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Ibovespa Futuro cai após renovar máximas do ano na véspera; falas do BC, Haddad e prévia do PIB estão no radar

Dados de inflação na Zona do Euro e do varejo no Reino Unido são destaques na sessão

Felipe Moreira

B3  Bovespa  Bolsa de Valores de São Paulo  (Germano Lüders/InfoMoney)
B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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Depois do índice a vista subir 1,20% na quinta-feira (16), aos 124.639 pontos, renovando a máxima do ano e no seu maior patamar desde o dia 29 de julho de 2021, o Ibovespa Futuro opera com baixa nos primeiros negócios desta sexta-feira (17).

Os investidores estão de olho em falas de membros do Banco Central e do ministro da Fazenda, bem como em dados sobre a atividade econômica nacional, em meio às perspectivas para o fiscal.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, participa às 10h de live organizada pelos jornais O Globo e Valor Econômico, enquanto o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, foi a evento organizado pela FGV em São Paulo.

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Guillen disse que os impactos de choques fiscais na inflação são persistentes e que, quando a dívida é maior, esse impacto também é majorado.

“Quando você dá um choque no resultado nominal ou quando você dá um choque no resultado primário… você tem um impacto sobre a inflação para cada 1%-0,5% (de impacto fiscal), e no ‘core inflation’ (núcleo da inflação) é até mais persistente”, disse Guillen no seminário, citando em sua apresentação dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Quatro anos depois você ainda tem impacto no ‘core inflation’, se (o impacto) for nominal, talvez caindo no quarto ano se for impacto primário, mostrando então que há um impacto sobre a inflação e esse impacto é persistente.”

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Nesse contexto, o diretor afirmou que, diante de estímulos fiscais que terão impacto sobre a atividade e a inflação, a política monetária consequentemente deverá atuar de forma contracíclica para reduzir a pressão de alta sobre os preços.

Na seara de indicadores, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, caiu 0,06% em setembro, após ter registrado queda de 0,77% em agosto, informou nesta sexta-feira (17) o Banco Central do Brasil. O dado frustrou a mediana da projeção de analistas, pois o consenso Refinitiv esperava uma alta de 0,20% no mês.

No período da tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, faz, junto com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, apresentação sobre o Plano de Transformação Ecológica para a sociedade civil, às 14h30 (horário de Brasília).

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As atenções também seguem voltadas para o fiscal, com a indicação de que o governo Lula manterá a meta de resultado primário zero para 2024.

Às 9h16, o índice futuro com vencimento em dezembro operava com queda de 0,19%, aos 125.560 pontos.

Em Wall Street, os índices futuros dos Estados Unidos operam com alta, uma vez que o arrefecimento da inflação e os sinais de arrefecimento do crescimento econômico levaram os investidores a apostar em uma política monetária mais branda do Federal Reserve (Fed).

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Dados divulgados na quinta-feira mostraram que os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA atingiram o maior nível em três meses e a produção industrial caiu no ritmo mais rápido deste ano.

Nesta manhã, o Dow Jones Futuro subia 0,22%, S&P Futuro avançava 0,17% e Nasdaq Futuro registrava alta de 0,01%.

Dólar hoje

O dólar comercial operava com baixa de 0,17%, cotado a R$ 4,861 na compra e R$ 4,862 na venda.

Já o dólar futuro (DOLZ23) para dezembro caía 0,11%, indo aos 4,866 pontos.

Enquanto isso, DXY, índice que mede a força do dólar perante à uma cesta de moedas, caía 0,18%, a 104,16 pontos.

No mercado de juros, os contratos operavam com baixa. O DIF24 (janeiro para 2024) opera com baixa de 0,01 pp, a 11,97%; DIF26, -0,05 pp, a 10,15%; DIF28, -0,03 pp, a 10,53%; DIF31 -0,04 pp, a 10,90%.

Exterior

Os mercados europeus operam no campo positivo e caminham para uma alta semanal, lideradas pelas ações de saúde, enquanto os investidores digerem dados de inflação na zona do euro, depois que os dados ao longo da semana sinalizaram um abrandamento da inflação nos Estados Unidos e no Reino Unido.

índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro teve forte desaceleração, ficando em 2,9% em outubro em termos anualizados, ante 4,3% registrados em setembro, informou nesta sexta-feira (17) o Eurostat, o escritório de estatísticas da União Europeia. Na comparação mensal, a inflação teve variação de 0,1%. Um ano antes, o CPI anual de outubro tinha sido de 10,6%.

Os dados vieram em linha com as estimativas do consenso Refinitiv, que apontavam para inflação de 0,1% no mês e de 2,9% em 12 meses.

A inflação anual da União Europeia como um todo foi de 3,6% em outubro, também abaixo dos 4,9% de setembro. Um ano antes, a taxa era de 11,5%.

Já as vendas no varejo do Reino Unido caíram 0,3% em outubro ante setembro, segundo dados publicados nesta sexta-feira (17) pelo ONS, o escritório de estatísticas do país. O resultado frustrou a expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam alta de 0,3% nas vendas do período.

Em relação a igual mês do ano passado, as vendas no varejo britânico sofreram contração de 2,7% em outubro.

Ásia

As ações de Hong Kong lideraram as quedas na Ásia-Pacífico na sexta-feira, com as ações do Alibaba despencando no início do pregão, enquanto a maioria dos mercados esfriou após uma recuperação no meio da semana desencadeada pela esperança de aliviar a inflação nos EUA.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 2,12%, o índice Hang Seng Tech, focado em tecnologia, caiu 1,7% – arrastado para baixo pelo peso pesado Alibaba que caiu perto de 10%. Ainda assim, o HSI deveria terminar a semana com ganhos de cerca de 1,5%.

A gigante chinesa do comércio eletrônico disse que não iria prosseguir com a cisão total de seu grupo de nuvem devido às restrições à exportação de chips dos EUA.

Commodities 

Os preços do petróleo operam com alta na sessão de hoje, mas caminham para a quarta semana consecutiva de perdas, depois de atingirem mínimos de quatro meses na véspera.

As cotações do minério de ferro na China caíram nesta sexta-feira, à medida que os problemas imobiliários na China continuavam a persistir e devido às notícias de um limite nos volumes negociados, embora as perdas tenham sido limitadas por sinais de recuperação da demanda por aço.

A Bolsa de Commodities de Dalian, apoiada pelo Estado , estabeleceu na quarta-feira um limite para os volumes diários de negociação de futuros de minério de ferro em não mais que 500 lotes em contratos com entrega de janeiro a maio de 2024.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência para dezembro caiu 2,2%, a US$ 130,96 a tonelada. No entanto, o contrato subiu 3,3% até agora durante a semana, rumo ao seu quarto ganho semanal consecutivo.