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Ibovespa Futuro vira para queda e dólar passa a subir após dado de inflação nos EUA acima do esperado

Mercado fica atento a dados de preços, ao mesmo tempo em que monitora "calibragem" do Fed sobre juros e efeitos na economia global

Felipe Moreira

B3  Bovespa  Bolsa de Valores de São Paulo  (Germano Lüders/InfoMoney)
B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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Depois de três quedas consecutivas no mercado a vista, o Ibovespa futuro abriu em alta na quinta-feira (13), retorno do feriado de Nossa Senhora Aparecida, mesmo após o índice de ADRs brasileiro Brazil Titans 20 fechar em queda de 1,69% na Bolsa de Nova York na véspera. Contudo, o mercado apresentou uma virada.

O grande vetor para o mercado na sessão era a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, em busca de sinalizações sobre o ritmo de aperto monetário do Federal Reserve e saúde futura da economia em geral.

O número veio acima do esperado. Projeção Refinitiv apontava para alta de 0,2% em setembro na base mensal para o núcleo cheio, mas a inflação apresentou alta de 0,4%, o que levou a um movimento de aversão ao risco do mercado. Às 9h34 (horário de Brasília), minutos após a divulgação do índice, o contrato futuro do Ibovespa para outubro caía 0,96%, a 113.555 pontos, após chegar a subir cerca de 0,8% nas negociações iniciais.

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Os índices futuros do Dow Jones caíram cerca de 350 pontos em reação ao dado, com baixa de 0,91% para ele e de 1,62% e 2,93%, respectivamente, para o S&P500 e para o Nasdaq.

Na véspera, cabe ressaltar, os investidores repercutiram a ata da última reunião do Federal Reserve em setembro. A minuta mostra que houve consenso entre os formuladores de políticas do Fed sobre juros mais restritivos, que devem ser mantidos por algum tempo, para cumprir com a meta de reduzir a inflação.

Por outro lado, dada a possibilidade de recessão global, as autoridades reconheceram que “seria importante calibrar o ritmo de mais aperto das políticas com o objetivo de mitigar o risco de efeitos adversos significativos nas perspectivas econômicas”, o que tinha sido visto como um sinal mais “dovish” (brando) da autoridade monetária. Contudo, após o dado de hoje, segundo a ferramenta do CME Group, a projeção de alta de 0,75 ponto percentual dos juros na próxima reunião do Fomc passou de 84,5% na véspera para 97,8% nesta quinta, enquanto uma alta de 0,5 passou para 0% de chances (ante 15,5% na véspera).

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No câmbio, a divisa americana, depois de abrir em baixa após subir 1,57% na terça-feira, voltou a ter ganhos, de cerca de 1,50%, a R$ 5,35.

Com relação a curva de juros, os contratos futuros passaram a operar em alta no médio e longo prazo. DIF23 (janeiro para 2023), 0,00 pp, a 13,68%; DIF25, +0,04 pp a 11,70%; DIF27, +0,02 pp, a 11,56%; e DIF29, +0,01 pp, a 11,71%.

Europa

A libra mostrava volatilidade nesta quinta-feira, com os investidores aguardando nervosamente um prazo iminente para o fim do programa de emergência de compra de títulos do Banco da Inglaterra.

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O índice de preços ao consumidor de setembro na Alemanha subiu 10% na base anual e 1,9% mês a mês, informou o Escritório Federal de Estatística do país hoje, confirmando uma leitura preliminar.

A inflação do CPI harmonizada com a União Europeia foi de 10,9% ao ano e 2,2% no mês, também em linha com as previsões.

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam em baixa generalizada.

O Nikkei 225, do Japão, caiu 0,6%, fechando a 26.237 pontos. As ações da Toshiba subiram mais de 9% depois que a mídia local Kyodo informou uma possível compra e fechou em alta de 7,38%.

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O Kospi, da Coreia do Sul, perdeu 1,8% para 2.162 pontos e o índice Hang Seng, em Hong Kong, caiu 1,58%.

As ações da China continental fecharam com perdas – o Shanghai Composite caiu 0,3%, fechando aos 3.016 pontos.

(com Reuters)