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Ibovespa avança 0,85%, com ajuda do petróleo e do minério; dólar sobe 1,37% e volta a superar R$ 5

Afastamentos de temor de crise bancária nos EUA e de possibilidade de recessão puxam commodities; Galípolo no BC movimentam juros e câmbio

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em alta de 0,85% nesta segunda-feira (8), aos 106.042 pontos, estendendo o movimento visto na última sexta. O principal índice da Bolsa brasileira surfou, principalmente, na alta das commodities e conseguiu se sair melhor do que seus pares americanos.

Em Nova York, o Dow Jones recuou 0,17%, enquanto S&P 500 e Nasdaq avançaram levemente, com altas de 0,05% e 0,18%. Por lá, o dia não teve grandes novidades.

“Nossa Bolsa também estende o otimismo da última sexta, repercutindo positivamente notícias boas provindas dos Estados Unidos em relação à diminuição de possibilidade de uma recessão. Os dados do Payroll mostraram um aquecimento da economia norte-americana, mas não tanto a ponto de forçar o Federal Reserve a subir mais os juros nas próximas reuniões”, fala Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos.

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O VIX, considerado o índice do medo, continuou a recuar, com queda de 1,16%, aos 16,99 pontos, com a dissipação dos temores em relação à saúde do setor financeiro americano, que cresceram após o que aconteceu com o First Republic.

O menor temor de recessão, junto com maior confiança de retomada na China, impulsionaram o petróleo e o minério. O barril Brent fechou a US$ 76,62, com mais 1,75%, e o minério Dalian subiu mais de 5%.

“O Ibovespa se sustentou no avanço das commodities e bancos, se descolando do movimento errático dos índices norte-americanos. As altas do minério de ferro e do petróleo ajudaram para as valorizações da Vale e Petrobras, enquanto os bancos seguiram as avaliações dos resultados de Itaú e BTG Pactual”, falou Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos. “O minério de ferro negociado em Cingapura avançou, após especulações de que novas regras que regem as empresas estatais na China poderiam impulsionar a demanda industrial”, explica.

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As ações ordinárias da Vale (VALE3) ganharam 1,35%. As ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram, na sequência, 1,64% e 2,13%.

Além disso, o Ibovespa também repercutiu o anuncio de que Gabriel Galípolo será diretor de política monetária do Banco Central – o que dividiu a opinião de analistas.

“A indicação de Gabriel Galípolo para diretor de política monetária do Banco Central provocou aumento da inclinação da curva de juros futuros, com alta nas taxas de vencimentos longos e queda nos curtos, mais sensíveis à política monetária, que poderia ganhar vozes mais dovish ou alinhadas aos anseios do governo”, fala Nishimura. “Outro fator que colabora para a alta do Ibovespa é a indicação de Galípolo. É um nome muito bom no que diz respeito à questão técnica, mas há quem veja a nomeação de forma negativa por ele ser uma pessoa de esquerda, o que mostraria que o governo está fazendo uma indicação política”, diz Cohen.

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Os DIs para 2024 ganharam dois pontos-base, a 13,21%, e os para 2025 fecharam estáveis, a 11,68%. Os contratos negociados para 2027 ganharam 13,5 pontos, a 11,57%, e os para 2029, 13 pontos, a 11,97%. Os DIs para 2031 foram a 12,23%, com mais 14 pontos.

O dólar fechou em alta de 1,37% frente ao real, a R$ 5,011 na compra e a R$ 5,012 na venda, voltando a superar os R$ 5 após fechar a última sexta a R$ 4,94, também repercutindo a indicação de Galípolo.

No exterior, a alta da moeda americana foi bem mais branda, com o DXY, que mede a força da divisa frente outras de países desenvolvidos, tendo alta de 0,18%, a 101,39 pontos.