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O Ibovespa fechou em leve alta de 0,43% nesta segunda-feira (17), aos 118.219 pontos, em um dia marcado pela volatilidade. No meio da tarde, contudo, a tendência de alta se fixou, com ajuda dos bancos e de companhias ligadas ao mercado interno.
“Mercado volátil no dia de hoje com uma carga de notícias enormes e divergentes. Resultados corporativos sendo anunciados lá fora e os bancos aqui estão sendo puxados também por causa do otimismo com os resultado dos EUA. Obviamente, apesar de não serem totalmente correlacionados, os setores são pares”, explica Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.
Na última sexta-feira, os resultados do JP Morgan, do Wells Fargo e do Citigroup vieram acimado esperado nos EUA. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq fecharam em alta de 0,22%, 0,39% e 0,93%, com analistas, por lá, destacando o impulsado dado pelos resultados das instituições financeiras.
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Hoje, as ações preferenciais do Bradesco (BBDC4) e do Itaú (ITUB4) foram destaque do Ibovespa por peso, com mais 1,59% e 1,94%.
“Também há uma expectativa em relação aos divulgados dos bancos aqui no Brasil. Com isso, papéis de bancos como Santander, Bradesco, Banco do Brasil e Itaú sobem hoje”, diz Cohen. “A queda dos juros futuros também beneficia as varejistas que avançam hoje, como Alpargatas, Petz, Assai e Pão de Açúcar”, completa.
Hoje, a divulgação do IBC-Br de maio, com queda de 2% ante consenso de estabilidade, tirou pressão da curva de juros – uma atividade econômica menos aquecida diminui a inflação e permite o Banco Central a reduzir a Selic.
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“O IBC-Br de maio mostrou uma queda, sinalizando que o produto interno bruto (PIB) brasileiro ainda sofre, em especial na parte de consumo. Dá para a gente colocar esse conjugado aí na caixinha de expectativas ruins para o trimestre”, menciona João Piccioni, analista da Empiricus Research. “Pela manhã a gente tinha muita pressão no cíclico doméstico, que foi se esvaindo com o dia, também sob a ótica de que, quando a gente olha para a curva de juros, ela acabou fechando bastante”.
Os DIs para 2024 perderam 6,5 pontos-base, a 12,79%, e os para 2025, 12 pontos, a 10,80%. As taxas dos contratos para 2027 recuaram 11 pontos, a 10,25%, e as dos para 2029, oito pontos, a 10,56%. Os DIs para 2031 perderam nove pontos, a 10,72%.
Do outro lado, pesando contra a alta do Ibovespa, ficaram as ações das exportadoras de commodities, após mais um dia de notícias negativas provenientes da China.
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“Tivemos nessa frente um dia no qual basicamente se repercutiram indicadores de atividade econômica negativos na China. Basicamente o PIB do segundo trimestre, por lá, acabou vindo abaixo do esperado. Isso repercute principalmente em empresas exportadoras. A gente vê, por exemplo, Petrobras (PETR3;PETR4), Vale (VALE3), Marfrig (MRFG3), Usiminas (USIM5), JBS (JBSS3), ou seja, empresas cuja dinâmica está mais relacionada ao mercado externo, em um dia de pregão negativo”, debate Ricardo Schweitzer, analista independente.
O PIB da China cresceu 5,5% na comparação anual, frustrando o consenso de alta de 7,3%. O preço da tonelada do minério de ferro caiu 0,9% no porto de Dalian, a US$ 116,05 a tonelada, e o preço do barril de petróleo Brent teve baixa de 1,78%, a US$ 74,12.
Com ajuda da desvalorização das commodities, que pesam na balança comercial, o dólar ganhou força frente ao real, com alta de 0,25%, negociado a R$ 4,806 na compra e a R$ 4,807 na venda.