Petrobras negocia venda de Pasadena; banco decide seguir na bolsa, 5 balanços e mais 11 notícias

Confira os destaques corporativos desta terça-feira (9)

Lara Rizério

(Divulgação)
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SÃO PAULO – O noticiário corporativo tem como destaque as blue chips Vale e Petrobras, além da temporada intensa de resultados, com números da BR Malls, Minerva, Marcopolo, Ecorodovias, entre outras. Confira os destaques desta terça-feira (9):

Vale (VALE3;VALE5)

O presidente da Vale, Murilo Ferreira, não é o único executivo de alto nível a deixar empresa, já que os diretores executivos Roger Downey e Humberto Freitas também estão saindo da companhia, segundo disseram pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg. Downey atuou como diretor de fertilizantes e carvão, enquanto Freitas serviu como diretor de logística e exploração mineral. 

Cabe lembrar que, neste mês, Fabio Schvartsman assumirá o posto de Murilo Ferreira. A assessoria da Vale não quis comentar o assunto; Downey e Freitas não responderam imediatamente a emails e telefonemas, ressalta a Bloomberg. 

Ainda no noticiário da mineradora. a Mitsui & Co comprou da Vale as ações da Pangea (Emirates) Limited, segundo comunicado do grupo japonês. A Mitsui concordou com a Vale em participar do projeto Moatize e do projeto de infraestrutura ferroviária e portuária do Corredor de Nacala, que a Vale vem operando e desenvolvendo em Moçambique, segundo o comunicado. A “transação não deverá ter qualquer impacto significativo nos resultados financeiros consolidados da Mitsui”.

Petrobras (PETR3; PETR4)
A Justiça Federal de Sergipe atendeu a pedido da Petrobras e extinguiu, sem julgamento de mérito, uma ação popular que buscava suspender o processo de venda da subsidiária de combustíveis da petroleira, BR Distribuidora, informou a companhia em comunicado ao mercado nesta segunda-feira.

O pedido de extinção da ação, segundo a Petrobras, foi feito com base na decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que autorizou a continuidade do programa desinvestimentos da companhia, determinando que seja aplicada uma sistemática revisada aos projetos de desinvestimentos.

Após a notícia, a Petrobras informou que estuda o reinício de processo de venda da BR e esclarece que não houve nenhuma deliberação sobre o modelo de venda da subsidiária por parte da diretoria executiva ou conselho de administração. A Petrobras está analisando o reinício de um novo processo de desinvestimento relacionado à participação na BR Distribuidora, segundo o documento. 

Além disso, a Bloomberg informou, citando fontes, que a estatal tenta se desfazer da refinaria de Pasadena, no Texas, por valor cerca de US$ 1 bilhão menor do que a
empresa pagou por ela. 

A Petrobras adquiriu a refinaria de Pasadena por US$ 1,2 bilhão em duas etapas, a última em 2012.  Desde então, o Tribunal de Contas da União disse que a
compra foi superfaturada e investigadores da operação Lava Jato incluíram a compra em sua investigação. A planta de 100 mil barris por dia agora foi avaliada em menos de US$ 200 milhões, com uma série de passivos ambientais reduzindo seu valor, disseram as fontes à agência. 

Azul (AZUL4)

Após ter sua cobertura iniciada pelo Deutsche Bank e Itaú BBA com recomendação equivalente à compra, a Azul foi iniciada com recomendação outperform por Raymond James. 

Banco Pine (PINE4)

Ao finalizar análise sobre fechamento de capital, o Conselho de Administração concluiu que melhor caminho para o banco no longo prazo é permanecer com o capital aberto, listado no nível 2 de governança corporativa da BM&FBovespa,
disse Banco Pine em comunicado.

“O Conselho entendeu que benefícios de ser uma companhia aberta tendem a gerar maior valor para seus acionistas na atual conjuntura. Adicionalmente, além dos aspectos relativos a governança corporativa e transparência, essa decisão mantém abertos os canais de acesso ao mercado de capitais”, afirmou a companhia.

