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Ibovespa fecha sessão quase no zero, mas com performance pior do que exterior com novas falas de Lula

Presidente falou que arcabouço fiscal será apresentado apenas após viagem para a China e voltou a atacar o presidente do Banco Central

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em leve alta de 0,07% nesta terça-feira (21), aos 100.998 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira, apesar de ter ficado no verde, teve mais uma vez uma performance pior do que seus pares americanos, impactado principalmente novamente pelo noticiário político local.

Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que o novo arcabouço fiscal não será apresentado antes da sua viagem à China, marcada para o final deste mês. A declaração contrariou a sinalização dada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o projeto de lei complementar poderia ser tornar público antes da viagem e alimentou rumores de que, por enquanto, não há acerto sobre o assunto dentro do executivo.

Além disso, Lula voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o atual patamar das taxas de juros. A movimentação vem antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e é apenas um dos vários protestos que o PT vem realizando nos últimos dias para pressionar a instituição.

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“No Brasil, a expectativa é da manutenção da estabilidade da Selic em 13,75% por um período nesta quarta. No entanto, com o anúncio do novo arcabouço fiscal, além das pressões de diversos agentes econômicos devido a escassez do crédito, já há uma expectativa que o Copom sinalize uma antecipação da queda dos juros nas próximas reuniões”, comenta Acilio Marinello, coordenador da Trevisan Escola de Negócios.

Apesar da pressão petista pelo recuo dos juros, a movimentação tem efeito contrário. A curva de juros brasileira fechou o dia com tendência majoritária de alta. As taxas dos DIs para 2024 ganharam 1,5 ponto-base, a 13,02%, bem como as dos DIs para 2025,  que foram a 12,13%. Os DIs para 2029 ficaram estáveis, a 12,91%,  e os juros para 2031 fecharam a 13,170%, com mais cinco pontos.

O dólar fechou com alta de 0,05%, a R$ 5,245 na compra e a R$ 5,246 na venda.

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“Dia de mercado lento hoje no Brasil, em compasso de espera para a Super Quarta. Bolsa praticamente estável ,subindo pouco, dólar no zero a zero e contratos de juros negociados em bolsa praticamente estáveis. Ou seja, tudo sugere que o mercado está aguardando a Super Quarta amanhã com definição da taxa de juros”, explica Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed.

Lá fora, as altas dos índices foram mais expressivas do que a que o Ibovespa registrou. Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 0,98%, 1,30% e 1,58%.

Por lá, amanhã o Federal Reserve também decidirá o futuro da taxa de juros americana. Após os recentes acontecimentos com os bancos, as opiniões sobre o futuro da fed funds se dividiram. Investidores estão separados entre aqueles que creem que a autoridade monetária da maior economia do mundo continuará perseguindo a inflação, aumentando taxas, e os que creem que ela irá parar o ciclo de alta, para evitar deteriorar ainda mais a saúde do sistema financeiro.

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“Mercados globais operam em alta um dia antes da decisão de política monetária nos EUA, que deve seguir para mais uma elevação de 25 pontos-base. Os recentes eventos envolvendo a crise de liquidez em alguns bancos acende o alerta e eleva a percepção de risco do mercado após a sequência de altas nos juros por lá. Por outro lado, o Fed busca trazer a inflação para a meta dentro de um cenário de mercado de trabalho forte e inflação persistente, o que exigiria mais aperto monetário e mais pressão para os ativos de risco. O cenário é desafiador”, aponta Leandro De Checchi, analista de Investimentos da Clear.

Os treasuries yields hoje avançaram. O para dois anos ganhou 24,5 pontos-base, a 4,169%, e o para dez anos, 12,5 pontos, a 3,602%.