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O Ibovespa fechou em alta de 1,17% nesta quarta-feira (17), aos 109.459 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira surfou no cenário externo, na alta do minério e também no noticiário politico brasileiro.
Em Nova York, o Dow Jones fechou com alta de 1,24%. S&P 500 e Nasdaq subiram, na sequência, 1,19% e 1,28%.
Por lá, o otimismo se deu por conta, principalmente, da sinalização de que um acordo para alterar o teto da dívida americana está mais próximo de sair do papel. O presidente Joe Biden afirmou estar confiante de que o Congresso chegará a um consenso e que o default não acontecerá.
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” Lá fora, além dos dados americanos que saíram nesta semana e mostraram números acima do esperado, também fica como destaque a negociação em torno do teto da dívida americana. Após a reunião de Biden e Kevin McCarthy [presidente da Câmara dos Representantes] ontem, o mercado parece ter ficado mais calmo de que essa crise deve passar sem muito mais tumulto”, fala Rafael Pacheco, economista da Guide Investimentos.
O VIX, considerado o índice do medo, caiu 6,23%, para os 16,83, sinalizando maior apetite a risco. O benchmark vinha subindo conforme a aproximação da data limite para o acordo, que é no início de junho.
Além disso, também lá fora, a China trouxe notícias positivas que impulsionaram principalmente o minério de ferro – e, decorrentemente, a as ações ordinárias da Vale (VALE3), que subiram 3,31%.
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“Movimento da Vale é explicado pela alta do minério, que avançou. Em Dalian, fechou com alta de 2,96%, ao nível mais alto em três semanas, seguindo a melhora de demanda na China. A expectativa é que as usinas retomarão sua produção”, explica Stefany Oliveira, head de análise de Trade na Toro Investimentos, que também destaca o peso que a mineradora tem no Ibovespa.
Além da Vale, as varejistas e as aéreas também foram destaques no pregão desta quarta. As ações preferenciais da Azul (AZUL4) subiram 14,89%, as ordinárias da Lojas Renner (LREN3), 9,66%, e as preferenciais da Gol (GOLL4), 9,02%.
“O IGP-10 de maio mostrou mais um mês de deflação do índice, enquanto a PMC mostrou que o comércio varejista ainda tem força no Brasil. Dessa forma, os dados de hoje parecem mostrar uma maior queda da inflação ao mesmo tempo em que a economia segue resiliente, o que puxou ações de crescimento”, menciona Pacheco.
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O IGP-10 recuou 1,53% em maio, enquanto as vendas no varejo cresceram 0,8% em março ante fevereiro, ante projeção de queda de 0,8%.
“Outros papéis que se destacam entre as altas são AZUL e GOLL4, que sobem pela expectativa da queda no preço do querosene de aviação com a mudança de política de preços da Petrobras”, diz Lucas de Caumont, estrategista de investimentos da Matriz Capital.
A curva de juros brasileira, apesar das vendas no varejo mais fortes do que o esperado, recuou levemente em sua maior parte ou não se mexeu. Os DIs para 2024 ficaram estáveis, em 13,31%, mas os para 2025 perderam um ponto-base, a 11,72%. As taxas dos DIs para 2027 e 2029 recuaram 1,5 e um ponto, para 11,24% e 11,55%. A remuneração dos contratos para 2021 também ficou parada, em 11,77%.
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“É verdade que o dado do varejo pode ser prejudicial para a tese de queda dos juros, uma vez que ele superou em muito as expectativas. Contudo, ao desagregar a PMC por setores, ela mostrou valores bem difusos”, comenta o especialista da Guide.
Outra sinalização positiva para os investidores veio de Brasília. O ministro da Economia, Fernando Haddad, afirmou que o Governo tem mais de 300 votos para aprovar o arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados.
“O Ibovespa sobe com a expectativa da votação de urgência do arcabouço fiscal, que deve ir para votação na próxima quarta-feira”, diz Caumont. “O relatório do deputado Cláudio Cajado parece ter agradado a maior parte dos deputados na Câmara, elevando as chances de uma votação mais rápida da proposta do novo arcabouço fiscal”, complementa Pacheco.
O dólar fechou com queda de 0,17% frente ao real, a R$ 4,934 na compra e R$ 4,935 na venda, enquanto no exterior a moeda americana teve tendência de alta – o DXY, que compara a sua força contra uma cesta de moeda de países desenvolvidos, subiu 0,30%, aos 102,87 pontos.
“Na contramão do exterior onde o Dólar teve valorização, aqui a sessão foi de volatilidade, a tramitação do arcabouço fiscal após pedido de urgência e as vendas no varejo acima das projeções equilibraram a balança com ânimo no exterior pelo avanço das negociações sobre o teto da dívida nos Estados Unidos”, comenta Diego Costa, Head de Câmbio para o Norte e Nordeste da B&T Câmbio.