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Ibovespa descola do exterior e avança 2,13%, com commodities e baixa dos juros; Dólar fecha abaixo de R$ 5,10

Índice brasileiro surfou com sinais de melhora da economia interna e também com disparo de commodities

Vitor Azevedo

B3  Bovespa  Bolsa de Valores de São Paulo  (Germano Lüders/InfoMoney)
B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em alta de 2,13% nesta terça-feira (23), aos 112.857 pontos, se recuperando da queda da véspera. O índice brasileiro destoou do que foi visto no exterior, onde os principais benchmarks ficaram no vermelho.

Em Nova York, Dow Jones e S&P 500 recuaram, respectivamente, 0,47%, 0,22%. A Nasdaq, no entanto, fechou estável, aos 12.381 pontos.

“Nos Estados Unidos, o mercado continua cauteloso com o simpósio de Jackson Hole, que começa na quinta-feira. Investidores aguardam a posição de Jerome Powell e o mercado vem sinalizando que espera que o Federal Reserve endurecerá o movimento de aperto de juros”, comenta Felipe Moura, analista da Finacap Investimentos.

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Segundo levantamento da CME Group, 52,5% dos entrevistados agora esperam que o próximo encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) traga uma alta 75 pontos-base da fed funds, para a faixa de 3% a 3,25%. Na última pesquisa, esse número era de 44,5%.

Os treasuries com vencimento em dez anos fecharam negociados a uma taxa de 3,061%, alta de 2,6 pontos-base.

Nem mesmo os dados macroeconômicos mais fracos do que o esperado nos EUA mudaram a percepção de que o Fed irá trazer um maior aperto monetário – isso, em parte, porque diretores da instituição vêm defendendo aperto mesmo com a economia dando sinais de desaceleração.

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O PMI de setor de serviços dos Estados Unidos veio com leitura de 44,1 em agosto, ante consenso de 49,2. A venda de novas casas em julho ficou em 511 mil no mesmo país, ante 575 mil projetados.

“No Brasil, há um descolamento do mercado, confirmando a melhora geral nas condições macro, com a perspectiva de fim de aperto monetário [por aqui]”, explica Moura. “Hoje, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, falou que a queda dos preços de energia deve frear a inflação ainda mais do que o esperado”, complementa.

Luiz Souza, operador de renda variável da SVN Investimentos, também mencionou que a participação do presidente do BC em evento no Chile agradou investidores. “Ele falou em inflação em 6,5% em 2022 e que no curto prazo o Brasil terá um processo mais longo de deflação, por conta da queda do preço do petróleo. Isso se refletiu na nossa curva de juros”, pontua.

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A curva de juros brasileira recuou em bloco. Os DIs para 2023 tiverem suas taxas caindo dois pontos-base, para 13,72%, e os para 2025, 16 pontos, para 11,92%. As taxas para os contratos de 2027 foram a 11,64%, recuando 17 pontos. As para 2029 e 2031, na ponta longa, tiveram seus rendimentos caindo 18 e 17 pontos, respectivamente, para 11,78% e 11,89%.

Entre as maiores altas do Ibovespa, ficaram companhias ligadas ao mercado interno e de crescimento. As ações ordinárias da Americanas (AMER3) dispararam 15,91%, as do Méliuz (CASH3), subindo 9,32% e as do Magazine Luiza (MGLU3), com ganhos de 8,64%. AMER3 segue a repercussão do anúncio da ida de Sergio Rial para a presidência da companhia a partir de 2023.

Foram destaque também empresas ligadas ao setor de siderurgia e mineração. As preferenciais série B da Usiminas (USIM5) dispararam 9,72% e as ordinárias da CSN (CSNA3), 9,29%. Os ativos da Vale (VALE3) saltaram 6,41%.

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“Corroborou com a alta do Ibovespa a China falando que continuará incentivando a economia, o que impulsionou o minério”, comenta Souza. “Do outro lado, o petróleo se valorizou após falas de um ministro da Arábia Saudita, que defendeu que o país pode cortar a produção no caso de recuo do preço do barril”.

No porto chinês de Dalian, o preço da tonelada do minério de ferro avançou 2,47%, para US$ 102,99. Já o barril de petróleo Brent disparou 3,86%, a US$ 100,20.

“Tivemos uma mercado em forte alta com a combinação de avanço dos materiais básicos junto com fechamento da taxa de juros”, destaca João Abdouni, analista da Inv.

O dólar comercial fechou em queda de 1,31%, a R$ 5,099 na compra e na venda, na sequência da alta das commodities e divulgação de dados econômicos mais fracos nos EUA.

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