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Ibovespa avança 1,97%, com bancos e recuo do governo nos ataques ao BC; dólar fecha a R$ 5,19

Principal índice da Bolsa brasileira conseguiu destoar da movimentação vista no exterior

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em alta de 1,97% nesta quarta-feira (8), aos 109.951 pontos. O índice conseguiu destoar das quedas vistas nos Estados Unidos, revertendo a tendência dos últimos dias, após aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocarem panos quentes sobre a recente polêmica envolvendo o chefe do executivo e o Banco Central brasileiro.

“A notícia referente a ministros estarem aconselhando Lula a baixar temperatura no confronto com BC colabora com a queda dos juros no dia de hoje. O presidente vinha atacando a conduta de Roberto Campos Neto, presidente da instituição, por conta da atual taxa Selic, mas aparentemente alguns ministros alertaram o presidente em relação às insatisfações do mercado”, explica Leandro Petrokas, diretor de Research da Quantzed.

Ainda no noticiário, o ministro Alexandre Padilha, que comanda a pasta das Relações Institucionais, enfatizou nesta quarta-feira que não há qualquer intenção por parte do governo de mudar a atual lei da autonomia do Banco Central e negou que haja pressão sobre qualquer mandato da autoridade monetária.

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Com a diminuição das ameaças, a curva de juros brasileira caiu em bloco. As taxas dos DIs para 2024 fecharam a 13,50%, com menos 18 pontos-base, e as dos DIs para 2025, a 12,77%, com menos 38 pontos. Os contratos para 2027 fecharam com um yield de 12,84%, recuando 35 pontos, e os para 2029, com um de 13,12%, com baixa de 29 pontos. Os DIs para 2031, por fim, perderam 23 pontos-base, a 13,26%.

Entre as maiores altas do Ibovespa, ficaram, com isso, algumas companhias ligadas ao mercado interno. As ações ordinárias da construtora Cyrela (CYRE3) subiram 4,35%, as da Totvs (TOTS3), 3,99%, e as da Magazine Luiza (MGLU3), 4,20%.

“Mercado já estava prevendo que o Lula e a ala política do PT teriam um tom mais ameno em relação ao Banco Central e ao Roberto Campos Neto. Hoje a fala veio através do Alexandre Padilha, sinalizando que o governo não pretende mudar a independência do Banco Central”, diz Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

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O especialista, além das sinalizações políticas, menciona também que os bancos ajudam a puxar o Ibovespa, após o Itaú (ITUB4) divulgar seu resultado na véspera que foi bem recebido. As ações preferenciais da instituição financeira fecharam com alta de 8,27%, bem como as do Bradesco (BBDC4), que subiram 4,89%. As unitárias do Santander (SANB11) ganharam 4,86%.

Nos Estados Unidos, o dia foi de baixa. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 0,61%, 1,11% e 1,68%, apagando o otimismo da véspera, em meio a resultados corporativos ruins no quarto trimestre.

“Esta temporada de balanços foi, na melhor das hipóteses, abaixo da média”, disse à CNBC Eric Sterner, CIO da Apollon Wealth Management. “Leva tempo para que esses aumentos de juros afetem os ganhos. Agora, estamos começando a ver isso”.

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O dólar ficou estável no exterior, com o DXY, que mede a força da divisa americana frente a outras de países desenvolvidos, fechando estável, nos 103,50 pontos. Frente ao real, a moeda recuou 0,06%, a R$ 5,196 na compra e a R$ 5,197 na venda.