Minerva (BEEF3)

A Minerva Foods reportou lucro líquido de R$ 2,5 milhões no primeiro trimestre de 2017, queda de 94,60% ante o mesmo período do ano passado, de R$ 46,3 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 197,6 milhões entre janeiro e março, um recuo de 21,5% ante igual trimestre do ano passado (R$ 251,6 milhões). A margem Ebitda passou de 10,8% para 9,2%, na mesma base de comparação.

A receita líquida da empresa totalizou R$ 2,141 bilhões nos três primeiros meses deste ano, com queda de 8,4% em relação ao mesmo intervalo de 2016, quando a companhia havia reportado receita de R$ 2,337 bilhões.

De janeiro a março deste ano, a receita bruta obtida pela Minerva no mercado interno totalizou R$ 2,302 bilhões, valor que representa queda de 7% ante o resultado de R$ 2,475 bilhões registrado no primeiro trimestre de 2016. Segundo o diretor Financeiro da empresa, Edison Ticle, a depreciação do dólar ante o real, na comparação com o trimestre anterior, influenciou o resultado (R$ 3,9 para R$ 3,15). Além disso, o preço médio dos produtos comercializados pelo Minerva no exterior e no mercado interno recuaram cerca de 10%. “Pode ser considerado um bom resultado dado o que aconteceu. Conseguimos manter a rentabilidade e lucratividade da companhia em um bom patamar”, afirmou. No exterior, a receita recuou 18,2%, para R$ 1,393 bilhão, de R$ 1,703 bilhão em igual período do ano passado.

Conforme destaca o Bradesco BBI, “como esperado, as vendas foram afetadas pela valorização do real e pelos efeitos do escândalo de carne, que levou à suspensão das exportações brasileiras de carne para as principais regiões importadoras”.

BR Malls (BRML3)

A administradora de shopping centers BR Malls  registrou lucro líquido de 71,567 milhões de reais no primeiro trimestre, 45,2 por cento menor em relação ao mesmo período do ano passado.

A empresa apurou geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 221,127 milhões de reais, queda de 9,4 por cento na mesma comparação.

Já o lucro líquido ajustado por variação cambial em bônus perpétuos, swap a mercado e imposto não caixa foi de 76,349 milhões de reais de janeiro a março, 174,1 por cento maior ante um ano atrás. O Ebitda ajustado somou 222,8 milhões de reais, queda de 9,5 por cento ano a ano.

O conselho de administração da administradora de shopping centers ainda aprovou na terça-feira oferta pública de distribuição primária com esforços restritos de colocação, com potencial de captar até 1,95 bilhão de reais. Serão ofertadas 136.765.889 ações, que podem ser acrescidas de lote suplementar de até 15 por cento, ou seja, 20.514.883 ações, informou a empresa em comunicado. Considerando o preço de fechamento de 12,43 reais por ação de segunda-feira, a operação deve permitir à BR Malls captar entre 1,7 bilhão e 1,95 bilhão de reais.

Os recursos líquidos provenientes da oferta, incluindo ou não a colocação do lote suplementar, serão destinados para resgate antecipado dos bônus perpétuos emitidos pela BR Malls International Finance Limited; novas aquisições e oportunidades de consolidação de mercado que viabilizem a implementação de sua estratégia de crescimento; e fortalecimento dos ativos principais ou relevantes.

Marcopolo (POMO4)
A Marcopolo fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 123 mil, o que representa uma queda de 98% em relação ao mesmo período de 2016. Segundo a companhia, o resultado foi impactado pela constituição de provisões decorrentes de reestruturação interna da empresa.

Já a receita líquida, na mesma base de comparação, cresceu 29,5%, passando de R$ 428,3 milhões para R$ 554,6 milhões, em reflexo do maior faturamento nas exportações e o crescimento de volumes na operação localizada no México. A receita no Brasil caiu 22,5%, para R$ 149,8 milhões, o faturamento com exportação subiu 107%, para R$ 203,8 milhões, e a receita no exterior cresceu 46,3%, para R$ 201 milhões.

De acordo com o Credit Suisse,  o resultado foi marginalmente positivo. Os dados de lucro e margem Ebitda (0.1%) vieram abaixo do consenso, mas ao ajustar o Ebitda aos itens não-recorrentes, a margem ajustada seria de 5.1%, que é significativamente acima do consenso (2.8%). Do lado negativo, os analistas destacam o mercado doméstico ainda fraco e a contribuição negativa da consolidação da Neobus.

