Petrobras retoma 2ª posição e Vale segue como mais recomendada em agosto

SÃO PAULO – Apesar do maior otimismo em julho, em que o Ibovespa foi o melhor investimento do mês, o cenário de preocupação com a economia global continua ditando as recomendações para o mês.

Para agosto, os analistas seguem com a sua preferência pelas ações preferenciais classe A da Vale (VALE5), que continuam na primeira posição do ranking de carteiras compiladas pelo Portal Infomoney. Entretanto, a maior mudança se deu com os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4), que recuperaram a sua posição dentre as carteiras compiladas.

A ação PNA da mineradora foi indicada em 13 das 27 carteiras compiladas pelo Portal InfoMoney – mantendo a primeira posição do ranking -, enquanto os papéis PN da Petrobras saíram da quarta para a segunda posição, somando 10 votos ante 8 votos no mês anterior.

Já a Cemig (CMIG4) passou de segundo para terceiro lugar, com 9 votos ante 11 citações do mês anterior. Ela encontra-se empatada com a BR Malls (BRML3), que manteve os mesmos 9 votos da companhia de energia elétrica. 

De acordo com a SLW Corretora, o posicionamento em Cemig revela o fato de que a cotação das ações da empresa ainda não refletem as boas perspectivas de ganhos de rentabilidade, por conta das novas aquisições, algumas, com efeito, no curto e outras no médio e longo prazo, seguindo o perfil mais defensivo e de menor volatilidade.

Com relação à BR Malls, o BTG Pactual ressalta o seu bom potencial de crescimento em meio a um cenário de queda nas taxas de juros, o que torna o seu valuation mais atrativo, mesmo com o bom desempenho das ações no ano. 

Petrobras se recupera com reajuste de combustíveis 
Os analistas de mercado voltaram a olhar com melhores olhos para a Petrobras, após uma sequência de notícias negativas que afetaram a empresa nos últimos meses. Uma delas foi o reajuste abaixo do esperado no preço da gasolina – de 7,83% – e de outros combustíveis, que foi avaliada negativamente pelo mercado. Entretanto, em meados do mês anterior, houve um reajuste inesperado do diesel em 6%, o que animaram os mercados e levaram à uma maior recuperação. 

Segundo a Citi Corretora, o reajuste dos combustíveis feito no 4º trimestre de 2011 e no 2º trimestre desse ano devem impactar positivamente no balanço atual da companhia. Entretanto, vale ressaltar que a companhia revelou na última sexta-feira (3) um prejuízo de R$ 1,346 bilhão, bem pior do que o esperado pelo mercado. Além disso, analistas estimam que, apesar do reajuste nesses dois períodos, o preço dos combustíveis continuam defasados, o que abre espaço para novos reajustes nos próximos meses

Já a Gradual Investimentos afirma que o novo plano de investimentos destravou a agenda da empresa e lançou sinais positivos para o mercado. “Destacamos a maior disciplina financeira, a ênfase dos investimentos em exploração e produção e o cenário de crescimento vigoroso da demanda doméstica de derivados de petróleo nos próximos anos”, afirma o analista Paulo Esteves, destacando também a escolha da nova presidente da petrolífera, Graça Foster, como emblemática para a nova fase da Petrobras.

Enquanto isso, a WinTrade, que trocou as ações da Vale pelas da Petrobras em sua carteira recomendada para agosto, ressaltam que a estatal deve voltar a apresentar resultados bons devido ao reajuste dos preços dos derivados no mercado interno. Além disso, uma iminente ajuda dos bancos centrais, em especial, o BCE (Banco Central Europeu) e o Federal Reserve, tende a impulsionar as cotações do petróleo no mercado internacional, avalia Bruno Gonçalves, analista corretora.

VALE5 segue na frente
A Vale segue na liderança dentre as ações preferidas das corretoras. Os múltiplos considerados baixos e a expectativa de altos dividendos a serem pagos em 2012 norteiam a recomendação da Citi. 

Já de acordo com a Ativa Corretora, apesar do fraco resultado apresentado pela companhia no segundo trimestre, as ações da companhia seguem negociadas abaixo dos seus pares internacionais, refletindo um cenário de deterioração do mercado além do avaliado.

Os analistas ressaltam ainda a opção de manter o foco em seus negócios principais, com a venda de ativos não estratégicos, como positiva para a companhia. “No entanto, os dados a respeito do desempenho econômico da China, bem como o fluxo de notícias judiciais e regulatórias devem seguir movimentando o papel”, afirma a Ativa.

Por fim, a Rico Corretora ressalta que, além do valuation atrativo, a baixa alavancagem da empresa aliada à uma expectativa de 5,5% de dividend yield para 2012 ainda tornam as ações da empresa atrativas, apesar dos resultados ruins no segundo trimestre.

Metodologia InfoMoney
Ao todo, 27 carteiras de bancos e corretoras foram utilizadas para este levantamento. Os portfólios selecionados foram: Ativa, BB Investimentos, Bradesco, BTG Pactual, Citi Corretora, Coin, Empiricus (2 carteiras), Geração Futuro, Geral, Gradual, HSBC, Inva Capital, Omar Camargo (2 carteiras), PAX, Rico, SLW (3 carteiras), Socopa, Souza Barros, TOV, Um, XP (2 carteiras) e WinTrade.

Entre todas as carteiras publicadas pela InfoMoney em julho, nesta compilação apenas não foram considerados os portfólios com sugestões de ações que tenham perspectiva de pagamento de proventos.