Eletrobras diminui perdas após STF derrubar liminar que suspendia privatização; veja mais destaques

Confira os destaques da B3 desta sexta-feira (2)

Lara Rizério

Usina Eólica Volta do Rio - Ceará

  *** Local Caption *** Vista dos aerogeradores durante a visita técnica à usina Eólica Volta do Rio no Ceará.
Usina eólica conectada a SE SOBRAL III, Chesf. A usina pertence ao grupo Energimp S/A, controlado pela IMPSA WIND (Industrias Metalúrgicas Pescarmona S.A.).
Usina Eólica Volta do Rio - Ceará *** Local Caption *** Vista dos aerogeradores durante a visita técnica à usina Eólica Volta do Rio no Ceará. Usina eólica conectada a SE SOBRAL III, Chesf. A usina pertence ao grupo Energimp S/A, controlado pela IMPSA WIND (Industrias Metalúrgicas Pescarmona S.A.).

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SÃO PAULO – Em uma sessão negativa para as bolsas mundiais como um todo com o mercado esperando pelo relatório de emprego, o Ibovespa também registra um movimento de maior aversão ao risco e cai forte, intensificando as perdas ainda mais após o relatório de emprego nos EUA, que veio acima do esperado. 

O benchmark da bolsa registrava, às 15h17  (horário de Brasília), queda de 1,36%, com destaque para a baixa das blue chips, como a Petrobras. Vale (VALE3, R$ 41,34, -1,08%) cai cerca de 1%, enquanto bancos têm perdas mais expressivas, caso de Banco do Brasil (BBAS3, R$ 39,24, -1,38%), Bradesco (BBDC3, R$ 37,47, -1,87%; BBDC4, R$ 38,67, -2,48%), Santander Brasil (SANB11, R$ 35,92, -1,86%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 51,55, -1,83%). 

A Cielo, por sua vez, chegou a ensaiar um movimento de alta, mas virou para queda seguindo o movimento da maior parte do mercado. Já a Embraer, que teve um início de sessão morno, passou a disparar após notícia do jornal O Globo apontando que a companhia chegou a um acordo com a Boeing, enquanto a Eletrobras amenizou a queda após o STF derrubar a decisão liminar que havia suspendido a privatização. Os outros destaques de alta ficam com a Suzano (SUZB3, R$ 21,44, +1,95%) e Fibria (FIBR3, R$ 56,33, +1,66%), que sobem seguindo o salto do dólar, cujo contrato futuro salta 1,27%, a R$ 3,217. 

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Eletrobras (ELET3, R$ 19,95, -2,21%;ELET6, R$ 23,30, -1,02%)

Após chegar a cair 3%, as ações da Eletrobras diminuíram fortemente as perdas após o ministro do STF, Alexandre de Moraes, derrubar  a liminar da 6ª Vara Federal de Recife (PE), que havia atendido uma ação popular e suspendido os efeitos de trecho da Medida Provisória 814/2017, que possibilita que a empresa de energia seja privatizada. Com a decisão, foi restabelecida a validade da MP.

A Medida Provisória 814, editada por Temer em 29 dezembro de 2017, retirava de uma das leis do setor elétrico a proibição de privatização da Eletrobras e de suas subsidiárias. Mas, no início de janeiro, o juiz Cláudio Kitner, da Justiça Federal em Pernambuco, concedeu uma liminar para suspender o artigo envolvendo a Eletrobras, decisão essa que foi derrubada por Moraes. 

Contudo, vale destacar que a privatização da Eletrobras será tramitada no Congresso via projeto de lei, que foi enviada ao Legislativo no último dia 22 de janeiro. A operação se dará por meio de aumento do capital social da empresa, que o governo considera “democratização do capital da Eletrobras”. Pela proposta, nenhum acionista poderá ter mais de 10% de poder do voto. O objetivo, segundo o Planalto, é evitar que outra companhia tome o controle da estatal. O projeto também prevê que a União terá ações especiais na Eletrobras após a privatização, chamadas de “golden share”, que dão a seu detentor direitos como garantia de indicação de um membro do Conselho de Administração.

Cielo (CIEL3, R$ 26,27, -2,48%) 

A Cielo virou para baixo após chegar a ensaiar alta depois do balanço do quarto trimestre. A companhia reportou na véspera um lucro líquido de R$ 1,11 bilhão no quarto trimestre de 2017, uma alta de 2,9% ante os R$ 1,079 bilhão registrados um ano antes. No acumulado do ano passado, a companhia viu seu lucro subir 1,2%, para R$ 4,326 bilhões.

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Enquanto isso, nos três últimos meses de 2017, a Cielo viu sua receita sair de R$ 3,120 bilhões para R$ 3,037 bilhões, uma queda de 2,7%. No acumulado anual, a receita líquida recuou 5,7%, para R$ 11,600 bilhões.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) trimestral caiu 1,3%, para R$ 1,378 bilhão entre outubro e dezembro. No anualizado, o resultado caiu 4,6%, a R$ 5,278 bilhões.

