Vale é mais recomendada e Petrobras perde espaço nas carteiras de julho

Estatal passou a ocupar a quarta colocação, com 8 votos, ante 11 em junho; mineradora foi citada em 15 portfólios

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Com um cenário global ainda inspirando cautela, os analistas seguem apostando nas ações preferenciais classe A da Vale (VALE5), mas diminuíram a exposição na Petrobras (PETR4) para compor as suas carteiras de recomendações de julho.

A ação PNA da mineradora foi indicada em 15 das 29 carteiras compiladas pelo Portal InfoMoney – mantendo a primeira posição do ranking -, enquanto os papéis PN da Petrobras caíram da segunda posição para a quarta, somando 8 votos ante 11 votos no mês anterior.

Enquanto isso, Cemig (CMIG4) e BR Malls (BRML3) ganharam posições, indo para segundo e terceiro lugar no ranking, respectivamente. Os papéis da companhia de energia elétrica tiveram onze votos, um a mais do que em junho, enquanto o da administradora de shoppings passou a ter nove votos, duas recomendações a mais em comparação com o mês anterior.

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O posicionamento na Cemig é justificado pela Geral Investimentos devido à boa estratégia de curto prazo e de agregação de valor ao acionista ao misturar crescimento orgânico e via aquisições. A corretora avalia ainda que a empresa apresenta uma boa exposição em três vertentes de crescimento do setor elétrico nos próximos anos – de geração, gás natural e energia eólica, destacando também o IPO (Initial Public Oferring) da Taesa como catalisadores positivos da ação.

Com relação a BR Malls, a Ativa Corretora tem uma expectativa otimista acerca do desempenho do setor, que possui um amplo potencial de crescimento, se beneficiando do consumo como um dos pilares do crescimento da economia brasileira. “Ressaltamos também que a companhia continua apresentando resultados robustos, com manutenção da alta taxa de crescimento, suportada pelo seu plano de expansão, tanto via crescimento orgânico quanto por aquisições”, afirma a equipe da corretora, considerando a empresa a top pick para o setor de shopping center.

Petrobras: por que essa queda?
Em comparação ao mês anterior, a Petrobras deixou de ser a segunda mais citada e passou para a quarta colocação, empatando com a CCR (CCRO3) com 8 votos – ante 11 de junho. Esse movimento foi parecido com a de outra petrolífera, a OGX (OGXP3), que quase desapareceu do ranking de carteiras recomendadas no mês. Vale ressaltar que, desde julho de 2011, a estatal não havia saído do segundo lugar entre as mais recomendadas. 

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Essa mudança se deve não somente ao desempenho ruim das ações PETR4 no mês anterior, quando registrou queda de 4,6%, mas principalmente devido ao noticiário negativo para a companhia. O reajuste abaixo do esperado no preço da gasolina – de 7,83% – e de outros combustíveis foi avaliada negativamente pelo mercado.

De acordo com a SLW Corretora, a companhia foi usada politicamente, de modo que o reajuste não causasse um aumento da inflação. Após o anúncio do aumento de preços, o governo reduziu a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) para 0%, para não causar um impacto inflacionário nos preços.

Enquanto isso, o BTG Pactual retirou os papéis PN da petrolífera de seu portfólio, revisando as estimativas de ganhos para a companhia para baixo, o que diminuiu a atratividade dos múltiplos da petrolífera.

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Já o analista Renato Campos, da Técnica Assessoria de Capitais, manteve os papéis da companhia na carteira em seu portfólio moderado, mesmo com o desempenho abaixo do esperado nos últimos meses. “Entendemos a preocupação do governo em não repassar o aumento do petróleo, devido à pressões inflacionárias. No entanto, acreditamos que o atual contexto e o arrefecimento da inflação abram espaço para reajuste de preços no curto prazo”, afirma o analista.

Ação Recomendações
   Julho/2012
Recomendações
Junho/2012
 
Vale PNA 15  14
Cemig PN  11 10
BR Malls 9 7
Petrobras PN 8  11
CCR ON 8  6
Ambev PN  7 7
Cielo  7 4
Itaú Unibanco 6  6
M. Dias Branco 6  5
Brasil Foods 6  5
Raia Drogasil 6 5
Valid ON 5 5
Copel PNB 5 4
EzTec  5 4
Pão de Açúcar  5 4
Telef Brasil PN 5 5
Bradesco PN 5 2

VALE5 no topo do ranking novamente
A Vale ocupa novamente a primeira posição do ranking das mais recomendadas pelas corretoras. Segundo a equipe de análise da Planner Corretora, os ótimos fundamentos econômico-financeiros apresentados pela companhia e seu status de uma das maiores exportadoras brasileiras – beneficiando-se da desvalorização do real – deve fazer com que a empresa apresente desempenho acima do mercado.

A Rico Corretora afirma ainda que os papéis da Vale já incorporam a maior parte dos riscos referentes à desaceleração global, o impacto sobre os preços das commodities e a possibilidade de aumento na provisão de pendências tributárias. “Acreditamos que atualmente a Vale é a melhor opção dentro do universo de empresas de commodities com maior peso no Ibovespa”, ressalta a corretora.

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Já os analistas da UM Investimentos destacam que a manutenção dos papéis da companhia se dá por fatores positivos, como a eficiente estrutura de custos com relação aos competidores internacionais. “Além disso, acreditamos que o case de investimento em Serra Azul pode representar um trigger positivo para os ativos da companhia”, concluem.

Metodologia InfoMoney
Ao todo, 29 carteiras de bancos e corretoras foram utilizadas para este levantamento. Os portfólios selecionados foram: Ativa, BB Investimentos, Bradesco, BTG Pactual, Citi Corretora, Coin, Credit Suisse, Geração Futuro, Geral, Gradual, HSBC, Omar Camargo (2 carteiras), PAX, Planner, Rico, SLW (3 carteiras), Socopa, Souza Barros, TOV, Um, Técnica Assessoria de Capitais (3 carteiras), XP (2 carteiras) e WinTrade.

Entre todas as carteiras publicadas pela InfoMoney em julho, nesta compilação apenas não foram considerados os portfólios com sugestões de ações que tenham perspectiva de pagamento de proventos.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.