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Ibovespa sobe 0,74%, seguindo exterior após “salvação” do Credit Suisse; dólar cai 1,03%

Aporte do Banco Central da Suíça na instituição "afasta" temor de risco sistêmico mas, ao mesmo tempo, dá espaço para alguma alta dos juros

Vitor Azevedo

(Getty Images)
(Getty Images)

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O Ibovespa fechou em alta de 0,74% nesta quinta-feira (16), aos 103.434 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira majoritariamente acompanhou hoje o que foi visto no exterior, em um dia de recuperação após as recentes baixas causadas pelos temores envolvendo o sistema financeiro mundial.

“As medidas para estabilizar o banco europeu Credit Suisse parecem ter tido algum efeito já que as Bolsas da Europa e Estados Unidos se recuperam após a última sequência de perdas”, comenta Leandro De Checchi, analista de Investimentos da Clear.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 1,17%, 1,76% e 2,48%.

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O Credit Suisse, na noite de ontem, anunciou que tomará empréstimos de até US$ 54 bilhões do Banco Central da Suíça para fortalecer liquidez – o que afasta os temores de quebra do banco. Além disso, nos Estados Unidos, dez bancos afirmaram que irão aportar US$ 30 bilhões no First Republic, que também estava cambaleando desde o colapso do Signature Bank.

“Contudo, o aperto monetário deve seguir firme e podemos ver mais movimento de realização nos ativos de risco. O momento é como uma correção técnica dentro de um cenário baixista”, acrescenta o especialista da Clear. O afastamento do risco econômico pode, para ele, acabar dando mais algum espaço para novas altas dos juros.

Os treasuries yields tiveram um dia de alta. Os títulos para dez anos ganharam 8,1 pontos-base, a 3,575%, e os para dois anos, 19,3 pontos, a 4,168%.

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Ao mesmo tempo, o dólar perdeu força mundialmente. O DXY, que mede a força da moeda americana frente a outros pares de países desenvolvidos, caiu 0,23%, aos 104,41 pontos. Frente ao real, a queda foi de 1,03%, a R$ 5,239 na compra e a R$ 5,24 na venda.

A curva de juros brasileira avançou, acompanhando o exterior e se recuperando das quedas recentes. Os DIs para 2024 ganharam 8,5 pontos-base, a 13,03%, e os para 2025, 10 pontos, a 12,16%. As taxas dos contratos para 2027 e 2029 subiram, na sequência, sete e nove pontos, a 12,58% e 13,02%. Os DIs para 2031 foram a 13,22%, com mais 10 pontos.

“Dia de recuperação lá fora e o Ibovespa acompanhou a tendência. A agenda foi esvaziada no Brasil e é normal que o Brasil acompanhe. Tivemos um alívio. Por parte do Credit Suisse, a injeção de liquidez do Banco Central da Suíça e a possível fusão com o UBS, algo sonhado pelos financistas há algum tempo, diminuiu o mau humor. Nos Estados Unidos, há o sinal de resgates dos bancos. Esse contexto possibilita que tenhamos um humor um pouco mais propício à propensão ao risco, que o Brasil captura”, comenta Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

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Quem puxou a alta do Ibovespa por peso hoje foram, justamente, os bancos. As ações preferenciais e ordinárias do Bradesco (BBDC4) ganharam, respectivamente, 2,81% e 1,52%. As ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3) subiram 1,07%, as preferenciais do Itaú (ITUB4), 1,65%, e as unitárias do Santander (SANB11), 1,18%.

“Olhando para o Brasil, o mercado seguiu o exterior. Quem melhor reagiu foi os bancos e destaque também para os frigoríficos, com novos casos da gripe suína na China”, expõe Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos. As ações ordinárias da JBS (JBSS3) subiram 3,79% e as da Marfrig (MRFG3), 3,35%, na esteira do surto de peste suína africana no país asiático.