Em seu release, a diretoria da companhia disse que “o quarto trimestre de 2017 seguiu tendência registrada no 3T17, com gradual melhora operacional, ainda que pressionado por um cenário econômico e competitivo desafiador, o que exigiu foco constante na disciplina em nossas operações”.

Além disso, a companhia informou que o conselho de administração aprovou distribuição de 73,8% do resultado do grupo em 2017 em dividendos, ou R$ 4,265 bilhões. Os dividendos, líquidos dos já antecipados pela empresa e de juros sobre o capital próprio a serem pagos, serão distribuídos no montante total de R$ 1,059 bilhão, informou a empresa. O valor por ação ficou em R$ 0,390055812.

Segundo o Bradesco BBI, o resultado foi neutro e os principais pontos foram: (1) a base MDR e POS, que continuam diminuindo (receita de adquirência caiu 7,2% na base anual), mas compensadas por menores custos (Cielo Brasil + Cateno + G&A caíram 3.8% no final do ano); (2) spread pré-pagamento com grande retração (receita caiu 8.9% na base trimestral) e; (3) forte performance de Cateno, com aceleração de volumes em cartão de crédito. 

Embraer (EMBR3, R$ 21,48, +5,29%)

A ação da Embraer saltou até 9,26% após a  colunista Miriam Leitão, do jornal O Globo, noticiar que a Embraer aceitou a segunda proposta da Boeing para o modelo de parceria entre as companhias. Assim, as duas criarão uma terceira empresa, que ficará encarregada da operação comercial da fabricante de aviões – o segmento será desenvolvido pelas duas. 

A parte militar do negócio, que travava a combinação entre as empresas, ficará de fora. Ela continuará sob o comando exclusivo do governo brasileiro, segundo a colunista. 

Em nota, a Embraer afirmou que as empresas têm mantido entendimentos, inclusive por meio de grupo de trabalho do qual o governo brasileiro participa, com vistas a avaliar possibilidades para combinação de negócios. Segundo a companhia, as partes envolvidas ainda estão analisando possibilidades de viabilização de uma combinação de seus negócios, que poderão incluir a criação de outras sociedades. A Embraer ainda reiterou que não há garantia de que a referida combinação de negócios venha a se concretizar. 

Petrobras (PETR3, R$ 21,60, -2,39%; PETR4,  R$ 20,02, -2,44%% )

A Petrobras cai após a forte alta da véspera, com as perdas intensificadas com o petróleo passando a cair mais de 1% e seguindo o movimento de aversão ao risco desta sessão. 

No radar da companhia, a estatal concluiu nesta quinta, através da sua subsidiária integral Petrobras Global Finance, a oferta de títulos no mercado de capitais internacional no valor de US$ 2 bilhões e vencimento em 2029, segundo comunicado ao mercado. A empresa recebeu mais de 300 ordens enviadas por investidores dos Estados Unidos, Europa, Ásia e América Latina, segundo o comunicado, e a demanda em captação foi de 5 vezes o valor da oferta.

Operadora do Consórcio de Libra, a companhia ainda informou que deu início ao processo competitivo para a contratação do afretamento do segundo sistema definitivo de produção do Campo de Mero. Localizado na área noroeste do bloco de Libra, Mero fica a cerca de 180 km da costa do Rio de Janeiro, no pré-sal da Bacia de Santos.

A plataforma será um FPSO (unidade que produz, armazena e transfere óleo e gás) com capacidade para produzir 180 mil barris por dia (bpd) de petróleo e processar 12 milhões de m3/dia de gás e será instalada no projeto Mero 2, em lâmina d’água de cerca de 2.000 metros. A unidade, com características similares ao projeto Mero 1 – primeiro sistema de produção definitivo do campo -, terá algumas otimizações implementadas. O início da produção da plataforma está previsto para 2022.  O consórcio de Libra é liderado pela Petrobras – com participação de 40% – em parceria com a Shell (20%); Total (20%); CNPC (10%) e CNOOC Limited (10%), tendo a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) como gestora do Contrato de Partilha da Produção.

Por fim, a Petrobras elevou o preço da gasolina em 0,5% e do diesel em 0,6%, com novos preços válidos a partir de sábado (3). 

Recomendações

O Credit Suisse elevou a recomendação para a Gerdau (GGBR4, R$ 14,53, -0,62%) e Usiminas (USIM5, R$ 11,69, -0,09%) de neutra para outperform. O preço-alvo de Gerdau foi de R$ 14 para R$ 19 e o de Usiminas subiu de R$ 9 para R$ 16.

