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Ibovespa cai 0,77% com ajuste e exterior, e encerra sequência de oito pregões de alta; dólar sobe 1,12%, a R$ 4,94

Realização, pressão do exterior e cenário microeconômico pesaram sobre o principal índice da Bolsa brasileira nesta terça-feira

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em queda de 0,77% nesta terça-feira (16), aos 108.193 pontos, e interrompeu a sequência de oito altas. Em parte, o principal índice da Bolsa brasileira sofreu com uma realização após a sequência de ganhos, mas houve também impacto do cenário do exterior.

“Hoje tinha tudo para ser positivo, como a Petrobras subiu forte, compensando as perdas que tivemos no final do pregão. A queda, contudo, não impressiona, já que estávamos com oito dias de alta no Ibovespa. É normal termos uma realização dos lucros”, fala Anderson Meneses, diretor executivo (CEO) da Alkin Research.

A petroleira estatal avançou a despeito do anúncio de mudança do fim da paridade internacional e de corte dos preços. Em parte, segundo especialistas, as mudanças foram menos radicais do que o esperado – apesar do real teste ainda estar por vir. As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4) subiram, respectivamente, 2,24% e 2,49%.

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“Apesar da redução de preço, não há muita visão de impacto nos resultados. A política de preços da companhia foi alterada, mas não de forma dramática”, comenta Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. “Ibovespa testa sua primeira queda após muitos dias de alta. É até algo bem vindo. As correções fazem parte do mercado. O índice, contudo, não conta toda toda a história da Bolsa, porque as smalls caps sofreram bem, enquanto a Petrobras segurou a queda”.

Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, destaca que também houve algum otimismo durante o pregão em relação à divulgação do arcabouço fiscal.

“Divulgação do texto foi bem recebida pelo mercado. Depois dela, o relator, Claudio Cajado, deu uma uma entrevista citando mais detalhes sobre o arcabouço e disse que espera que o texto seja votado no máximo até a próxima semana. Haddad também disse estar confiante com a aprovação do arcabouço”, diz Cohen.

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Especialistas, no meio da tarde, contudo apontaram que o texto mais rígido aumenta a previsibilidade, mas pode encurtar vida útil da regra.

A curva de juros brasileira subiu em bloco. Os DIs para 2024 ganharam 1,5 ponto-base, a 13,31%, e os para 2025, sete pontos, a 11,74%. As taxas dos contratos para 2027 foram a 11,27%, com mais doze pontos, e as dos para 2029, a 11,56%, com mais 14 pontos. Os DIs para 2031 foram a 11,56%, com mais 16 pontos.

“Com a alta dos juros, a gente tem as varejistas caindo, principalmente a Maganize Luiza. A ação dela hoje é penalizada também após ter divulgado resultados ruins, com prejuízo líquido de R$ 309,4 milhões no primeiro trimestre, valor mais que três vezes maior que o prejuízo relatado no mesmo período de 2022”, explica o analista.

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As ações ordinárias do Magazine Luiza caíram 22,83%. Na sequência veio as ordinárias da BRF (BRFS3), com menos 9,17%, após a companhia também divulgar seus números do intervalo de janeiro a março.

O dólar ganhou força frente ao real, com alta de 1,12%, a R$ 4,942 na compra e a R$ 4,943 na venda. A moeda americana, contudo, ganhou força mundialmente – o DXY avançou 0,18%, aos 102.62 pontos.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 1,01%, 0,64% e 0,18%.

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“Fica na pauta dos investidores o arcabouço fiscal e, quanto ao cenário macro internacional, a questão do teto da dívida americana, que precisa ser definido até o dia primeiro de junho. Isso culmina um pouco em stress no mercado. A questão da dívida americana, apesar de o calote ser improvável, cada dia mais adiciona preocupação”, fala Meneses.

O governo dos Estados Unidos e o Congresso americano, particularmente a Câmara dos Representantes, vivem atualmente um impasse sobre a autorização ou não para o aumento do teto da dívida federal. O VIX, considerado o índice do medo, avançou 5,08%, aos 17,99 pontos.