Vale segue como mais citada nas carteiras recomendadas; OGX ganha espaço em maio

SÃO PAULO – Em meio ao cenário de mudanças observado no mês anterior e com as pespectivas mais positivas para o setor de commodities, a preferência dos analistas tiveram uma realocação para o mês de maio. Enquanto o setor bancário perdeu atratividade, tendo forte queda no número de recomendações em carteiras, as empresas de exploração de petróleo e de energia elétrica ganharam posições entre as mais votadas do período.

Nas primeiras posições, não houve mudanças. A ação da Vale (VALE5) foi indicada em 15 carteiras – mesmo número de votos do que no mês anterior -, enquanto os papéis PN da Petrobras (PETR4) tiveram uma recomendação a mais do que em abril, somando 13 votos. Na terceira posição, ocorreu uma mudança: a OGX (OGXP3) recebeu três votos a mais do que em abril, passando de 7 para 10 recomendações, ocupando o lugar anteriormente ocupado pelo Itaú Unibanco (ITUB4).

O banco, aliás, foi citado em 7 carteiras em maio – ante 11 votos em abril, caindo para a 5ª posição no ranking da InfoMoney. Essa transferência de votos acontece em meio às perspectivas mais negativas para o setor bancário como um todo, ainda mais com a redução do spread bancário iniciado pelos bancos públicos. De acordo com a equipe de análise da Um Investimentos, a elevação do nível de inadimplência, com a elevação da oferta de crédito e os fracos resultados trimestrais completam esse cenário negativo.

VALE5 e PETR4 seguem na preferência
A Vale ocupa novamente a primeira posição do ranking das mais recomendadas pelas corretoras. O analista Paulo Esteves, da Gradual Investimentos, ressalta o sólido desempenho econômico-financeiro da companhia, o crescimento da produção e a entrega de novos projetos. O analista também projeta uma manutenção da demanda por minério de ferro, num ambiente de maior urbanização da China. 

Já os analistas da Rico Corretora entendem que os papéis da Vale já incorporaram a maior parte dos riscos referentes à desaceleração global, além do fato das ações da empresa estarem sendo negociadas a múltiplos extremamente descontados. “Acreditamos que atualmente a Vale é a melhor opção dentro do universo de empresas de commodities com maior peso no Ibovespa”, afirma a equipe de análise da corretora.

A Petrobras também é vista de forma positiva, sobretudo pela desvalorização recente dos ativos.  “Após a forte queda dos papéis, em reação ao fraco resultado do quarto trimestre de 2011, acreditamos que o momento atual é favorável para a empresa, amparada na alta do petróleo e nas declarações da nova presidente, Graça Foster, de que considera necessário adequar o preço dos combustíveis vendidos nas refinarias ao atual patamar de preço internacional”, afirma Marcelo Varejão, analista da Socopa Corretora. 

A Citi Corretora ressaltou ainda que, mesmo que o reajuste dos combustíveis feito no quarto trimestre pela petrolífera deva impactar positivamente os números do primeiro quarto de 2012, ela não descarta a possibilidade de novos reajustes nos próximos meses. Ademais, a expectativa de aumento da produção de petróleo no curto prazo e os múltiplos baixos que as ações da empresa estão sendo negociadas também ajudam a sustentar a recomendação.

OGX: confiança com início da produção 
A recomendação das ações da OGX Petróleo pela corretora Técnica é em função de seu ótimo histórico de prospecção, com 29 blocos exploratórios no Brasil e 5 outros na Colômbia, adquiridos em 2010. Além disso, o analista da corretora, Renato Campos, ressalta a maior credibilidade do grupo, com o início do processo de abertura do primeiro poço no começo de 2012 e o contrato de comercialização com a Shell. 

Além do começo da extração de óleo, os analistas do HSBC, Carlos Nunes, Débora Agonilha e Flávia Araújo, veem outra série de catalisadores para a companhia. Dentre eles, a reclassificação de uma parte dos recursos contingentes de reservas e aquarta avaliação de recursos. Outro motivo é o forte movimento de alta no preço do petróleo, o que leva a aumentar as ações das empresas do setor, mesmo no caso da OGX, que ainda está no início do processo de produção.

Metodologia InfoMoney
Ao todo, 28 carteiras de bancos e corretoras foram utilizadas para este levantamento. Os portfólios selecionados foram: Ativa, BB Investimentos, Bradesco, BTG Pactual, Citi Corretora, Coinvalores, Geração Futuro, Geral, Gradual, HSBC, Omar Camargo (2 carteiras), PAX, Planner, Rico, SLW (3 carteiras), Socopa, Souza Barros, Técnica (3 carteiras), TOV, Um, XP (2 carteiras) e WinTrade.

Entre todas as carteiras publicadas pela InfoMoney em maio, nesta compilação apenas não foram considerados os portfólios com sugestões de ações que tenham perspectiva de pagamento de proventos.