Os analistas do banco suíço ressaltam que os papéis do setor siderúrgico tiveram dois últimos anos espetaculares e o início de 2018 tambem foi bastante forte, reavaliando assim a dinâmica do setor e entender se existe espaço para uma nova pernada.”A expectativa para 2018 parece bastante forte e esperamos um price momentum robusto. Para o período de 2018-2020, estimamos que sera o maior nível de demanda por aço desde 2014 e acreditamos que este cenário ainda não está precificado nos papéis do setor”, apontam. 

Já a Marcopolo (POMO4, R$ 4,09, -0,97%) foi elevada a ’neutra’ por Bradesco BBI, com preço-alvo de R$ 4. O analista do banco destaca melhor expectativa de Ebitda dada a melhor projeção de vendas de ônibus urbanos e intermunicipais (ambiente macroeconômico melhor, juros menor, ajustes das tarifas e novo leilão de ônibus em SP). Entretanto, a perspectiva mais favorável parece já precificada, sustentando a recomendação neutra, aponta.

A Randon (RAPT4, R$ 8,72, -0,91%) continua sendo a top pick do banco, com o preço-alvo sendo elevado para R$ 10, seguido de Iochpe-Maxion (MYPK3, R$ 23,33, -1,33%), com o preço-alvo sendo elevado para R$ 28. Segundo o Bradesco, a Randon deve se beneficiar de ganho de participação de mercado, uma vez que competidores continuem em dificuldades financeiras e da maior produção de caminhões em 2018. Iochpe deve aproveitar de um melhor cenário para venda de auto enquanto a alavancagem financeira baixa deve motivas a cia a olhar para aquisições. 

Já o Itaú BBA rolou o preço-alvo para Anima (ANIM3, R$ 27,70, +0,73%), passando de R$ 18,50 por ação em 2017 para R$ 30 e mantendo a recomendação marketperform. “A Anima está empenhada em oferecer expansão de margem através de uma combinação de estabilidade de crescimento na receita, redução de custos e extração de sinergias, mantendo sua proposta acadêmica diferenciada e centrada em qualidade. Nós incorporamos essas iniciativas em nosso modelo. No entanto, concluímos que a ação tem potencial limitado neste momento, justificando nossa recomendação neutra”, apontam os analistas.

 

Oi (OIBR3, R$ 3,53, -1,67%; OIBR4, R$ 3,52, -2,49%)

A Oi informou que não realizará AGE no dia 7 de fevereiro. O aviso da companhia foi publicado no jornal O Globo diz que ordem do dia contida na convocação realizada por iniciativa de um dos acionistas da empresa contraria decisão judicial proferida em 8/janeiro.

A Oi disse que segue focada na estratégia de transformação e na implementação de todas as etapas do plano de recuperação judicial aprovado por credores. 

JBS (JBSS3, R$ 10,02, -1,67%)

A JBS USA anunciou a precificação de notas sênior em um total de US$ 900 milhões, com cupom de 6,75% e vencimento em 2028, segundo comunicado da JBS.

Os recursos captados serão utilizados para as necessidades usuais de fluxo de caixa da cia. e para resgate integral das notas sênior emitidas pela JBS USA com vencimento em 2020 e taxa de 8,25% ao ano. A operação resulta no alongamento dos prazos médios dos passivos da cia., na redução significativa da sua despesa financeira, além de reforçar o caixa, disse a JBS.

Natura (NATU3, R$ 34,05, -2,71%)

O Conselho da Natura aprovou a emissão de R$ 1,4 bilhão em debêntures em reunião nesta quinta, disse a companhia em comunicado ao mercado. A 8ª emissão da companhia será feita em série única para investidor qualificado, com vencimento em 14 de agosto de 2019 e remuneração de 110% do CDI.

CCR (CCRO3, R$ 15,36, -1,41%)

A CCR aprovou a emissão de até R$ 620 milhões em debêntures. A emissão será feita pela ViaRio, em série única e para investidores qualificados, segundo decisão do conselho de aministração em 30 de janeiro e divulgada pela CCR hoje em comunicado ao mercado. O vencimento é para 5 de fevereiro de 2028. Os juros são correspondentes a 100% do DI mais spread de até 2,90%. 

Ecorodovias (ECOR3, R$ 11,45, -1,55%)

A Ecorodovias comunicou a compra por R$ 600 milhões de 100% da Concessionária de Rodovias Minas Gerais, que venceu leilão de concessão de 2013 para administrar trecho de 437 quilômetros de estradas nos Estados de Goiás e Minas Gerais. 

“A aquisição da MGO é consistente com a estratégia do grupo Ecorodovias de focar nos ativos de concessões rodoviárias e alongar o prazo de duração do seu portfólio”, disse a empresa em comunicado.

Minerva (BEEF3, R$ 9,73, -0,41%)

A Minerva nomeou Eduardo de Toledo como diretor financeiro, o que foi visto como uma notícia positiva pelo BTG Pactual, que destacou o “peso” do nome e a passagem dele pela Klabin. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.