Ecorodovias (ECOR3)
Reajuste nas tarifas de pedágios ajudou a EcoRodovias a ter um salto de 43% no lucro líquido do primeiro trimestre, uma vez que o tráfego nas rodovias administradas pela companhia ficou quase estável na comparação anual. A operadora de concessões de infraestrutura informou que seu lucro comparável de janeiro a março somou R$ 98 milhões, alta de 42,7% sobre um ano antes.

Já o resultado medido pelo lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) proforma avançou de 10,7% ano a ano, a R$ 442,7 milhões. A margem Ebitda ficou estável em 66,8%. O volume de tráfego consolidado das rodovias sob concessão da EcoRodovias no período foi 0,6% maior do que em igual período do ano passado.

Mas a receita líquida da empresa na base proforma subiu 10,7%, a R$ 662,7 milhões, impulsionada pelo aumento de 9% da tarifa média consolidada por veículo, “devido principalmente à aplicação dos reajustes tarifários nas concessões rodoviárias”, explicou a EcoRodovias no balanço. O custo caixa consolidado, excluindo os itens não recorrentes, totalizou R$ 174,9 milhões, redução de 1,8%.

O Bradesco BBI aponta que houve uma “sólida combinação de bons números de tráfego e disciplina de custos”, enquanto o Itaú BBA espera reação positiva a resultados “sólidos e em linha”. O Safra: aponta que os números foram positivos, “impulsionados pela recuperação melhor do que a esperada do tráfego e pela
estrutura de custos mais eficiente”.

Comgás (CGAS5)

A Comgás registrou lucro líquido de R$ 103,6 milhões no primeiro trimestre de 2017, uma queda de 53% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido normalizado, que, segundo a própria Comgás, inclui as variações da conta corrente regulatória e reflete de forma mais adequada o resultado econômico da companhia, somou R$ 143,9 milhões, alta de 54,3%.

Já a receita líquida caiu 21,5%, para R$ 1,146 bilhão, na mesma base de comparação, ao passo que o Ebitda somou R$ 313,4 milhões, queda de 39,8%. O consumo de gás no trimestre, por outro lado, registrou alta de 3,5%, para 1.008 milhões de metros cúbicos.

Guararapes (GUAR3)

A Guararapes adiou a divulgação de dados do primeiro trimestre de 8 de maio para
15 de maio, após o fechamento do mercado; a teleconferência foi adiada de 9 de maio para 16 de maio, às 11h.

Kroton (KROT3)

De acordo com a coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, os concorrentes estão de olho em ativos da Kroton. O grupo deverá ter de se desfazer de faculdades e cursos de ensino à distância em troca de aprovação de fusão com Estácio; ideia é vender ‘pacote’ de ativos. 

Segundo a coluna Broadcast apurou, pelo menos seis empresas já teriam procurado a Kroton para obter detalhes sobre o andamento das negociações com o órgão de defesa da concorrência. Todas essas companhias querem saber exatamente quais são as instituições que as empresas estão dispostas a vender para solucionar os problemas de concentração no mercado de ensino superior identificados pela Superintendência-Geral do Cade, que deu parecer contra a fusão.

Fibria (FIBR3)
A Fibria e o BNDES firmaram em 02 de maio de 2017 um contrato de financiamento mediante abertura de limite de crédito rotativo no valor total de R$ 1,3 bilhão, informou a companhia de papel e celulose nesta segunda. A empresa informou que os recursos podem ser usados para oito fins diferentes:

I) implantação, ampliação e modernização de ativos fixos; II) aquisição de máquinas e equipamentos novos; III) estudos e projetos de engenharia relacionados à implantação e ampliação de ativos fixos; IV) implantação de projetos de Qualidade e Produtividade, Pesquisa e Desenvolvimento, Capacitação Técnica e Gerencial, Atualização Tecnológica e Tecnologia da Informação; V) capital de giro associado exclusivamente a investimentos para implantação ou ampliação de ativos fixos; VI) projetos e programas de investimentos sociais; VII) investimentos ambientais; e VIII) investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação.

