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O Ibovespa fechou em queda de 1,62% nesta quarta-feira (26), aos 112.763 pontos, queda de 7.166 pontos em relação ao fechamento de sexta-feira (21), quando fechou a 119.929 pontos. Nesta sessão, o principal índice da Bolsa brasileira acompanhou, em parte, o movimento visto no exterior, mas, mais uma vez, foi muito impactado ela volatilidade pré-eleições – e agora acumula uma queda de cerca de sete mil pontos desde o início da semana.
Em Nova York, o Dow Jones ficou estável, aos 31.839 pontos. S&P 500 e Nasdaq, contudo, recuaram, respectivamente, 0,74% e 2,04%.
Hoje, no exterior, o destaque negativo ficou para as ações de tecnologia. As ações da Microsoft caíram 7,72% e as da Alphabet, controladora da Google, 9,14%. As duas companhias divulgarem ontem seus balanços e projeções, considerados negativos pelo mercado.
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Os resultados das companhias trouxeram, para especialistas, sinais de que a economia americana está desaquecendo. Apesar dos números mais fracos pesarem nos preços das ações, eles trouxeram, também, uma folga para os treasuries yields – o para dez anos perdeu 9,9 pontos-base, a 4,011%, e o para dois anos, 4,7 pontos, a 4,42%.
“O dólar hoje tem dia de queda frente a pares, devido a uma expectativa do mercado de que o Federal Reserve será menos agressivo no aumento de juros”, pontua Felipe Steiman, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da B&T Câmbio.
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O DXY, que mede a força do dólar frente a outras divisas de países desenvolvidos, caiu 1,14%, aos 109,69 pontos. Frente ao real, porém, a moeda americana ganhou 1,22%, a R$ 5,381 na compra e a R$ 5,382 na venda.
“Porém, frente ao real a gente vê uma valorização da moeda americana, devido à corrida eleitoral iminente”, acrescenta Steiman.
De forma geral, os especialistas continuam defendendo que o recuo do Ibovespa e dos demais ativos brasileiros se dá por conta da aproximação das eleições.
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Eleições pesam no Ibovespa
“Discussão mais relevante de agora, no horizonte, é a eleição, como era natural de se esperar. Muitos investidores estão vendendo posição na Bolsa brasileira para evitar o risco. É algo normal, principalmente no que tange às estatais, que são as mais impactadas. Trata-se de um movimento geral de aversão ao risco”, explica Felipe Moura, sócio e analista da Finacap.
Ele explica que na última semana houve um movimento de alta expressiva baseado, principalmente, no ganho de força nas pesquisas de Jair Bolsonaro. O atual presidente, ao contrário do seu principal concorrente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já sinalizou quais são os seus planos para a economia brasileira. Agora, as notícias positivas para o atual presidente vêm perdendo força, por conta de acontecimentos recentes.
“O mercado abriu um pouco mais fraco por aqui, em virtude das pesquisas eleitorais. A Petrobras (PETR3;PETR4) recua, mesmo com o petróleo subindo, e ajuda a a arrastar o Ibovespa”, explica Rafael Marques, economista e CEO da Philos Invest.
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A estatal, em governos passados do PT, já foi alvo de intervenções políticas e corrupção – o que tende a afastar investidores. Além disso, Lula defendendo que irá modificar a atual política de preços da companhia.
As ações ordinárias e preferenciais da estatal caem, respectivamente, 1,82% e 2,45%. O petróleo Brent fechou em alta de 2,53%, a US$ 95,89.
Além disso, foram destaques negativos também os bancos, após o Santander (SANB11) frustrar em seu resultado do terceiro trimestre. As units do banco caíram mais de 5% e puxaram outras consigo: as preferenciais do Bradesco (BBDC4) recuaram 4,36%, as ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3), 3,54%, e as preferenciais do Itaú (ITUB4), 2,14%.
O resultado do banco, além de pesar no Ibovespa, ajudou também a impulsionar a curva de juros, que fechou toda no verde. Os DIs para 2025 foram a 11,92%, com mais oito pontos-base, e os para 2027 foram a 11,80%, em alta de mais 13 pontos. Os DIs para 2029 ganharam 10 pontos, a 11,92%, e os para 2031 a 11,99%, com mais sete pontos.
Além do balanço, as próprias eleições e os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que trouxe a abertura de 285,3 mil vagas em setembro, também ajudaram os juros a subirem.
Investidores, neste ponto, aguardam também a decisão de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom).
“Hoje temos Copom e o esperado pela grande maioria é que o Banco Central manterá a taxa em 13,75%. Mais importante do que a esperada decisão serão, contudo, os comunicados da autoridade monetária, pois assim teremos mais clareza sobre a visão do BC sobre inflação e possíveis futuras reduções de juros”, finaliza Steiman.
Saiba mais sobre o movimento do Ibovespa assistindo ao Radar InfoMoney desta quarta-feira: