dos títulos públicos americanos, os treasuries yields.
O DXY, por sua vez, subiu pela nona semana consecutiva na semana passada e apresenta a mais longa sequência de ganhos em quase uma década.
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E a tendência é que a moeda continue em trajetória ascendente, enquanto os juros permanecerem elevados nos EUA, o que pode acontecer por mais algum tempo, de acordo com as própria palavras de Powell.
O presidente do Fed, com postura “hawkish” (mais agressiva contra inflação), sinalizou que é possível que haja mais um aumento e que a inflação continuará sendo analisada de perto, ainda que esteja em patamar mais moderado que visto no ano passado.
Além disso, há aumento das apostas de que uma nova elevação de juros pode ser esperada para novembro.
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Risco e renda fixa
De acordo com André Fernandes, head de Renda Variável e sócio da A7 Capital, os juros futuros e o dólar reagiram em movimento altista como reflexo ao clima de aversão ao risco no mercado.
Segundo Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, a decisão de manutenção da taxa de juros americana, em um primeiro momento, tende a favorecer o mercado brasileiro, podendo “estancar a saída de capital de investidor estrangeiro e também favorecer nossa taxa de câmbio”.
O especialista entende que a tendência é que mais capital continue ingressando na Bolsa brasileira, o que pode levar o real a ter um melhor desempenho perante o dólar, no curto prazo.
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Outra razão que explica alta da moeda americana é a busca pela renda fixa, beneficiada pelos juros mais elevados por mais tempo. O movimento foi evidenciado pelo alta na negociação de bonds justamente após o anúncio.
Os títulos do governo americano operavam em queda antes da decisão, em toda a curva, com ênfase para os títulos de 2 anos, com -0,053 p.p., a 5,056%; de 5 anos, com -0,059 p.p, a 4,463% e; de 10 anos, com -0,048 p.p., a 4,319%.
Após o anúncio da manutenção dos juros nos EUA, os treasuries de 2 e 5 anos passaram a ser negociados em alta, com elevação de 0,022 p.p, a 5,129% para o título mais curto, e 0,004 p.p, a 4,526% para o título de 5 anos.
Selic
Por fim, após o Comitê de Politica Monetária do Banco Central (Copom) decidir reduzir a Selic em 0,5 ponto porcentual, pode haver uma maior migração de recursos para o mercado norte-americano.
Isso por que a relação entre os fatores se dá pela possibilidade de juros mais altos nos EUA – combinados com juros mais baixos no Brasil – resultarem em menos recursos para o mercado brasileiro.
A dinâmica contribuiria, portanto, para a alta da moeda americana ante o real.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)