Petrobras e Gerdau são as ações mais recomendadas em outubro

SÃO PAULO – Assim como agosto, o mês de setembro foi positivo para o Ibovespa, que registrou alta de 3,71% no mês e foi o segundo melhor investimento do período, atrás apenas do ouro. Apesar de um início morno, a alta do índice ocorreu em meio ao o anúncio de medidas anunciadas pelo governo federal, além dos pacotes de estímulos anunciados pelos governos chinês e norte-americano. Também no mês, destaque negativo para as  elétricas, cujas ações seguiram ladeira abaixo por conta dos reajustes para baixo do preço de energia. 

Com as ações do setor elétrico – consideradas até então um opção defensiva na bolsa – perdendo atratividade, os analistas seguiram dando preferência a papéis de empresas voltadas ao consumo interno e também para as produtoras de commodities. Contudo, mais uma vez o mês trouxe novamente mudanças importantes nas carteiras recomendadas para o 10º mês do ano.

Na compilação feita pela Infomoney, que contou com 28 carteiras, a ação preferencial classe A da Vale (VALE5) sofreu nova queda. O papel VALE5, que figurou entre fevereiro e agosto como o mais recomendado e caiu para o 2º lugar em setembro, desceu mais uma posição em outubro, sendo ultrapassado pela Gerdau (GGBR4). Enquanto isso, os papéis PN da Petrobras (PETR4) seguiram no topo do pódio pelo 2º mês seguido.

Os ativos VALE5 passaram a ter 9 recomendações – duas citações a menos do que no mês anterior. As ações ON da mineradora (VALE3) também tiveram queda de recomendações, passando de 4 para 3 citações. As ações PETR4, por sua vez, passaram de 13 citações em agosto para 12 neste mês. Já as ações GGBR4 contaram com 10 recomendações, igual número do mês de setembro. 

Petrobras: expectativa de reajuste do combustível em 2012 
Com forte alta no mês de setembro – de 7,81% -, as ações PN da Petrobras seguem como as mais recomendadas entre os analistas, seguindo no alto do pódio após ocupar pela primeira vez o pódio no mês passado. As casas de análise justificam a recomendação em meio às perspectivas de reajuste no combustível e de bons fundamentos da empresa.

A Indusval & Partners ressalta que retornou com as ações da Petrobras na carteira em meio às apostas de um novo reajuste de combustível em novembro; entretanto, avalia, o resultado do terceiro trimestre da companhia deve vir fraco.

Já a SLW Corretora ressalta que não espera um reajuste no preços dos combustíveis até o final do período eleitoral, mas vê que boa parte dos eventos ruins – como o prejuízo no segundo trimestre e a menor produção – já foram precificados. “Por fundamentos ainda esperamos melhores resultados de produção e recuperação de margens”, afirma a equipe de análise da corretora. 

Embora a maior intervenção estatal afete os fundamentos da Petrobras, a empresa é a principal posição do banco para capturar uma possível realocação dos gestores de carteira no mercado de ações do Brasil, segundo o HSBC. Além disso, aponta a equipe de análise do banco, as ações têm componente muito expressivo do índice e apresentam desconto razoável em comparação aos níveis históricos.

Por fim, a ênfase dos investimentos e o cenário de crescimento vigoroso da demanda doméstica nos próximos anos ajudaram a construir um quadro mais otimista para a Petrobras, afirma a Gradual Investimentos.

Gerdau: recuperação econômica guia recomendações
Já as ações da Gerdau, que subiram 7,41% no mês anterior e seguem como uma das preferidas dos analistas. O cenário de maiores investimentos e de recuperação da economia balizam este alto crescimento de citações para o papel. 

A Planner Prosper Corretora incluiu os papéis da siderúrgica por acreditar que ela tem os melhores resultados do setor no momento e que o balanço do terceito trimestre irá reforçar isso. Com isso, a corretora espera que a ação ainda vá continuar em alta, mesmo com os ganhos obtidos em setembro.

A expectativa do crescimento do setor de construção civil e a maior diversificação de risco são fatores apontados pela UM Investimentos para a exposição nos papéis GGBR4. Segundo os analistas, a Gerdau, que vem apresentando alta nas exportações, pode se beneficiar de uma possível retomada da atividade econômica dos Estados Unidos.

Quem também optou por apostar nas ações da Gerdau nesse mês foi o HSBC. Além da melhoria da economia norte-americana, a inclusão de GGBR4 na carteira recomendada de outubro se baseia na melhor posição da empresa no mercado doméstico com os recentes investimentos em infraestrutura – com as medidas de estímulo anunciadas pelo governo.

Vale: ação ainda é atrativa, apesar de desaceleração chinesa
Enquanto isso, a Vale passou para a terceira posição do ranking, dividindo espaço com outras três ações que receberam 9 recomendações em outubro – Ambev (AMBV4), Itaú Unibanco (ITUB4) e Pão de Açúcar (PCAR4). Os analistas afirmam que a desaceleração da China continua como o maior fator de risco para a Vale no curto prazo, assim como a incerteza em relação ao preço do minério de ferro. Entretanto, o cenário a longo prazo segue positivo. 

Segundo a WinTrade, o projeto Serra Sul, que tem previsão de fornecer minérios de alta qualidade e extraídos a baixo custo, deve garantir uma futura vantagem da companhia frente aos seus concorrentes, afirma a corretora. Já a SLW Corretora justifica a recomendação dos papéis nesse mês por esperar que o resultado do segundo trimestre decepcionante não deve se repertir neste, enxergando como uma boa opção no médio e longo prazo – ainda mais em um ambiente de retomada dos preços do minério. 

A equipe de análise do HSBC também vê uma recuperação dos preços de minério de ferro, à medida que o período sazonal de fraca demanda se aproxima, devido a fatores climáticos. Eles elogiam ainda o foco da administração da companhia, que passou do crescimento para a alocação de capital e preservação de caixa, mais em linha com a expectativa do mercado. Por fim, os múltiplos estão bastante atrativos em relação aos seus pares, finaliza o banco.

Metodologia InfoMoney
Ao todo, 28 carteiras de bancos e corretoras foram utilizadas para este levantamento. Os portfólios selecionados foram: Ativa, BB Investimentos, BI&P, Bradesco, BTG Pactual, Citi Corretora, Coin, Empiricus Small Caps, Geração Futuro, Geral, Gradual, HSBC, Inva Capital, Omar Camargo (2 carteiras), PAX, Planner, Rico, SLW (3 carteiras), Socopa, Souza Barros, TOV, Um, XP (2 carteiras) e WinTrade.

Entre todas as carteiras publicadas pela InfoMoney em outubro, nesta compilação apenas não foram considerados os portfólios com sugestões de ações que tenham perspectiva de pagamento de proventos.