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O Ibovespa fechou em queda de 0,80% nesta segunda-feira (10), aos 117.942 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira destoou da movimentação do exterior, principalmente, por conta da performance das mineradoras e siderúrgicas e da alta dos juros.
Entre as maiores baixas do Ibovespa ficaram os papéis ordinários da CSN (CSNA3), com menos 3,3%, os da CSN Mineração (CMIN3), com menos 2,14%, e os ordinários da Vale (VALE3), com menos 1,53%. O minério de ferro teve seu pior dia em nove meses, com queda de 3,5% no porto chinês de Dalian, após dados mais fracos da economia e da produção de aço na China.
“O índice da bolsa brasileira foi impactado, principalmente, pela queda nas cotações de empresas do setor de mineração, siderurgia e varejo. A empresa de maior posição no Ibovespa, a Vale, caiu acompanhando o preço da commodity, depois de dados de inflação na China consolidarem a visão de uma economia que retoma muito lentamente”, diz Vanessa Naissinger, especialista de investimentos da Rico.
A inflação chinesa de junho recuou 0,2%, sinalizando uma economia mais lenta, ante consenso de estabilidade.
“O quadro de deflação na China reforçou os receios com a recuperação econômica do país, o que causou queda no minério de ferro e naturalmente se refletiu nas ações de Vale”, mencionou Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
Além das mineradoras e siderúrgicas, foram destaques também entre as quedas do Ibovespa companhias ligadas ao mercado interno. Os papéis ordinários das Lojas Renner (LREN3) caíram 6,46%, os da Via (VIIA3), 3,77%, e os do Magazine Luiza (MGLU3), 4,09%.
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“A alta dos juros futuros se refletiu sobre o desempenho de ações sensíveis à variável, como varejistas e construtoras”, explica Nishimura. “Os juros futuros subiram com algum ajuste após o Boletim Focus indicar uma manutenção das perspectivas para inflação e juros, encerrando as revisões para baixo que vinham ocorrendo. Isso mesmo que em menor ritmo após falas de Fernando Haddad de que ‘é possível zerar o déficit primário em 2024”, avalia.
Os DIs para 2024 ganharam quatro pontos-base, a 12,82%, e os para 2025, 10 pontos, a 10,78%. As taxas dos contratos para 2027 foram a 10,19%, com mais 8,5 pontos, e as dos para 2029 a 10,53%, com mais oito pontos. Os DIs para 2031 fecharam a 10,69%, com mais seis pontos.
O Boletim Focus trouxe que a previsão para a inflação em 2024 continuou nos mesmos 3,92% nesta semana. A projeção para o IPCA de 2025 se manteve em 3,60% e a 2026 permaneceu em 3,50%. No juros, a projeção da taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) se manteve em 12% para este ano, enquanto a estimativa para 2024 continuou em 9,50% e a de 2025 foi mantida em 9,0%. A de 2026, contudo, avançou de 8,63% para 8,75%.
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“O mercado deu uma estacionada, a curva de juros respondeu. Também há expectativa do dado de inflação, que virá amanhã no Brasil, com o IPCA, e também na quarta-feira para os Estados Unidos, com o CPI”, menciona Anderson Meneses, CEO da Alkin Research.
Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 0,62%, 0,24% e 0,18%.
“Nos Estados Unidos, as bolsas americanas operaram entre perdas e ganhos, em semana que marca o início da temporada de resultados do segundo trimestre. Empresas do setor financeiro como BlackRock, JPMorgan Chase, Wells Fargo e Citi irão divulgar seus balanços ao decorrer da semana, e investidores se mantém atentos após a crise dos bancos regionais iniciada no primeiro trimestre de 2023 e expectativa de juros altos por mais tempo na principal economia do mundo”, fala Naissinger, da Rico.
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O dólar ganhou 0,34% frente ao real, a R$ 4,882 na compra e a R$ 4,883 na venda.