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Ibovespa fecha em alta de 0,33% e supera patamar dos 126 mil pontos, mas fica longe das máximas por fiscal; dólar sobe 0,07%

Notícia de revisão do déficit primário do governo central em 2023 impactou ativos de risco brasileiros e os afastou das máximas

Vitor Azevedo

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O Ibovespa conseguiu fechar em alta de 0,33% nesta quarta-feira (22), aos 126.035 pontos. Apesar dos ganhos, o principal índice da Bolsa brasileira fechou longe da máxima do dia, sendo que chegou a tocar os 126.875 pontos, impactado por notícias ligadas ao cenário interno.

Ainda assim, o índice renovou máximas, para alcançar o maior nível desde 15 de julho de 2021.

“O início de dia foi positivo, com o Ibovespa chegando a subir quase 1% na sua máxima intraday por volta do meio dia. Mas, ao longo do pregão, com umas falas um pouco mais preocupantes sobre essa situação fiscal, essa tendência foi se revertendo”, fala Anderson Meneses, CEO da Alkin Research.

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A notícia que mais pesou foi a de que os ministérios do Planejamento e Orçamento e da Fazenda revisaram as projeções para o déficit primário do governo central em 2023 de R$ 141,4 bilhões (em setembro) para R$ 177,4 bilhões − o equivalente a 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) −, considerando a metodologia “acima da linha”. Já usando a metodologia “abaixo da linha” (a mesma adotada pelo Banco Central e que leva em consideração mudanças no estoque da dívida pública), a projeção de déficit passou para R$ 203,4 bilhões.

” A informação de que o déficit desse primário desse ano será maior impactou bastante o mercado e apagou os ganhos que a gente tinha hoje. O Ibovespa lutou para fechar no positivo”, completa Meneses.

Além disso, a informação de que o estado de Minas Gerais aceitou repassar ativos para a União em troca do abatimento de dívidas também pesou. Os papéis preferenciais da Cemig (CMIG4) caíram quase 10%.

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“A Petrobras (PETR4), por fim, também não ajudou, acompanhando o preço do petróleo. A gente, agora, segue um pouco mais cauteloso após novas indicações sobre a situação fiscal, que é um tema que tem fragilizado o mercado brasileiro”, fecha o CEO da Alkin.

O petróleo Brent caiu 1,07%, a US$ 81,57, na esteira do anúncio de que a reunião da OPEP+ marcada para esse final de semana foi adiada em quatro dias. As negociações de corte de produção enfrentaram problemas devido à insatisfação saudita com os níveis de produção de petróleo de outros países membros, que não reduziram a oferta como prometido, sugerindo que o país não estaria disposto em fazer novos cortes sozinho.

Investidores, quanto a Petrobras, estão de olho também na publicação do novo plano de investimentos, marcado para sair sexta, e nos rumores sobre a possível troca do presidente da estatal.

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O recuo da commodity, em parte, ajudou a curva de juros brasileira a fechar em queda, apesar da situação fiscal. Os DIs para 2025 perderam 7,5 pontos-base, a 10,50%, e os para 2027, 9,5 pontos, a 10,36%. As taxas dos contratos para 2029 e 2031 recuaram, respectivamente, sete e seis pontos, a 10,99% e 10,98%.

Nos Estados Unidos, os treasuries yields ficaram próximos da estabilidade, com o para dez anos imóvel, a 4,41%.

Por lá, investidores estão mais cautelosos, já que as bolsas não abrirão nesta quinta e sexta, por conta do feriado de Ação de Graças. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq, no entanto, subiram, respectivamente, 0,53%, 0,41% e 0,46%,

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“Nesta quarta-feira, os mercados operam em leve alta com investidores dando sequência ao otimismo que vem marcando o mês de novembro. O impulsionador desse movimento tem sido a redução da expectativa de novas altas nas taxas de juros nos Estados Unidos, após dados de inflação e mercado de trabalho aliviarem a pressão sobre os juros na principal economia do mundo”, explica Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos.

O dólar, por fim, subiu 0,07%, a R$ 4,901 na compra e a R$ 4,902 na venda.