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Ibovespa cai 0,52%, com peso de companhias ligadas ao mercado interno; dólar recua 0,65%

Bolsa brasileira acompanhou a performance dos índices americanos e sofreu com ações ligadas ao cenário interno

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em queda de 0,52% nesta quarta-feira (1), aos 104.384 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou o que foi visto no exterior, mas também repercutiu notícias do cenário interno.

Entre as maiores quedas do Ibovespa, ficaram, principalmente, companhias de crescimento e as mais alavancadas – que sofreram com uma nova alta na parte longa da curva de juros.

As taxas dos DIs para 2027 ganharam dois pontos-base, a 12,99%, e as dos DIs para 2029, quatro pontos, a 13,38%. Os contratos para 2031 foram a 13,52%, com mais quatro pontos.

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As ações da Magazine Luiza (MGLU3) caíram 10%, as da Méliuz (CASH3), 9,20% e as da Locaweb (LWSA3), 8,59%.

Destaque negativo também para a Hapvida e para a 3R Petroleum, que caíram 32,7% e 10,46%, na sequência. A primeira recuou após divulgar um balanço que frustrou analistas e a segunda foi impactada pela decisão da Petrobras (PETR3;PETR4) de pausar as vendas de ativos por noventa dias.

“O mercado repercute o tema da reoneração dos combustíveis. Por um lado, é positivo porque o fiscal tem um pouco mais de espaço. Do outro, a trajetória da inflação fica um pouco incerta. Especialistas tentam entender qual será o impacto disso nos índices”, explica Bruno Mori, economista e sócio fundador da consultoria Sarfin.

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Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou uma reoneração de R$ 0,47 por litro de gasolina e de R$ 0,02 no de etanol – que, no entanto, serão um pouco compensados pela redução dos preços cobrados pela Petrobras .

“O tiro saiu pela culatra. A tentativa de tentar manter a inflação para baixo tornou o problema maior. O mercado agora especula se teremos novas tributações, para além de petroleiras, ou não”, acrescenta Jansen Costa, sócio fundador da Fatorial Investimentos.

Além disso, a curva de juros brasileira também sofreu pressão altista vinda de fora. Nos Estados Unidos, os treasuries yields para dez anos ganharam 8,2 pontos-base, a 3,996%, e os para dois anos, 8,4 pontos, a 4,881%.

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“O temor continua por lá continua sendo que o Federal Reserve irá subir mais as taxas de juros”, explica Flávio Conde, analista da Levante Investimentos.

Hoje houve a publicação, por lá, do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria dos Estados Unidos, que trouxe leitura de 47,7 em fevereiro, acelerando frente os 47,4 de janeiro. Além disso, o subíndice de preços subiu de 44,5  para 51,3 na mesma comparação.

Os índices mais expostos às taxas de juros fecharam em queda. S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 0,47% e 0,66%. O Dow Jones, mais ligado à economia real, ficou estável, com alta de 0,02%.

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O dólar, por fim, perdeu força mundialmente. O DXY, que mede a força da moeda americana frente a outras de países desenvolvidos, caiu 0,43%, aos 104,42 pontos. Frente ao real, a queda foi de 0,65%, a R$ 5,191 na compra e na venda.

Contudo, foi também um PMI que evitou que o Ibovespa tivesse queda maior. Na noite de ontem, a China publicou seus PMIs composto, industrial e de não-manufatura e todos vieram acima do consenso. Isso ajudou a puxar o preço do minério de ferro e decorrentemente das ações das mineradoras e siderúrgicas brasileiras. As ações ordinárias da CSN (CSNA3) ganharam 7,62%, as da Vale (VALE3), 4,55% e as da CSN Mineração (CMIN3), 3,22%.