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Ibovespa fecha em queda de 0,82% com pressão do exterior e à espera de Powell; dólar tem leve alta e volta para R$ 5

Derrocada de WEG puxou o índice para baixo, além de repercussões dos índices de NY

Camille Bocanegra

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O Ibovespa fechou com queda de 0,82% nesta terça-feira (23), aos 112.829,97 pontos. O índice foi puxado, principalmente, pelo mau humor lá fora, com o crescimento do sentimento de aversão ao risco, enquanto o grande destaque de queda do pregão foi a WEG (WEGE3) após o balanço do terceiro trimestre. 

“Dia negativo para os ativos de risco globais, mesmo com resultados positivos de Microsoft ontem e com as promessas de estímulos na China, em meio à indigestão dos investidores com a alta das taxas de juros, com os investidores se preparando para a fala de Powell, em véspera de divulgação do PIB do 3T23, que deve mostrar a economia ainda aquecida, percepção reforçada pelas fortes vendas de novos imóveis divulgadas hoje”, explica Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos. Cabe destacar que, enquanto Microsoft teve bons resultados, Alphabet decepcionou, com uma queda de mais de 9% das ações. 

Em Wall Street, os principais índices fecharam em queda, pressionados pelos Treasury yields que ainda avançam e refletem sentimento de aversão ao risco. No fim da tarde, Jerome Powell realizará discurso. A fala é aguardada com ansiedade, especialmente após os dados de vendas de novos imóveis mais fortes que o esperado.

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No campo político, o deputado Mike Johnson é o novo presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, após consenso entre republicanos encerrar impasse que durava 3 semanas.

“O dólar hoje esteve em terreno de estabilidade, próximo do fechamento de ontem, no aguardo dos dados preliminares do PIB americano que sai amanhã. Já a nossa curva de juros voltou a subir, desde que o mercado começou a acompanhar mais de perto o movimento das treasuries americanas”, explicou Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.

No mercado de Treasuries, o título de dez anos subiu 10,6 pontos-base (pb), a 4,946%, enquanto o título com vencimento de 2 anos teve alta de 4,5 pb em seus rendimentos, a 5,116% e com vencimento de 5 anos subiu 8,5 pb em seus retornos, 4,909%.

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O dólar encerrou o dia com alta de 0,16%, cotado a R$ 5,002 na venda e R$ 5,001 na compra.  A divisa norte-americana ficou também subiu na comparação com as principais moedas do mundo, com o DXY em alta de 0,24%.

No mercado de commodities, o preço do petróleo fechou em território positivo nesta quarta-feira, 25, apoiado pelas especulações sobre uma eventual escalada da guerra entre Israel e Hamas. A valorização reflete um movimento especulativo de que um possível envolvimento de grandes produtores de petróleo, como Irã e EUA, poderia resultar problemas na oferta.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para dezembro fechou em alta de 1,97% (US$ 1,65), a US$ 85,39 o barril, enquanto o Brent para janeiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 2,24% (US$ 1,96), a US$ 89,12 o barril.

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Por aqui, os juros encerram o dia em caráter misto, com contratos mais curtos em queda enquanto há alta nos contratos mais longos.

“Nos juros, a curva local descolou do exterior, com os investidores apostando em uma leitura benigna do IPCA-15 amanhã, além de notícias afirmarem que [Arthur] Lira [presidente da Câmara dos Deputados] deve pautar o PL [projeto de lei] dos fundos offshore e exclusivos hoje, com os vértices curtos fechando em leves baixas, enquanto as taxas de longo prazo subiram pouco”, destaca Borsoi.

A taxa do DI para janeiro de 2024 ficou estável em 12,11%, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,93%, ante 10,96% do ajuste anterior e a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,81%, ante 10,83% do ajuste anterior.

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Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,00% com estabilidade enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 11,26%, ante 11,25%.

O destaque do dia no mercado de ações ficou com a WEG, com o balanço do 3T23 abaixo das expectativas. “Com quedas nas margens e uma sinalização de desaceleração da receita, a WEG hoje negocia a múltiplos muito mais altos que seus pares na bolsa. Portanto, um resultado aquém do esperado pelo mercado acaba refletindo de forma negativa em uma intensidade maior nas ações da empresa.”, destaca Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.

Entre as maiores altas do dia, estiveram Magazine Luiza (MGLU3), com avanço de 2,13%, cotada a R$ 1,44 e Porto ([PSSA3]) 1,76%, a R$ 25,97.

(com Reuters)