CPFL Energia (CPFE3)

De acordo com a coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, a CPFL Energia analisa uma captação externa que pode acontecer já nos próximos meses. A companhia, recém adquirida pela chinesa State Grid, avalia suas opções de refinanciamento para se adiantar às necessidades de amortizações no ano que vem e em 2019, quando vencerão compromissos que somam mais de R$ 10 bilhões. Outra empresa do setor de energia, a Cemig GT, encerrou o roadshow para sua estreia no mercado de dívida estrangeiro na última sexta-feira. A JSL também deve captar no exterior, informa a coluna. 

Localiza (RENT3)
A Localiza comunicou a aprovação da bonificação de ações, a razão de 5%, que corresponderá à emissão de 10.589.670 novas ações ordinárias, sendo 1 nova ação ordinária para cada 20 ações ordinárias possuídas pelo acionista, com custo unitário atribuído de R$ 49,42.

A bonificação ocorrerá para os acionistas que tinham papéis da companhia no dia 2 de maio deste ano, com os papéis ficando ex-bonificação a partir do dia 3. A companhia ressaltou ainda que “as ações mantidas em tesouraria, bem como os programas de opção de compra de ações serão ajustados na mesma proporção”.

T4F (SHOW3)

A T4F aprovou a recompra de até 2 milhões de ações ordinárias por um período de 18 meses. 

Usiminas (USIM5)

Segundo a Coluna do Broad, entre os maiores credores da Aço Cearense, que entrou com seu pedido de recuperação judicial na semana passada, está a siderúrgica Usiminas, com um crédito a receber de R$ 57,26 milhões. Com esse montante, a Usiminas é o oitavo maior credor da empresa. A dívida da Aço Cearense é da ordem de R$ 2 bilhões.

Sabesp (SBSP3)
A agência de classificação de risco Fitch elevou o rating em escala nacional da Sabesp “AA-(bra)” para “AA(bra)”. A nota em escala global foi mantida em “BB”, com perspectiva estável.

Segundo a agência, a elevação reflete a visão de que a Sabesp fortaleceu seu perfil de crédito dentro do nível “BB”, com base na expectativa de que a companhia vai manter forte fluxo de caixa operacional, estrutura de capital conservadora, posição de liquidez robusta e perfil de vencimento de dívidas administrável ao longo dos próximos quatro anos.

Construtoras

O Ministério das Cidades informou que realocará R$ 2,54 bilhões na linha Pró-Cotista FGTS, uma das mais vantajosas do mercado. Segundo o órgão, o ato será publicado nesta terça-feira, 9, no Diário Oficial da União (DOU). Com a injeção de recursos, a linha terá neste ano um total de R$ 7,54 bilhões para serem emprestados.

A linha Pró-Cotista só pode ser acessada por trabalhadores com pelo menos três anos de vínculo com o FGTS. Além disso, eles precisam estar trabalhando ou ter saldo na conta do FGTS de pelo menos 10% do valor do imóvel. A linha financia a compra de imóveis de até R$ 950 mil nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e de até R$ 800 mil nos outros Estados. É a linha de empréstimo habitacional mais barata depois do Minha Casa, Minha Vida. A taxa de juro para não correntistas do banco é de 8,61% ao ano. Já no financiamento com recursos da poupança, a taxa é de 10,49% ao ano.

O novo aporte do FGTS foi pedido pelo agente operador do fundo, a Caixa Econômica Federal. Dos R$ 5 bilhões que estavam previstos, R$ 4,2 bilhões já tinham sido desembolsados. O restante, segundo a Caixa, só era suficiente para atender as propostas de financiamento que já tinham sido recebidas pelo banco. Por isso, a Caixa tinha suspendido novas contratações.

A proposta da Caixa é que o dinheiro do FGTS seja redistribuído em outras linhas que usam recursos do fundo, como a carta de crédito individual, carta de crédito associativo e o programa Minha Casa Minha Vida.

Os imóveis novos têm prioridade na utilização dos recursos. Obrigatoriamente, 60% devem ser destinados para este fim. O ministério afirma que, de acordo com metodologia elaborada pela Fundação Getúlio Vargas, estima a geração ou manutenção de cerca de 165 mil postos de trabalho com a nova injeção de recursos na linha.

(Com Agência Estado, Bloomberg e Reuters)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.